Pequena proteína reduz níveis de açúcar, gera patente e pode ser aliada no combate à diabete

Sintetizado a partir de substância produzida no sangue, o peptídeo Ric4 reduz níveis de açúcar no organismo, e, futuramente, poderá ser usado em medicamentos para controle da diabete

Uma pequena proteína cuja origem são as células do corpo humano pode ter um grande papel no controle da diabete. Em pesquisa com participação do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, cientistas descobriram que o peptídeo Ric4, sintetizado a partir de uma proteína produzida pelas células sanguíneas, aumentou a sensibilidade à insulina e reduziu a glicemia, ou seja, o nível de açúcar no sangue. Os estudos sobre a estrutura e as propriedades do Ric4, realizados em animais, geraram uma patente que, no futuro, poderá dar origem a medicamentos para tratar a diabete, e que sirvam de alternativa à terapia com insulina.

Os resultados do trabalho são mostrados em artigo publicado no site da revista científica Pharmaceuticals, no último dia 16 de dezembro. A diabete tipo 2 acontece quando o corpo desenvolve resistência à insulina, responsável por processar o açúcar no organismo e levá-lo às células, o que aumenta a concentração de açúcar na corrente sanguínea.

“Há alguns anos, nosso laboratório desenvolveu um teste em modelo animal que encontrou alterações em um grupo de peptídeos intracelulares (InPeps), que são pequenas proteínas produzidas no interior das células, normalmente a partir de proteínas maiores”, explica ao Jornal da USP o professor Emer Ferro, do ICB, coordenador do estudo. “Os animais testados apresentaram maior sensibilidade à insulina e, consequentemente, maior captação de glicose e glicemia reduzida. Nossa hipótese era de que isso aconteceu devido às alterações nos níveis de InPeps.”

Emer Suavinho Ferro – Foto: Cecília Bastos/USP Imagem

Em seguida, os pesquisadores sintetizaram quimicamente em laboratório quatro peptídeos, que foram denominados Ric1, Ric2 e Ric3 e Ric4. “O Ric 1 e o Ric2 foram identificados no músculo gastrocnêmio (batata da perna) e são derivados da proteína troponina I; o Ric3 foi encontrado no tecido adiposo epididimal (na região do púbis), produzido a partir da proteína de ligação acil-CoA, e o Ric4 é derivado da subunidade alfa da hemoglobina, proteína existente no sangue”, descreve o professor. “Nosso objetivo foi identificar se algum desses peptídeos poderia reproduzir farmacologicamente a maior sensibilidade à insulina e à glicemia reduzida observada nos animais.”

Captação de Glicose

“Caso isso acontecesse, poderíamos identificar um novo peptídeo que poderia ser usado no tratamento de pacientes diagnosticados com pré-diabete ou diabete tipo 2, que possuem elevados níveis de glicose e não respondem à insulina”, relata Ferro. “Foram realizados testes de viabilidade celular em cultura de células, de avaliação do efeito dos peptídeos nos níveis de expressão de proteínas específicas (Western Blotting), de estabilidade enzimática, de expressão gênica (PCR), de captação de glicose em tecidos animais e culturas de células de camundongos, e de tolerância e transporte de glicose, em células e modelos animais.”

Pesquisas sobre a estrutura e as propriedades do peptídeo Ric4 e seus derivados geraram uma patente que pode ser aproveitada futuramente na pesquisa e criação de  novos medicamentos para tratar a diabete tipo 2, e que sirvam de alternativa à terapia com insulina; na imagem, profissional da saúde medindo glicose de paciente – Foto: Marcos Santos/ USP Imagens

A pesquisa verificou que dois derivados do peptídeo Ric4 (Ric4-2 e Ric4-15) possuem ação hipoglicemiante, isto é, induzem a captação de glicose e reduzem a glicemia em animais após administração oral. “As análises sugerem que o peptídeo se liga ao receptor de insulina para induzir a captação de glicose, de forma independente da insulina, esta última também um peptídeo, aumentando sua sensibilidade”, aponta o professor do ICB. “Modificações estruturais do Ric4 natural, que geraram o Ric4-2 e o Ric4-15, reduziram sua degradação por enzimas digestivas, sem prejudicar a ação farmacológica. Em resumo, peptídeos como o Ric4 podem exercer ação similar à insulina e podem ser úteis no tratamento de pacientes com diabete tipo 2.”

De acordo com Ferro, apesar da significância biológica e farmacológica, as possíveis aplicações clínicas do Ric4 ainda merecem mais investigações. “O estudo indica que pacientes com pré-diabete ou diabete tipo 2, que têm hiperglicemia resistente à insulina, poderiam ser tratados com Ric4 ou com seus análogos, Ric4-2 e Ric4-15. Porém, ensaios adicionais precisam ser realizados para avaliar a potência do peptídeo em reduzir a glicemia de portadores de diabete tipo 2”, destaca Ferro. “Nosso trabalho reforça a perspectiva que os peptídeos podem manter sua atividade farmacológica após administração oral, ‘quebrando’ o dogma que dentro do corpo eles são imediatamente degradados por enzimas digestivas.”

Além da publicação do artigo, um pedido de patente do peptídeo Ric4 foi depositado junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) pela Agência USP de Inovação (Auspin) e pela INOVA, Agência de Inovação da Unicamp. “Embora o pedido tenha sido depositado em maio de 2018, nenhuma empresa até o momento se interessou em licenciar a patente do Ric4 para desenvolvimento de um fármaco alternativo à insulina para o tratamento da diabete tipo 2”, conclui o professor.

O trabalho teve a participação dos pesquisadores Renée Silva, Ricardo Llanos, Rosangela Eichler e do professor Emer Ferro, do Departamento de Farmacologia do ICB,  do pesquisador Thiago Oliveira e do professor William Festuccia, do Departamento de Fisiologia do ICB, e do professor Fabio Gozzo, do Instituto de Química da Unicamp.

Mais informações: e-mail eferro@usp.br, com o professor Emer Ferro

Por: Júlio Bernardes

Arte: Ana Júlia

FONTE: Jornal da USP

Especialistas explicam riscos de suplementos para treinos em academias

Bastante populares nas academias de ginástica, os suplementos alimentares prometem melhorar a performance nos treinos e trazer resultados mais efetivos. Mas, sem acompanhamento profissional e sem seguir as orientações de uso do fabricante, os riscos podem ser muitos. A Agência Brasil conversou com a cardiologista Rica Buchler, diretora de reabilitação cardíaca do Instituto Dante Pazzanese, e com a nutricionista Priscila Moreira, que integra o Conselho Regional de Nutricionistas em São Paulo. Elas orientam sobre as formas saudáveis e seguras de melhorar o condicionamento físico.

“Ele [suplemento] tem uma gama muito ampla de variação e muitos são vendidos na internet sem controle clínico. Vemos casos de arritmias e problemas cardíacos por suplementos. Tenho muito receio. São equivocados os suplementos pré-treino pelo teor de cafeína que eles podem ter. É preciso ter cautela, mesmo seguindo as regras do fabricante”, alerta a cardiologista.

Priscila não descarta o uso de suplementos, desde que seja feito com um acompanhamento profissional. Ela aponta que é fundamental observar a rotina alimentar na hora de considerar um suplemento. “Ele serve como um recurso ergogênico, ou seja, algo que vai ajudar a melhorar a sua performance, o seu desempenho, no exercício ou um recurso para complementar o que está faltando”, explica. A profissional acredita que a avaliação individualizada permite um consumo saudável.

A nutricionista, que é especialista em cardiologia, tem a mesma preocupação com os suplementos que contêm cafeína. “Um adulto saudável pode consumir no dia até 400 mg de cafeína, porém, como eu sei que esse adulto realmente está saudável? Só após avaliação cardiológica, e não são todos os praticantes de esportes que procuram um cardiologista”, lamenta. Nesse sentido, a recomendação dela é, a priori, optar por produtos que não tenham esse componente. 

Rica lembra que este período requer uma atenção ainda maior, pois percebe-se o retorno de muitas pessoas aos treinos após algum tempo de sedentarismo por conta do distanciamento social em razão da pandemia. “É como forçar um carro com pouco combustível a subir uma ladeira puxada”, compara. Ela acrescenta que a forma física, o condicionamento e o ganho muscular requerem um trabalho constante. “Excesso de cafeína pode levar a um efeito maléfico cardíaco porque ele está estimulando a musculatura que não está preparada”, orienta.

Cardiologista ressalta necessidade de acompanhamento profissional para uso de suplementos por quem treina em academias – José Cruz/Agência Brasil

Complementos dos suplementos

A médica explica que as fórmulas dos produtos são variadas e vão de “cafeína [com doses elevadas] até substâncias que aumentam o calor corporal”. Ela acrescenta que não se enquadram nesse rol os produtos como Whey Protein. “É uma reposição de proteína que pode ser adicionada à rotina de pessoas que fazem atividade física, de forma diluída”, aponta, ao acrescentar, no entanto, que uma dieta balanceada pode já oferecer as proteínas necessárias. A cardiologista ressalta ainda a necessidade de acompanhamento profissional.

Para Priscila, o uso dessas substâncias que podem ser consideradas complementares, pois já são produzidas pelo organismo, também pode representar risco à saúde se consumidos em excesso. “Não adianta um indivíduo não ter um consumo diário de proteína adequado e apenas usar o suplemento. Ele é um complemento para que esse consumo seja aumentado diante do objetivo que ele tenha com treinamento. Aí existe um risco de consumo caso o indivíduo já tenha, por exemplo, um consumo alto de proteínas ao longo do dia e ele fizer um consumo de um suplemento de proteínas. Há risco de sobrecarregar, por exemplo, a função renal dele”, aponta, ressaltando a necessidade de uma avaliação nutricional prévia.

Desafio no TikTok

Nas redes sociais, o uso de suplementos sem diluição se tornou um desafio entre alguns usuários do TikTok. A prática é mais comum fora do Brasil, mas é possível acessar vídeos que mostram pessoas ingerindo o produto em pó e que, em seguida, apresentam tremores nas mãos, provocados pelo produto. “Não faltam exemplos na mídia de pessoas que têm infarto jovem ou que têm problema em academia, como arritmias, e, às vezes, óbito. É muito arriscado”, alerta.

A cardiologista explica que, mesmo fazendo a ingestão de uma mesma quantidade que, pela recomendação, deveria ter sido diluída, há muita diferença para a superfície de absorção do corpo. “Se você diluir na água, o suplemento vai ser absorvido uniformemente na parede do estômago.”

Ela acrescenta que mesmo os produtos que considera mais seguros podem trazer sobrecarga para algum órgão. “Ao tomar o pó, ele vai estar na forma pura, muito mais potente. Até no caso do Whey, por exemplo, mesmo não tendo cafeína, se tomado dessa forma, quem depura tudo isso – o excesso de proteína, quem elimina – é a creatina, é o rim, e o órgão tem um limite para filtrar”, explica.

Priscila acrescenta que o consumo sem diluição, especialmente dos produtos que possuem cafeína, pode provocar desidratação pelo efeito diurético deles. “Espera-se que, para o início do treinamento, a gente tenha um consumo de água de pelo menos em torno de 250 até 500 ml, dependendo do tamanho do peso do indivíduo”, orienta.

E a desidratação também traz riscos à saúde do coração. “Quando eu consumo um suplemento que tem ativos que aceleram a diurese ou ativos que até fazem com que a pessoa transpire mais, e sem o consumo de água, ela pode ter até problemas relacionados à função cardíaca mesmo, com a elevação dos batimentos cardíacos, em decorrência de uma desidratação. A gente chama de hiponatremia”, explica.

Por Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil – São Paulo

FONTE: Agência Brasil

Hipertensão: como lidar com as mudanças na rotina?

Vamos conversar sobre o cotidiano de pacientes com hipertensão arterial?

Ser diagnosticado com qualquer doença crônica é um momento difícil para muitos pacientes, isso porque ter que lidar com o fato de ter uma doença que necessita de cuidados especiais para o resto da vida pode ser muito assustador. 1

Por isso, é muito comum que, diante de um diagnóstico de uma doença crônica como a hipertensão arterial, os pacientes vivenciem muitos sentimentos até que haja a compreensão sobre a doença, como tratá-la e as mudanças necessárias no estilo de vida. 1

Aliás, você sabe o que é Hipertensão Arterial? A hipertensão arterial, usualmente chamada de pressão alta, é a elevação dos níveis de pressão sanguínea nas artérias. 2

A pressão arterial é a força exercida pelo sangue bombeado pelo coração dentro vasos sanguíneos. Quando as artérias oferecem algum tipo de resistência à passagem do sangue, essa força é aumentada, caracterizando um quadro de pressão alta. 2

Os estudos revelam que a hipertensão arterial é considerada, atualmente, um sério problema de saúde pública no Brasil e levanta preocupações pela sua expressiva prevalência, por ser assintomáticas e pelas graves complicações que ele pode causar, levando a incapacidades permanentes. 3

Uma vez diagnosticados com a hipertensão arterial é comum que os pacientes tenham que utilizar medicamentos escritos por especialistas, mas também necessite de mudanças no estilo de vida. 1

Quer saber mais detalhes sobre algumas dessas mudanças? Acompanhe o texto!

A vida após a descoberta da hipertensão arterial

Uma das coisas mais importantes que um paciente diagnosticado com pressão alta precisa ter em mente é que tomar atitudes para conter a evolução da doença é evitar riscos maiores a longo prazo, como doenças cardíacas e problemas renais. 1,2

Lembre-se: uma doença crônica como a hipertensão arterial, não tem cura, mas tem tratamento.  Por sua vez, o tratamento é muito mais que um método para controlar sintomas, é lidar com incapacidades, adaptações do estilo de vida, mudanças psicológicas e sociais que uma doença incurável a longo prazo traz para a vida do paciente e seus familiares. 1,3,4

Os estudos revelam que muitos pacientes, após o diagnóstico da doença, passam por um período de irritabilidade e autodepreciação. Apresentando, muitas vezes, sentimentos de desamparo, desesperança, raiva, depressão, tristeza e solidão, que podem gerar angústia.

Esse é um processo de mudança muito complicado, mas completamente possível. Com comprometimento às mudanças no estilo de vida é possível ter uma doença controlada com uma rotina de saúde, qualidade de vida e bem-estar. 1

Algumas dessas mudanças podem incluir:

  • Redução do peso corporal;
  • Quantidade de ingestão do sal;
  • Redução do consumo de bebidas alcoólicas;
  • Adoção de prática de exercícios físicos com regularidade. 1

Mas, calma, algumas dessas mudanças não ocorrem do dia para a noite. Você passará por todo um processo de adaptação para um novo estilo de vida.

Muitas vezes, esse período requer calma, paciência e ajuda da sua equipe médica. Todos os profissionais estão ali para ajudá-lo a enfrentar esses problemas e alcançar uma qualidade de vida. Confie no seu médico e no seu tratamento.1,3,4

O tratamento da hipertensão é o controle diário. Esse controle pode ser feito por meio de remédios e adoção de alguns hábitos que ajudam a controlar a doença. 5

O mais importante é lembrar que apenas um médico pode orientá-lo sobre quais remédios e hábitos adotar à sua rotina para ajudar no controle da hipertensão. 5

Outro ponto importante para esclarecermos sobre a pressão alta e como ela funciona na prática no dia a dia. 5

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a pressão arterial pode variar durante o dia. A tendência é que ela diminua quando estamos dormindo e aumente quando realizamos esforços físicos. Para pessoas que possuem a doença, essa pressão pode variar não apenas nessas ocasiões. 5

Como perceber que a pressão está alta?

Muitas pessoas acreditam que a pressão arterial só sofre alterações quando ficamos ruborizados, com raiva, tensos, animados demais, mas isso é tabu. Ainda segundo a SBEM embora seja possível isso acontecer, a hipertensão pode não estar relacionado apenas a essas situações. 5

A recomendação da SBEM é que o paciente com hipertensão verifique os níveis de sua pressão de 2 a 4 vezes por dia. Isso porque a hipertensão é considerada uma doença silenciosa, ou seja, que não costuma provocar sintomas nas maiorias dos pacientes. 6,7

Na maior parte dos casos, os sintomas aparecem apenas quando o paciente manifesta uma crise hipertensiva, ou seja, um pico na regulação arterial. 6,7

Segundo o InformaSUS-UFSCar, os sintomas que costumam aparecer quando a pressão está muito alta são:8

Como realizar esse controle?

Controlar os fatores de risco, adotar novos hábitos e fazer o acompanhamento médico correto são os principais caminhos para prevenir a hipertensão e viver com qualidade de vida. 9

O tratamento da hipertensão requer uma mudança no estilo de vida e abandono de antigos hábitos e novos devem ser inseridos, entre os principais a medição da pressão de forma regular. 9

Como vimos, a pressão pode variar durante o dia. Por isso, uma das melhores formas de controlá-la é fazer a medicação ao longo do dia.

O seu médico pode pedir que você registre sua pressão arterial em casa para, posteriormente, fornecer as informações para a verificação do efeito do tratamento.9

O monitoramento residencial é uma forma importante de acompanhar se o tratamento da pressão arterial está funcionando ou de diagnosticar o agravamento. Monitores de pressão arterial domésticos são amplamente disponíveis e baratos e você não precisa de receita para comprá-los. 9

É importante fazer a medição diariamente, anotar informações que você acha pertinentes para informar ao médico na sua próxima visita. 9

Sobre outras mudanças de hábitos, você pode conversar com o seu médico, pois ele é o profissional mais indicado para oferecer orientações sobre o que pode ajudar o seu tratamento.

Você também pode contar com a ajuda do FazBem. No blog, você encontra conteúdos incríveis para ajudar a manter a saúde em dia. Acesse e confira!

Referências:
  1. https://www.scielo.br/j/reeusp/a/NJbvY7wrCfnNdxqbCZccnxM/?lang=pt
  2. https://blog.programafazbem.com.br/post/voce-sabe-o-que-e-pressao-alta-e-como-controla-la
  3. http://reme.org.br/artigo/detalhes/270
  4. https://repositorio.unip.br/wp-content/uploads/tainacan-items/34088/53004/V26_N3_2008_p304-309.pdf
  5. https://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-hipertensao/
  6. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_pressao_fe_vida.pdf
  7. https://www.mdsaude.com/hipertensao/pressao-arterial-muito-alta/
  8. https://www.informasus.ufscar.br/controlar-a-pressao-arterial-no-dia-a-dia-o-que-fazer-alem-dos-remedios/
  9. https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/high-blood-pressure/diagnosis-treatment/drc-20373417

FONTE: Blog Programa FazBem

Você sabe o que é e como identificar os sintomas do AVC?

AVC: esse é um assunto muito procurado, mas pouco falado entre as pessoas. Certamente, você já ouviu falar sobre o AVC (Acidente Vascular Cerebral), mas por um nome mais popularmente conhecido o derrame cerebral. Isso mesmo, ambos são a mesma coisa!

Esse é um tema que costuma assustar bastante, justamente pela sua complexidade e número de casos. Afinal, segundo Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares um em cada 4 de nós, terá um AVC ao longo da vida e, a cada ano, 13,7 milhões de pessoas têm um AVC no mundo. 1

Calma, isso não é motivo para pânico e preocupação excessiva. Saiba que 90% dos casos de AVC podem ser evitados? 2

A prevenção é, justamente, o objetivo do texto de hoje. A melhor forma de prevenir é ter conhecimento do que é a doença, os fatores de risco e ações que podemos adotar para ajudar a prevenir o AVC. Então, acompanhe o texto de hoje e confira todas essas informações.

O que é um AVC (Acidente Vascular Cerebral)?

Um Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como “derrame cerebral”, é uma perda repentina das funções do cérebro, devido a uma paralisação brutal da circulação sanguínea no cérebro. 3,4

Segundo o Ministério da Saúde, o acidente vascular cerebral ocorre quando os vasos que levam sangue ao cérebro são interrompidos ou entopem, provocando uma paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea e impedindo que o tecido cerebral receba oxigênio e nutrientes. 3,4

O AVC é uma doença que pode atingir mais homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo.3,4

Tipos de Acidente Vascular Cerebral

O AVC ocorre por conta do rompimento ou entupimento dos vasos que levam o sangue para o cérebro. Existem dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes.

AVC Isquêmico

Mais comum e representando 85% dos casos, o AVC isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode ocorrer devido a uma trombose ou uma embolia. 3,4

Entupimento → Sem oxigênio → Morte ou lesão celular

AVC hemorrágico

O AVC hemorrágico é responsável por 15% dos casos e ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral que provoca hemorragia. Essa hemorragia pode acontecer no tecido cérebro ou na superfície entre o cérebro e a meninge. 3,4

Vazamento → Sem oxigênio → Morte ou lesão celular

O mais importante para lembrar sobre o AVC é que, quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento, maiores serão as chances de recuperação completa.

Por isso, é muito importante que a qualquer sinal e sintoma, você procure por atendimento médico imediato.

Principais fatores de risco para desenvolver um AVC (Acidente Vascular Cerebral)

Para falarmos sobre prevenção do AVC, precisamos conhecer os fatores de risco para o surgimento dele.

Segundo a Fundação de Pesquisa Cardiovascular, existem diversos fatores que aumentam a probabilidade da ocorrência de um AVC de qualquer um dos dois tipos5. Os principais fatores são:

  • Doenças cardíacas (anomalia da válvula cardíaca, insuficiência ou arritmia);
  • Hipertensão arterial (pressão arterial);
  • Hipercolesterolemia (colesterol alto);
  • Diabetes tipo 2;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Obesidade;
  • Sobrepeso;
  • Histórico familiar;
  • Consumo de tabaco;
  • Idade: mais da metade do AVC ocorre em pessoas com 75 anos ou mais, contra 1/4 para menores de 65 anos.
  • Sexo: homens estão mais propensos a ter um AVC. 5

Sintomas antes do AVC

Certamente, você já deve ter ouvido falar que a identificação rápida dos sintomas é muito importante para o diagnóstico e tratamento adequado do AVC. 6

Existem alguns sinais que o corpo demonstra que podem ajudar a reconhecer. Os sinais e sintomas de AVC incluem:

Problemas na fala: você pode apresentar dificuldade para falar, entender o que os outros estão dizendo, ficar confuso e misturar as palavras.6

Paralisia ou dormência: você pode desenvolver dormência repentina, fraqueza ou paralisia no corpo, principalmente rosto, braço e perna. Em muitos casos, isso afeta apenas um lado do corpo.6

Problemas para enxergar em um ou ambos os olhos: você pode ter problemas de visão repentinas, como visão turva, escurecida ou ver em dobro.6

Dor de cabeça: você também pode sentir uma dor de cabeça súbita e intensa, que pode ser acompanhada por vômitos, tonturas ou alteração da consciência. 6

Dificuldade em caminhar: você pode apresentar perda de equilíbrio, dificuldade para andar, tonturas repentinas, o que pode causar tropeços e quedas. 6

Quando falamos sobre AVC, é importante lembrar que, em muitos casos, são outras pessoas que identificam os sinais.

Uma das formas de identificar os sinais de AVC em uma pessoa é fazer o teste conhecido como SAMU:

Sorriso: peça para a pessoa sorrir. Confira se um do lado do rosto não mexe, ou fica caído. 6,7

Abraço: peça para a pessoa levantar os dois braços. Confira se um braço se inclina para baixo ou se ele não se move. 6,7

Música: peça à pessoa para repetir uma frase simples ou repetir o pedacinho de alguma música. Fique atento caso sua fala esteja arrastada, estranha ou se enrola as palavras. 6,7

Urgente: caso você observe qualquer um desses sinais. Procure por ajuda médica com urgência.6,7

Lembre-se que o atendimento rápido é essencial para o tratamento do AVC. Mesmo que pareçam ir e vir ou desaparecer completamente, procure por ajuda médica. 6,7

Como Diminuir o Risco de ter um AVC? 

Conhecer os fatores de risco, seguir as recomendações do seu médico e adotar um estilo de vida saudável são as melhores medidas que você pode tomar para prevenir um acidente vascular cerebral. A adequação dos hábitos de vida diária é primordial para a prevenção.

Apesar de ser mais comum a partir dos 55 anos, o AVC pode atingir pessoas de qualquer faixa etária. Por isso, é importante adotar hábitos saudáveis e realizar exames de check-up, para identificar os riscos de problemas de saúde, visto que muitas doenças como pressão alta e colesterol são fatores de risco para o AVC.

O médico poderá solicitar exames mais específicos e recomendar a mudança de alguns hábitos como forma de prevenção, por isso é importante, todo ano, dar uma passadinha no consultório para verificar como está a saúde.6,7

Referência:
  1. https://avc.org.br/noticias/acidente-vascular-cerebral/
  2. https://avc.org.br/wp-content/uploads/2021/10/Manual-AVC2021-Ebook.pdf
  3. https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/acidente-vascular-cerebral-avc
  4. https://bvsms.saude.gov.br/avc-acidente-vascular-cerebral/
  5. http://www.fondation-recherche-cardio-vasculaire.org/en/your-cardio-vascular-health/cardio-vascular-illnesses/cerebral-vascular-accident/
  6. https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/stroke/symptoms-causes/syc-20350113
  7. https://www.einstein.br/neurologia/avc
BR 15838. Material destinado a pacientes. Dez/2021

FONTE: Blog Programa Faz Bem

Síndrome de Burnout é reconhecida como fenômeno ocupacional pela OMS

A síndrome de Burnout passou a ser reconhecida como um fenômeno relacionado ao trabalho pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A assunção dessa condição passou a valer neste mês de janeiro, com a vigência da nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11).

A síndrome é definida pela OMS como “resultante de um estresse crônico associado ao local de trabalho que não foi adequadamente administrado”. Conforme a caracterização da entidade, há três dimensões que compõem a condição.

A primeira delas é a sensação de exaustão ou falta de energia. A segunda são sentimentos de negativismo, cinismo ou distância em relação ao trabalho. A terceira é a sensação de ineficácia e falta de realização.

A OMS esclarece que a síndrome de Burnout se refere especificamente a um fenômeno diretamente vinculado às relações de trabalho e não pode ser aplicada em outras áreas ou contextos de vida dos indivíduos.

Segundo o advogado trabalhista Vinícius Cascone, no Brasil, o Ministério da Saúde reconhece desde 1999 a síndrome como condição relacionada ao trabalho.

Caso um trabalhador reconheça os sintomas, deve buscar um médico para uma análise profissional. O médico avalia se o funcionário deve ou não ser afastado de suas funções. A empresa deve custear o pagamento caso o afastamento seja de até 15 dias.

Depois deste período, o empregado será submetido a uma perícia do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para que o órgão analise e, confirmando o diagnóstico, arque com o custeio do afastamento durante mais tempo. É preciso também abrir uma comunicação de acidente de trabalho.

Cascone explica que se o empregador não der o encaminhamento em caso de afastamento, o trabalhador pode buscar diretamente o INSS ou entrar com ação judicial caso ocorra uma negativa do órgão.

À Agência Brasil, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou que o início da vigência da nova lista de doenças demandará uma atualização de normativos internos, o que ocorrerá “aos poucos”.

Conforme o órgão, o direito a benefícios associados ao afastamento temporário é garantindo a quem comprovar incapacidade de realizar o trabalho.

Ambiente de trabalho

A advogada Lívia Vilela teve a síndrome diagnosticada em 2019. Ela trabalhava em uma empresa pública desde 2011. Segundo Lívia, ocorreu um processo de sucateamento da companhia e o ambiente de trabalho não era bom.

Lívia conta que após assumir o cargo encontrou um espaço desestruturado, com alta carga de trabalho e grande responsabilidade, sem apoio dentro da direção da empresa. Essa situação gerou muito desgaste a ela. Além disso, havia uma disparidade salarial expressiva entre os trabalhadores da área que ela integrava.

“O burnout veio em 2018. Eu percebi que não estava bem. Comecei a ter problemas para dirigir, pois associava ao ambiente do trabalho. Fiquei desmotivada e não queria estar lá. Comecei a ter fortes crises de depressão e de ansiedade, insônia”, relata.

A advogada foi levada ao médico e foi afastada do trabalho. Em seguida, passou a atuar de forma remota, o que seguiu em razão da pandemia. Com a privatização da empresa pública, ela decidiu largar a carreira. 

Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil – Brasília

FONTE: Agência Brasil

Como está seu xixi? Descubra o que a cor da urina diz sobre a sua saúde

Você é uma daquelas pessoas que dá descarga sem nem dar uma discreta conferida na urina?

Bem, saiba que vale a pena dar uma espiadinha na cor do seu xixi, pois ele pode revelar algumas informações sobre a sua saúde.

Para ajudar a entender a importância da cor da nossa urina, o FazBem criou um conteúdo completo para falar sobre o tema. Acompanhe!

A cor da urina pode revelar informações importantes sobre a nossa saúde

Produzida pelos rins a partir da filtragem do sangue, a urina é um dos principais mecanismos do corpo para eliminar as substâncias desnecessárias para o nosso metabolismo.1

Mais de 60% do corpo humano adulto é composto de água. Ela é fundamental para o funcionamento do organismo, visto que ela transporta nutrientes para a regular a temperatura corporal, entre outras funções.2

Certamente, você já dever ter ouvido por aí que o ideal é beber 2 litros de água diariamente, mas essa informação não está de toda certa nem errada. Na verdade, a quantidade de água a ser ingerida depende de uma série de fatores que podem incluir quantidade de exercício realizado até a temperatura do ambiente em que estamos.2

Nem água de mais, nem água de menos. Para manter-se hidratado da forma correta, o ideal é perguntar para o seu médico a quantidade ideal de consumo de água para você.1,2

Agora que esclarecemos a relação da água com o nosso corpo, vamos voltar a falar sobre como ela é eliminada.

Segundo matéria publicada no portal de notícias da Secretária de Saúde do Estado de São Paulo, diariamente, os rins, após filtrarem o sangue, produzem entre 1,5 e 2 litros de urina para eliminar as toxinas do nosso organismo.3

A água corresponde a 95% da composição da urina, enquanto 5% são de minerais e outras substâncias. Dependendo da quantidade de ingestão de líquidos, consumo de determinados alimentos, medicamento ou da presença de algum problema de saúde, a cor e aspecto da urina pode sofrer alterações. 3

Por isso, é importante ficar atento as mudanças de cor.

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Confira o que as 8 cores do xixi indicam

Segundo orientações do médico Nefrologista Dr. Marco Alexandre Vieira, da fundação Pró-Rim, é importante observar a cor da urina. Esse ato pode prevenir e detectar, de forma precoce, problemas de saúde.4

A urina pode apresentar variações de amarelo citrino e amarelo-claro, até cores mais escuras, como marrom. Confira o que elas podem significar. 4

1. Urina Transparente

A urina transparente pode ser um sinal de que você está tomando bastante água. Falando nisso, você sabia que beber água em excesso também pode fazer mal à saúde? Embora a hidratação seja fundamental para saúde, o exagero do consumo de água pode alterar a concentração dos íons do corpo e causar inchaço e mal-estar. 4,5,6

2. Amarelo-Claro

Essa é a cor ideal da urina, entre amarelo-claro e amarelo dourado. Se você não estiver sentindo nenhum sintoma como ardência, dor ou dificuldade para urinar, significa que seu organismo está bem hidratado. 4,5,6

3. Amarelo-Intenso

Esse tom de amarelo indica que a urina está mais concentrada, uma situação muito comum para a primeira urina da manhã, uma vez que passamos várias horas sem ir ao banheiro e sem tomar água.

Dessa forma, caso essa tonalidade apareça durante o dia ainda é considerada normal, mas é importante ressaltar que caso essa tonalidade aparece durante o dia, ela está indicando que seu corpo está funcionando corretamente, mas que você precisa ingerir mais água, pois o corpo está com um leve grau de desidratação. 4,5,6

Dessa forma, você deve começar a pensar em beber mais água.

4. Âmbar ou mel

A urina de coloração amarelo-escuro pode indicar níveis altos de desidratação, o que pode ser facilmente resolvido com o aumento de ingestão de água. É importante beber mais água. 4,5,6

Caso esse tom permaneça por vários dias ou passe do amarelo-escuro para cor de mel, pode ser sinal de desidratação profunda ou de um problema no fígado.

Nesse caso, vale a pena procurar um médico para realizar um check-up e tirar todas as dúvidas. 4,5,6

5. Laranja

A cor da urina alaranjada pode indicar a falta de água, a presença de pigmentos alimentares com corantes, concentração de vitamina C, assim como de alguns medicamentos. 4,5,6

No entanto, é necessário ficar atento pois, caso a cor persista, pode ser uma indicação de problemas, como na vesícula ou doenças do fígado. Por isso, se a situação não se normalizar, consulte um profissional da saúde, realize um check-up e tire todas as dúvidas. 4,5,6

6. Rosa ou avermelhado

A urina de cor rosa ou avermelhada pode ser ocasionada por quatro elementos: pigmentos de alimentos, medicamentos, sangue ou toxinas. 4,5,6

Uma das causas mais comuns da urina rosa ou avermelhada é a grande ingestão de beterraba, mirtilo, amoras ou ruibarbo, o que não causa nenhuma ameaça para o organismo. 4,5,6

Essa tonalidade também pode indicar a presença de sangue, principalmente para as mulheres em período menstrual. Essa é uma alteração temporária que ocorre pela mistura de fluidos depois da eliminação e não apresenta problemas. Se esse não for o caso, é preciso investigar a causa da presença do sangue na urina. 4,5,6

Outro fator que também pode ocasionar essa coloração na urina é devido a toxinas como chumbo e mercúrio. Nesse caso, é importante ficar atento, pois as toxinas devem ser monitoradas cuidadosamente para evitar problemas à saúde. 4,5,6

Lembre-se: sempre que achar necessário procure um médico para realizar um check-up e tirar todas as dúvidas.

7. Acastanhada ou amarronzada

No caso de a urina apresentar uma coloração acastanhada ou amarronzada pode indicar desidratação grave ou problemas nos rins. 4,5,6

Alimentos e medicações também podem alterar a cor da urina, por exemplo, dietas ricas em favas, ruibarbo e babosa podem ocasionar uma urina marrom escura.  4,5,6

Mas é importante ficar atento, pois essa coloração pode indicar problemas de saúde. Caso a sua urina apresente essa cor, se a situação não se normalizar em alguns dias, consulte um profissional da saúde, realize um check-up e tire todas as dúvidas. 4,5,6

8. Azulada ou esverdeada

A cor azulada/esverdeada pode indicar o uso de medicação, alimentos ou indício de infecção bacteriana. 4,5,6

Geralmente, essas cores de urina são resultadas da ingestão de alimentos que contêm azul de metileno, um corante excretado pelos rins e que, quando misturado com a urina, acaba ocasionando essa tonalidade. 4,5,6

No entanto, essa cor também pode indicar problemas de saúde como infecção bacteriana. Em todo caso, se a situação não se normalizar em alguns dias, consulte um profissional da saúde, realize um check-up e tire todas as dúvidas. 4,5,6

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Quando procurar um médico?

Os cuidados com a saúde não são brincadeira.

Muitas vezes, ignoramos os sinais sutis que o nosso corpo envia para falar do que ele está precisando, seja fazer melhorias na hidratação ou até entender que está na hora de procurar ajuda dos profissionais da saúde. 4,5,6

Lembre-se que muitos problemas podem ser evitados com a realização de exames de rotina. 4,5,6

Você pode começar a cuidar melhor da saúde, desenvolvendo o hábito de observar a cor da sua urina. 4,5,6

Vimos, aqui, que a urina pode indicar como está o funcionamento do nosso organismo. Então, esse é um bom começo. Se você perceber qualquer alteração persistente na cor da urina, lembre-se de que ela deve ser investigada por um médico. 4,5,6

Sintomas como ardência, dificuldade ou dor ao urinar, aumento ou redução da frequência urinária também são motivos para buscar ajuda profissional. 4,5,6

Não espere apresentar um problema para ir ao médico. Faça visitas regulares e acompanhe a sua saúde de perto. 4,5,6

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Referências:
  1. https://www.spdm.org.br/imprensa/noticias/item/3030-voce-olha-seu-xixi-cor-da-urina-pode-indicar-problemas-na-saude
  2. https://drauziovarella.uol.com.br/alimentacao/quanta-agua-precisamos-beber-por-dia/
  3. https://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/o-que-a-cor-da-urina-pode-revelar-sobre-a-saude-dos-cidadaos/
  4. https://www.prorim.org.br/blog-artigos/a-cor-da-urina-pode-revelar-doencas/
  5. http://www.saude.ba.gov.br/temasdesaude/cordaurina/
  6. https://drauziovarella.uol.com.br/nefrologia/cor-da-urina-pode-indicar-doencas-renais/
BR-15408. Material destinado a todos os públicos. Nov/2021

Entenda por que a Candida auris foi apelidada de superfungo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou nesta semana o terceiro surto hospitalar de Candida auris no país. Dessa vez, o fungo foi identificado em amostras de urina de dois pacientes que estavam internados num hospital do Recife – um homem de 67 anos e uma mulher de 70 anos.

A levedura – tipo de fungo que possui apenas uma célula –  causa grande preocupação nas autoridades sanitárias por ser resistente à maioria dos fungicidas existentes. Em alguns casos, a todos. Isso levou a espécie a receber o apelido de superfungo.

Os organismos do reino Candida são velhos conhecidos da população. Eles causam infecções orais e vaginais bastante comuns nos seres humanos, as candidíases, que são combatidas com fungicidas vendidos em qualquer farmácia.

No caso da Candida auris, porém, as infecções têm se mostrado extremamente difíceis de curar. A espécie produz o que os cientistas chamam de biofilme, camada protetora que a torna resistente ao fluconazol, à anfotericina B e ao equinocandinao, três dos principais compostos antifúngicos.

A espécie é capaz também de infectar o sangue, levando a casos agressivos e muitas vezes letais. Além disso, acomete em geral pacientes graves, que permanecem por longos períodos em unidades intensivas de tratamento. Dos 18 casos identificados até agora no Brasil, dois resultaram em morte.

Candida auris se demonstrou ainda ser extremamente difícil de controlar, sendo resistente também à maioria dos desinfetantes. “Quando ela chega num hospital, raramente é eliminada”, disse à Agência Brasil o infectologista Flávio Teles, coordenador do Comitê de Micologia da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Não bastasse sua resistência, o patógeno é difícil de identificar, podendo ser confundindo, em laboratórios, com outras espécies de Candida. “Tem essa dificuldade para diagnosticar, porque há um desconhecimento sobre a nova espécie, então acaba podendo passar desapercebido”, frisou o médico infectologista Filipe Prohaska, um dos envolvidos na identificação do surto em Pernambuco.

No Brasil, dois laboratórios estão aptos a identificar a levedura por meio de procedimentos específicos: o Laboratório Especial de Micologia da Escola Paulista de Medicina (Lemi), vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifespe); e o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA).

Histórico

O superfungo foi primeiro identificado no Japão, em 2009, no ouvido de um paciente internado, o que levou ao nome auris – orelha, em latim. Desde então, casos foram reportados em ao menos 47 países, segundo dados compilados pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês).

Ao todo, foram cerca de 5 mil pessoas infectadas até agora em todo mundo. Foi o suficiente para a Candida auris ser considerada uma das principais ameaças à saúde pública global.

O nível de alerta cresceu bastante durante a pandemia de covid-19, que aumentou em muito o número de internações longas em todo o mundo. “Paciente com covid-19 grave fica muito tempo na UTI, fica tomando corticóide, fica em ventilação mecânica, fatores que são riscos para pacientes adquirirem infecções fúngicas. Tudo isso é um alerta”, disse Teles.

Ainda não é possível saber a origem da Candida auris que apareceu no Brasil. A espécie foi identificada pela primeira vez no cateter de um paciente num hospital de Salvador, em dezembro de 2020. Nesse primeiro surto, 15 pessoas foram infectadas. Uma única outra infecção foi identificada também em Salvador, em dezembro de 2021.

Outra característica que torna a espécie preocupante é sua capacidade de sobreviver por meses em superfícies como macas, móveis e instrumentos. É possível, por exemplo, que indivíduos saudáveis transportem o fungo entre unidades hospitalares sem saber.

A transmissão, contudo, se dá somente pelo contato direto com objetos ou pessoas infectadas, uma das poucas características que favorecem sua contenção. Até hoje, por exemplo, nunca foi identificada nenhuma infecção por Candida auris fora do ambiente hospitalar.

Por Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil – Brasília

FONTE: Agência Brasil

Escolaridade mitiga efeitos de lesões cerebrais na terceira idade

Um estudo liderado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) demonstrou que a educação está relacionada a melhores habilidades cognitivas e é um fator de proteção para diminuir sinais de demência na terceira idade.

Publicado pela revista científica Alzheimer’s & Dementia, o artigo ressalta a importância da escolaridade para mitigar os efeitos das lesões cerebrais na diminuição de habilidades cognitivas, como memória, atenção, função executiva e linguagem.

Os participantes do estudo que tinham alguma escolaridade apresentaram, na média, pontuações mais baixas na escala utilizada na pesquisa que mediu o comprometimento cognitivo, na comparação com quem não tinha educação formal.

Os resultados apontaram que aqueles com escolaridade apresentaram menor grau de deterioração das funções neurológicas e menos sinais de demência. Com isso, os pesquisadores associaram a escolaridade a uma maior reserva cognitiva.

O estudo observou 1.023 pessoas diferenciados entre aqueles sem educação formal, com 1 a 4 anos de escolaridade, e com 5 anos ou mais anos de escolaridade. Além disso, o trabalho analisou a ocupação profissional delas, definida como o trabalho que eles mais realizaram durante a vida e classificada entre qualificada (por exemplo, médico, professor, gerente), semiqualificada (lojista, motorista, segurança) e não qualificada (trabalhador agrícola, empregada doméstica, jardineiro).

No entanto, apesar de existir na literatura trabalhos mostrando que o tipo de ocupação poderia diminuir o risco de demência, tal resultado não foi observado no estudo da FMUSP. Segundo a professora Claudia Suemoto, primeira autora do estudo, somente a escolaridade, que as pessoas geralmente adquirem na primeira infância e na adolescência, parece diminuir esse risco.

Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil – São Paulo 

FONTE: Agência Brasil

Máscaras não afetam respiração ou trazem risco à prática de exercícios

Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo aponta que o uso de máscaras não afeta a respiração ou traz riscos para pessoas saudáveis na prática de exercícios físicos. Para o estudo foram avaliados 17 homens com idade média de 30 anos e 18 mulheres com faixa etária média de 28 anos, todos saudáveis.

“A gente fez com o objetivo de investigar se o uso das máscaras durante o exercício atrapalhava o desempenho, o funcionamento do corpo em pessoas que fazem atividade física regular, mas não são atletas”, explica o professor Bruno Gualano, responsável pelo estudo. Para isso, os participantes da pesquisa correram em uma esteira com e sem máscara de proteção, com monitoramento da respiração, oxigenação do sangue e função cardíaca.

Para o trabalho, os participantes usaram uma máscara de pano com três camadas, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde. Os exercícios foram realizados em diversas intensidades.

Nos níveis de esforço moderado e intenso foi verificada apenas uma pequena alteração no esforço de inspiração. “Nós observamos, especificamente, com o uso da máscara um aumento na capacidade inspiratória. O indivíduo tinha que inspirar mais com a máscara do que sem ela”, explica Gualano. Fora isso, porém, o corpo se adapta ao item de proteção e não houve mudanças na resposta do corpo das pessoas. “Não alterou débito cardíaco ou saturação de oxigênio, que era uma preocupação que se tinha”, acrescenta o professor.

No esforço considerado crítico, que é a máxima carga de exercício que a pessoa consegue desenvolver, o estudo apontou que houve perda de desempenho. De acordo com Gualano, ao contrário do que acontece nas outras intensidades, o corpo não consegue compensar a dificuldade adicional que a máscara impõe à respiração. Assim, as pessoas acabam chegando ao limite mais rápido do que chegariam sem o uso da proteção facial.

Porém, nem mesmo nesse nível de esforço foram constatadas alterações significativas na oxigenação do sangue ou na função cardíaca. “Não tem nenhuma alteração fisiológica sugestiva que possa incorrer em risco à saúde do praticante”, enfatiza o professor da Faculdade de Medicina.

O nível chamado de crítico de esforço é quando, explica Gualano, a pessoa que está se exercitando é incapaz de falar durante a tarefa. Nos níveis moderado e intenso, o praticante conseguiria falar, ainda que ofegante.

Para manter a boa saúde e até por razões estéticas, os níveis moderado e intenso são, segundo o professor suficientes. “Essa intensidade é suficiente para promover todos os benefícios que a gente conhece do exercício físico”, ressalta.

Apesar dos resultados dos testes mostrarem que o uso de máscara afeta pouco fisicamente os praticantes de exercício, no questionário aplicado aos participantes foram registradas diversas queixas em relação ao item de proteção.

“No geral eles se sentiam muito mal com o uso da máscara. As pessoas reclamavam que com a máscara sentiam mais calor, desconforto, maior fadiga, resistência”, enumera o pesquisador.

Por Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil – São Paulo

Fonte: Agência Brasil

Médicos alertam para importância de consumir mais líquidos no verão

A temporada do verão pode trazer impactos negativos para o funcionamento dos rins. O alerta é da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) em campanha em suas redes sociais, que se estenderá por todo o ano de 2022, destacando o dia 10 de março, quando se comemora o Dia Mundial do Rim. O Brasil é líder global da campanha de prevenção primária à doença renal.

Em entrevista hoje (6) à Agência Brasil, a médica Andrea Pio de Abreu, secretária-geral da SBN, explicou que na estação do verão há uma maior necessidade de se ingerir líquidos. “Com o calor, a gente sua mais. E é muito perigoso que as pessoas acabem não aumentando a quantidade da ingestão líquida, de preferência água e bebidas naturais, apesar de estarem suando muito”.

Em faixas etárias extremas, que englobam pacientes idosos e pediátricos, muitas vezes a pessoa já pode ter desidratação e nem percebe. O ativador da sede, que fica no cérebro, pode não apontar a necessidade de líquido. Acaba sendo necessário que a pessoa tenha o controle da ingestão de líquido suficiente. Por outro lado, muitos indivíduos acham, mesmo não estando no grupo de faixa etária extrema, que deve beber só quando está com sede. “A sede é um sinal de alarme, quando a pessoa já está desidratada”, disse a especialista.

Como os brasileiros moram em regiões distintas, desenvolvem atividades físicas diferentes e têm pesos variados, a dica da nefrologista é observar a coloração da urina. O ideal é que ela esteja amarelo clara. “Se tiver amarelo escuro, é sinal de que a pessoa está bebendo pouco líquido. Os rins sofrem com a desidratação. Esse é o primeiro ponto que a gente deve ter cuidado”, alertou.

Infecção

Outra questão que pode prejudicar os rins é que o calor no verão pode aumentar o risco de infecção urinária, principalmente em mulheres. Isso acontece porque, geralmente, as mulheres têm uma anatomia que já propicia o risco de infecção urinária, quando comparadas aos homens.

Segundo Andrea, no verão é muito frequente que as mulheres usem roupas íntimas úmidas, como biquínis, que permanecem molhados durante muito tempo, e mesmo calcinhas, que ficam úmidas pelo suor. Isso, segundo ainda a médica, pode propiciar o surgimento de microorganismos. E a falta de ingestão de água faz com que a urina fique concentrada e não seja liberada. “Muitas mulheres não vão ao banheiro muitas vezes para urinar, o que favorece também o crescimento de microorganismos.”

Outro problema apontado pela médica é que os pacientes que já têm outro fator de risco, diminuir a ingestão de água pode propiciar o surgimento ou desenvolvimento de cálculos renais. “Os cálculos renais envolvem vários fatores de risco. Um deles é a diminuiçaõ da ingestão de líquidos”.

Andrea salientou, contudo, que nem todas as pessoas que têm ingestão insuficiente de líquidos no verão vão ter cálculo renal. Do mesmo modo, nem todas as pessoas que bebem muitos líquidos na estação do calor estão livres de ter cálculo renal. “Mas para aquelas pessoas que têm outros fatores de risco, o fato de não beber água, sobretudo no verão, quando a temperatura está mais quente, faz com que elas possam aumentar a probabilidade de ter cálculo renal”.

A nefrologista Lygia Vieira, professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e diretora médica de Tratamento Intra-hospitalar da DaVita Tratamento Renal, alertou que as pessoas devem ficar atentas, porque o quadro de cólica renal é mais comum nessa estação do ano.

“Nessa época, o corpo desidrata mais facilmente e a ingestão de líquido nem sempre acompanha a necessidade de reposição adequada. Dessa maneira, a urina fica mais concentrada e propicia a formação de cálculos. Também no período de festas e férias, há maior consumo de bebidas alcoólicas, que inibe o hormônio antidiurético, estimulando assim a diurese tendendo à desidratação”, explicou. Ela recomenda que o serviço de emergência deve ser procurado nos quadros de dor lombar com ou sem hematúria.

Diálise

Dados da SBN mostram que cerca de 145 mil pacientes estão em terapia dialítica no Brasil, sendo 92,7% deles em hemodiálise. Para essa população, a doutora Lygia Vieira chama atenção para os quadros de falta de ar, aumento dos edemas e ganho de peso relacionados ao aumento da ingesta de líquidos.

Para Andrea Pio de Abreu, de modo geral, a orientação é que todo mundo beba líquidos de forma adequada, observe a diurese (produção e secreção de urina pelo rim) e aumente a ingestão de líquidos no verão. Ela ressaltou, entretanto, que para as pessoas que fazem diálise, a quantidade de líquido deve ser individualizada, porque há pacientes que urinam mais na diálise e pacientes que, simplesmente, não urinam.

A secretária geral da SBN disse que os pacientes que não urinam podem até ter mais sede no verão, só que não podem beber muita água. Eles vão precisar conversar com seu nefrologista para que ele recomende a quantidade de líquido que vão poder beber, levando em consideração a quantidade de diurese que eles têm. “Isso é muito importante entre os pacientes que já estão em diálise”, recomendou.

A médica disse que os pacientes que não chegaram ainda à diálise, mas têm doença renal crônica avançada, também precisam de orientação do nefrologista para saber quanto de líquido é interessante que tomem. “O médico vai pedir para medir a quantidade de urina do paciente, vai avaliar questões como edema, dar suporte nutricional adequado”.

Os líquidos incluem não só água potável, mas sucos, sorvetes, chás, café, açaí, gelatinas, refrigerantes, sopas.

Sal

Em relação ao sal, a recomendação é que o consumo seja abaixo da metade do que o brasileiro consome, que é entre 11 e 12 gramas por dia. “Isso é muito”, disse Andrea. “O problema do sal é que ele tem vários impactos. Um deles é sobre a pressão arterial. Ele faz com que haja maior retenção de água no organismo. Com isso, há risco maior de aumentar a pressão arterial. Faz também com que pacientes que já tenham doença renal avançada inchem mais, retenham mais líquido dentro do corpo”, explicou.

Em grupos de pacientes que necessitam ter uma quantidade de líquido ingerida individualizada, como pessoas com insuficiência cardíaca ou pacientes com doença renal avançada, é frequente que eles sigam a orientação do volume de líquido, mas consumam comida industrializada, cheia de sal.

O que acontece é que a sede aumenta e qualquer líquido que eles vão ingerir vai reter no organismo. Andrea alerta que esse quadro aumenta a chance de ter edema. Ela disse que 70% do sal que as pessoas comem estão escondidos nos produtos industrializados. “Está presente, inclusive, em alimentos doces da indústria, como conservantes”.

Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

Fonte: Agência Brasil