Queda de idosos é responsável por 10% das emergências hospitalares

Você sabia que a queda é a segunda causa de morte em idosos? De acordo com o Ministério da Saúde, em dez anos – de 2013 a 2023 – o aumento foi de quase 100%. Aqui no Brasil 10 mil pessoas com mais de 60 anos morrem por ano em decorrência de um tombo.

Recentemente fomos surpreendidos com um grande número de pessoas famosas, com mais de 60 anos, que foram vítimas de tombos e consequentes internações. Apesar da surpresa, isso é muito mais comum do que se possa imaginar: ainda segundo dados do Ministério da Saúde, 70% dos idosos sofrem algum tipo de acidente dentro de casa. Rosa Yuka Sato Chubaci, professora de Gerontologia na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, explica que a queda pode ocorrer em qualquer momento da vida, mas, com o avançar dos anos, os idosos são as principais vítimas e os motivos são diversos, desde a falta de mobilidade até problemas de visão.

Os locais dos tombos são variados: escadas, telhados, lajes desprotegidas, além de quedas da própria altura, quando a pessoa desaba subitamente quando está em pé e sem apoio, mas o primeiro lugar continua sendo o banheiro, nele é onde ocorre o maior número de acidentes, e não apenas com os mais velhos, também acontece com os mais jovens. O tombo pode se dar quando a pessoa se senta ou levanta do vaso sanitário, por exemplo. A parte do corpo mais machucada é a cabeça, quase 14% dos que caíram foram hospitalizados por causa disso. “O piso molhado e escorregadio, a locomoção com dificuldade, normalmente arrastando os pés, são alguns dos motivos para as quedas”, explica a geriatra.

Emergência hospitalar

Ainda que na maioria das vezes não leve à morte instantânea, a queda de idosos é a razão de aproximadamente 10% das emergências hospitalares. A situação é mais complicada do que possa parecer, já que após a alta hospitalar o quadro do idoso dificilmente volta ao normal. Muitas vezes há restrição de mobilidade, ficando restrito ao uso de cadeira de rodas, bengala ou andador, dificuldade para realizar atividades do cotidiano, perda cognitiva, isolamento e até depressão.

A casa precisa ser adaptada para a terceira idade. Itens e lugares de risco devem ser evitados, como degraus, tapetes, camas altas e móveis com cantos. Rosa explica que “a instalação de barras de apoio, corrimão, portas largas e fáceis de abrir, assim como janelas, ajudam o dia a dia das pessoas com mais de 60 anos.

Quando o assunto são as ruas das cidades, o cuidado deve ser redobrado, principalmente com as calçadas. A especialista em envelhecimento diz que o Brasil não tem calçadas adequadas para a mobilidade na terceira idade. “A importância de existirem políticas públicas para ajudar os brasileiros que estiverem nessa faixa etária é de extrema importância e vão desde atividades culturais e esportivas até casas de convivência”, afirma.

A Universidade de São Paulo tem o Programa 60 +, criado há 30 anos por iniciativa da professora Eclea Bosi, seu principal objetivo sendo o de possibilitar ao idoso o aprofundamento de conhecimentos em áreas de seu interesse. Atendendo aos critérios da ONU e Unesco, prioriza-se a idade a partir de 60 anos.

FONTE: Jornal da USP

Medicamentos potencialmente inapropriados para idosos exigem cautela antes de ser prescritos

Medicamentos potencialmente inapropriados para idosos (MPI) têm se tornado uma preocupação crescente no mundo da medicina. Lincoln Marques, farmacêutico clínico e doutorando da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, explica que esses medicamentos, listados pela Sociedade Norte-Americana de Geriatria desde 1991, são atualizados a cada três anos e trazem riscos específicos para pacientes idosos. “Devemos ficar atentos à idade do paciente e saber se os medicamentos vão trazer mais risco do que benefício. A lista traz aqueles medicamentos que podem trazer mais risco para os pacientes que têm acima de 65 anos”, afirma.

Esses medicamentos incluem aqueles que podem provocar reações adversas significativas, dependendo do grupo do paciente, seja devido ao envelhecimento ou a alterações metabólicas. O especialista destaca que, embora muitos remédios sejam amplamente usados e considerados seguros, a idade avançada e o uso prolongado podem aumentar os riscos, exigindo uma avaliação cuidadosa antes da prescrição.

Consequências de cada medicamento

Além dos efeitos dos MPI, Marques fala sobre a importância da relação risco-benefício na medicina. A escolha de um medicamento não depende apenas de seu potencial para aliviar sintomas, mas também dos efeitos adversos e do perfil do paciente. “Quem prescreve é geralmente o médico, mas a avaliação, principalmente em hospitais, é feita também pelo farmacêutico. Ele também pode estar fazendo análise desse risco-benefício”, pontua.

Ele ainda informa que, na indústria, geralmente os testes desses medicamentos são feitos com pacientes saudáveis, e complementa: “Isso deixa de fora grupos vulneráveis, que seriam as crianças, as gestantes e também os idosos. E aí essa lista sempre traz, a cada três anos, os artigos e estudos que vão sendo publicados em outras populações, para saber que tipos de reações os pacientes estão tendo e, a partir disso, trazer quais são os potencialmente inapropriados”. Segundo o farmacêutico, os medicamentos da parte neurológica, como os para insônia, estão entre os que exigem mais atenção.

Situações específicas dos pacientes

A lista de MPI também é uma referência internacional e amplamente usada no Brasil. O doutorando observa que, com o avanço da idade, aumenta-se o número de medicamentos usados por um paciente, o que pode trazer riscos de interações medicamentosas. “Quando a pessoa vai envelhecendo, alguns desses medicamentos deixam de funcionar da forma mais adequada e quando nós vamos fazer a análise do uso desses medicamentos temos que fazer não só a partir das interações medicamentosas, mas também outras coisas, que seja a reação adversa ou saber se a pessoa tem uma função cognitiva, se ela vai estar sendo prejudicada através desses medicamentos ou não”, comenta.

Marques explica que alguns medicamentos, como os utilizados para colesterol, para terem uma maior efetividade, possuem um prognóstico de vida mais curto, de até no máximo dois anos. “Então, não teria necessidade de adicionar esse medicamento, de manter ele, já que não vai ter tanto benefício assim. Vai trazer mais risco, por exemplo, para os rins do paciente. Eles podem prejudicar. E aí, nós, a equipe de farmácia, em conjunto com a equipe médica, conversamos para conseguir tirar esse medicamento”, afirma.

Além da vigilância com medicamentos específicos, o farmacêutico destaca a importância da personalização do tratamento, considerando fatores como função cognitiva e capacidade de metabolização, que podem ser diferentes em pacientes idosos. Marques reforça que nem todos os medicamentos listados como MPI são proibidos, mas exigem monitoramento rigoroso.

O especialista também reforça a contraindicação da automedicação, sendo necessária a procura da orientação de um profissional adequado. “Mas nem todo médico, nem todo prescritor tem conhecimento dessa lista. Às vezes, ele acaba prescrevendo o medicamento. Por isso que é sempre bom o farmacêutico estar dando uma olhada, porque nós somos treinados para individualizar cada tratamento para cada paciente”, conclui.

*Estagiária sob supervisão de Moisés Dorado

FONTE: Jornal da USP

Tratamento contra hipertensão pode diminuir o risco de demência

Pesquisadores brasileiros que participaram da análise de pacientes em 15 países destacam potencial do programa de acompanhamento de diabete e hipertensão do SUS na prevenção da demência

Idosos que fazem tratamento com medicação para hipertensão têm menor risco de desenvolver demência do que aqueles que não se tratam. A conclusão é de uma análise que reuniu os dados de 17 estudos populacionais, abrangendo 34.519 participantes em 15 países, feita pelos cientistas do Cohort Studies of Memory in an International Consortium (Cosmic), grupo que estuda fatores de risco, proteção e biomarcadores do envelhecimento cognitivo e demência. O artigo com os resultados do trabalho foi publicado pela revista científica Neurology em 14 de agosto.

O Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) participou da pesquisa com o estudo populacional São Paulo Ageing & Health Study (SPAH), realizado com pessoas acima de 65 anos, o qual apontou que em 26,3% dos pacientes a hipertensão não era tratada. Os pesquisadores do IPq destacam o potencial do programa de acompanhamento de diabete e hipertensão do Sistema Único de Saúde (SUS), o Hiperdia, para demonstrar à população brasileira a importância da prevenção dessas doenças, como também da demência.

“A multimorbidade, ou seja, ter várias doenças crônicas ao mesmo tempo, é um problema de saúde cada vez mais frequente no Brasil e no mundo.

 Ela dificulta o tratamento, piora a qualidade de vida e aumenta o número de mortes prematuras”, afirma ao Jornal da USP a pesquisadora Marcia Scazufca, do IPq, uma das integrantes do grupo que elaborou o artigo.

“A hipertensão arterial sistêmica [HAS] ou ‘pressão alta’, além de ser a doença crônica mais prevalente entre adultos e idosos, é o fator de risco modificável mais importante para outras comorbidades, como distúrbios cardiovasculares e demência”.

Diante da inconsistência dos resultados, os pesquisadores associados ao Cosmic realizaram uma análise que combinou dados de 17 estudos populacionais, abrangendo 34.519 participantes residentes nos 15 países do consórcio (Estados Unidos, Brasil, Austrália, China, Coreia, Singapura, República Centro Africana, República do Congo, Nigéria, Alemanha, Espanha, Itália, França, Suécia e Grécia).

Prevenção

“O critério para a análise foi não ter demência na inclusão do estudo e ter diagnóstico confiável de hipertensão”, descreve a pesquisadora. “A avaliação de demência foi realizada pelo menos duas vezes, no começo e no seguimento do estudo, em média 4,4 anos após a análise inicial.”

Considerando todos os estudos, a maioria (58,4%) dos participantes eram mulheres e a idade média foi de 72,5 anos. “Como esperado, a prevalência de hipertensão foi alta, considerando todos os 17 estudos, chegando a 60,1%, cerca de dois terços dos participantes. As pessoas analisadas foram divididas em três grupos: 35,5% eram saudáveis, 50,3% tinham hipertensão e recebiam tratamento, 9,8% não se tratavam e 4,4% tinham diagnóstico inconclusivo”, relata Marcia Scazufca. “Participantes com hipertensão que não faziam tratamento com medicações anti-hipertensivas tiveram aproximadamente 42% maior risco de ter demência quando comparados a idosos que tinham hipertensão e recebiam tratamento. Este resultado foi observado para participantes de qualquer idade a partir dos 60 anos.”

A pesquisadora salienta que o estudo brasileiro de base populacional (SPAH) faz parte da análise feita pelo consórcio Cosmic, e contribuiu para as análises apresentadas no artigo. “O trabalho incluiu 2.072 pessoas com 65 anos ou mais, residentes em áreas de baixa renda da região oeste de São Paulo, algumas muito próximas do campus da USP na Cidade Universitária”, descreve. “Entre os participantes, 60,6% eram mulheres, aproximadamente 70% tinham entre 65 e 74 anos, 50% tinham renda de um e meio salário mínimo e 90% apresentavam até três anos de escolaridade.”

A prevalência de hipertensão no grupo de idosos analisado foi de 80,4% e, entre eles, aproximadamente três quartos faziam tratamento com medicação hipertensiva. “No entanto, um quarto dos idosos com hipertensão não fazia tratamento, que o artigo sugere como um dos muitos fatores ao longo da vida que aumentam o risco do desenvolvimento da demência”, destaca a pesquisadora. “Educar a população e os profissionais de saúde sobre as vantagens do tratamento da hipertensão, entre eles a prevenção da demência, é fundamental para melhorar a oferta e adesão aos tratamentos.”

A demência é uma doença crônica progressiva que ainda não tem tratamento. “A prevenção dos seus fatores de risco ainda é a melhor forma de prevenir ou retardar o seu início”, observa. “Apesar de uma minoria dos participantes do SPAH (26,3%) não estarem recebendo tratamento para hipertensão, eles estavam mais expostos a um fator de risco que poderia ser prevenido.”

“A educação em saúde, parte importante do Hiperdia, pode informar a população sobre a relevância do tratamento da hipertensão também para a prevenção da demência, além de outras doenças crônicas”, aponta. Para a pesquisadora, a educação em saúde é o primeiro passo para a população e os profissionais de saúde entenderem e aderirem a intervenções baseadas em evidências. “A principal mensagem deste artigo é que o tratamento da hipertensão é importante para a prevenção da demência em todas as fases da vida”, conclui a pesquisadora do IPq.

O estudo SPAH recebeu financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Wellcome Trust, instituição de apoio à pesquisa do Reino Unido. Os pesquisadores responsáveis pelo trabalho são Marcia Scazufca, Paulo Rossi Menezes, da FMUSP, e Homero Pinto Valada, da FMUSP e do IPq.

Mais informações: scazufca@usp.br, com Marcia Scazufca

FONTE: Jornal da USP

Treino físico pode recuperar funções do fígado em idosos

Combinação de exercícios aeróbicos e de força restaurou a expressão do gene Bmal1 que estava diminuída no fígado de camundongos idosos

Uma pesquisa recente, publicada na revista científica Life Sciences, mostra que, em camundongos idosos, além de força, coordenação e equilíbrio, a rotina de exercício físico melhora a sensibilidade à glicose e restaura a expressão do gene Bmal1, uma das proteínas mais importantes do ciclo circadiano (o “relógio biológico”). No fígado, ela controla a glicose, o colesterol e o metabolismo dos ácidos graxos.

O estudo, conduzido em animais, reuniu pesquisadores das três universidades públicas paulistas, USP, Unesp e Unicamp, além da norte-americana Tufts University (Massachusetts), para analisar os efeitos do envelhecimento e do exercício físico nos genes e proteínas do fígado envolvidos no ciclo circadiano, que tende a ficar menos eficiente com a idade avançada.

Ao falar sobre o ritmo circadiano, Ana Paula Pinto, pesquisadora que atua junto ao professor Adelino Sanchez Ramos da Silva, da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP, explica que se trata de uma espécie de relógio localizado no cérebro que regula diversas funções do corpo durante as 24 horas do dia. Esse relógio responde aos períodos de luz e de escuridão, ajustando temperatura corporal, sono e secreções hormonais, entre outras funções. Nos idosos, esse sistema pode se alterar oferecendo “risco aumentado de doenças como a hipertensão, que é a pressão alta, e diabete”.

Como resultado mais expressivo da pesquisa, a equipe verificou que o envelhecimento diminuiu os níveis do gene Bmal1, que, depois, foram restaurados pelo treinamento físico. O que significa dizer, argumenta Ana Paula, que a atividade física contribui para a regulação adequada do ritmo circadiano, ajustando as funções biológicas do fígado. Outro ponto de destaque do trabalho foi verificar que o exercício físico pode evitar a degeneração das células hepáticas, prevenindo doenças do envelhecimento, como diabete, por exemplo.

O fígado é um órgão central do metabolismo e a Bmal1 “uma das proteínas mais importantes do ciclo circadiano que, no fígado, regula genes responsáveis pelo controle da glicose, síntese de colesterol e metabolismo dos ácidos graxos”, continua a pesquisadora, destacando que a Bmal1 se junta com outra proteína, chamada Clock, para formar “um complexo que se liga ao DNA e ativa a transcrição de outros genes que regulam o ritmo circadiano, que é controlado por genes ‘relógio’ e suas proteínas associadas”. A ativação desses genes e proteínas regula atividades biológicas responsáveis por diversas funções metabólicas, como sono e fome.

Recuperação de proteínas e células degeneradas

Os pesquisadores escolheram o exercício físico combinado (atividade aeróbica e de força) para o treinamento dos animais de laboratório: idosos com 24 meses de vida. O motivo, explica Ana Paula, é a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que os adultos com 65 anos ou mais realizem, semanalmente, 150 minutos de atividade aeróbica de intensidade moderada ou 75 minutos de intensidade vigorosa, bem como dois ou mais dias de atividade de fortalecimento muscular.

Experimentos mostraram que camundongos idosos treinados aumentaram força, coordenação e equilíbrio, melhoraram a sensibilidade à glicose e restauraram os níveis da Bmal1 e dos fatores de transcrição mitocondrial – Gráfico cedido por: Ana Paula Pinto

 

Foram utilizados camundongos idosos (24 meses) e camundongos jovens (6 meses), todos divididos em dois grupos, os sedentários e aqueles que passaram pelo protocolo de treinamento combinado: três dias de exercícios aeróbios (corrida na esteira) e dois dias de exercício de força (subir escada com peso). O treino foi semanal e aplicado por três semanas seguidas.

Ao final do experimento, o fígado dos animais foi removido e submetido a múltiplas análises que identificaram a expressão de genes e proteínas específicas. Além disso, para efeito de comparação, foram analisados também dados públicos de um conjunto de fígados humanos de diversas idades e condições clínicas. Os cientistas analisaram também um modelo experimental de camundongos knockout Bmal1 (animais sem a presença desse gene).

Entre os resultados, a equipe de pesquisadores verificou que os camundongos idosos sedentários apresentaram menor força, coordenação e equilíbrio, bem como diminuição da proteína Bmal1 e presença de células hepáticas degeneradas. Já os idosos treinados aumentaram força, coordenação e equilíbrio, melhoraram a sensibilidade à glicose e restauraram os níveis da Bmal1 e dos fatores de transcrição mitocondrial (genes e proteínas para avaliar a função e integridade das mitocôndrias, fonte de energia celular).

A análise dos mesmos indicadores nos dados humanos mostrou forte relação com doenças hepáticas específicas, não apenas com o envelhecimento. Segundo Ana Paula, provavelmente as alterações observadas nos órgãos dos animais, provocadas pelos exercícios físicos, podem depender de treinamento de longo prazo.

Prevenção de doenças hepáticas

O envelhecimento está associado a grandes alterações estruturais no funcionamento do fígado, como as da homeostase das células do órgão, isto é, às mudanças nos processos fisiológicos coordenados e ajustados pelo fígado ao longo do dia, processos estes responsáveis pelo funcionamento normal do organismo.

O estudo mostra efeitos benéficos da prática de atividade física para o fígado, reduzindo a gordura hepática, contribuindo para o controle glicêmico e para a redução dos danos celulares e das disfunções fisiológicas causadas pelo envelhecimento.

Desta forma, a pesquisadora diz que o treinamento físico combinado representa um fator de prevenção de doenças do fígado, como a esteatose hepática, também conhecida como doença hepática gordurosa ou gordura no fígado. A manutenção da boa saúde do fígado é fundamental para o funcionamento do organismo como um todo, afinal, esse órgão desempenha diversas funções no corpo (como citado acima).

Restauração de parte da força perdida com a idade

A prática de exercícios físicos é, sabidamente, importante para manter uma vida saudável em todas as idades. Para idosos, a OMS recomenda prática de, pelo menos, 150 a 300 minutos semanais de atividade aeróbica moderada ou 75 a 150 minutos semanais, de aeróbica intensa, como forma de ajudar a evitar diversos problemas de saúde, entre elas, doenças cardíacas, obesidade e diabete.

Ana Paula lembra ainda que, de acordo com inúmeros estudos, os exercícios beneficiam a performance física dos idosos: equilíbrio, coordenação motora e força, por exemplo, confirmando que a atividade física é capaz de restaurar parte da força perdida por conta do envelhecimento. Os exercícios de resistência podem recuperar parte da massa muscular esquelética que é perdida com a idade, promovendo qualidade de vida, maior longevidade e independência. Como exemplo desse impacto na melhora da condição física, Ana Paula lembra da redução do número de quedas, uma das principais razões das fraturas ósseas em idosos.

Nos laboratórios da EEFERP, o estudo foi desenvolvido pela equipe do professor Silva, com destaque para Ana Paula e seu colega de pós-doutorado, o pesquisador Vitor Rosetto Munõz, que investiga as alterações metabólicas no processo de envelhecimento e as relações com o exercício físico.

Mais informações: anapp_5@usp.br, com Ana Paula Pinto

*Estagiário sob orientação de Rita Stella

FONTE: Jornal da USP