Projeto Missão Peregrina faz a diferença na vida de crianças na periferia de São Paulo

A iniciativa da ONG Teceranda tira centenas de crianças de situações de risco através da educação, esporte, cultura e lazer.

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Você já viu uma criança sozinha na rua ao passar por uma das periferias do país? Se sim, talvez tenha se perguntado onde estariam os seus pais, porque ela não está em casa ou na escola, ou tenha tentado encontrar razões para ela se encontrar em uma situação tão vulnerável. Principalmente, você pode ter se perguntado se existe alguém fazendo algo por essas crianças.

Há mais de 20 anos, O Projeto Missão Peregrina vem trabalhando para descobrir o nome e história por trás de cada uma dessas crianças e tirá-las de situações de risco e vulnerabilidade em Cabuçu, Guarulhos, na região metropolitana da capital paulista.

Formado por um grupo de profissionais e voluntários, muitos dos quais já passaram pela mesma situação, o projeto visa integrar essas crianças a uma rede de apoio e proteção contra todo tipo de abuso e reforçar a sua formação educacional e cidadã.

Cerca de 100 crianças são matriculadas anualmente na Escolinha da Tia Dê, o espaço onde o Projeto Missão Peregrina oferece, no contraturno escolar, atividades diárias de cunho socioeducativo com crianças de 3 a 12 anos, priorizando a complementação escolar e esportiva, arte, cultura e lazer. Em outras palavras, além de promover a formação educacional, o projeto também os mantém seguros e longe de riscos enquanto os seus pais estão trabalhando.

O projeto é uma iniciativa da ONG Teceranda, uma organização não-governamental sem fins lucrativos que tem como missão “a busca por uma sociedade formada por indivíduos que são capazes de cuidar do outro e exercer a justiça social” em busca de um mundo com mais pessoas capazes de quebrar o ciclo de vulnerabilidade individual e comunitária. A ONG também já desenvolveu projetos com o Arte, Mulher e Memória Cultural em Alagoas entre 2016 e 2019.

A 50+ SAÚDE acredita que o seu papel social se estende além de nossos clientes e colaboradores. Por isso e, em reconhecimento à qualidade e importância de seu trabalho, apoiamos a ONG Teceranda e o Projeto Missão Peregrina mensalmente na manutenção de sua equipe, alimentação das crianças e outras necessidades.

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Juntos, podemos garantir que a Missão Peregrina faça ainda mais a diferença na vida de crianças da periferia de São Paulo.

Você pode colaborar das seguintes formas:

Doação mensal ou pontual:

PIX: 14 773 909 0001 97 (CNPJ Teceranda)

Doação de alimentos:

Telefone: (11) 99784-0714
Contato: Denise (Tia Dê)

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Projeto Missão Peregrina

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Você também pode fazer uma visita e conhecer as crianças pessoalmente:

Estrada do Sabão, 421, Jardim Doraly, Guarulhos-SP

ONG Teceranda

Telefone: (11) 99784-0714
Contato: América (Fundadora)
E-mail: teceranda@gmail.com

Nova terapia para tratar a insuficiência cardíaca

Os microRNAs são moléculas com função regulatória fundamental para o metabolismo do corpo humano. Ao inibir a expressão de determinados genes, sua ação incide em vias bioquímicas e processos celulares essenciais para o organismo. Além disso, a alteração da expressão dos microRNAs tem sido associada a diversas doenças. A partir de experimentos com animais, pesquisa realizada na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP identificou microRNAs alterados pela insuficiência cardíaca e que tiveram sua expressão normalizada por meio do treinamento físico. Um deles, o micro-RNA 205, é diretamente responsável pelo metabolismo do músculo esquelético, afetado pela doença. A descoberta é um passo inicial para o desenvolvimento de medicamentos para insuficiência cardíaca que tenham os microRNAs como alvos terapêuticos.

“Nosso trabalho contribui com mais uma peça para o grande quebra-cabeça que é a busca por ferramentas e tratamentos para as doenças cardiovasculares”, afirma Bruno Rocha de Avila Pelozin, que realizou a pesquisa, sob orientação do professor Tiago Fernandes, da EEFE. “Também demonstramos uma regulação das alterações musculoesqueléticas por meio do microRNA-205. Por fim, mostramos o efeito dos treinamentos nesses mecanismos e alterações”, afirma.

O estudo realizou um mapeamento dos microRNAs expressos em ratos com insuficiência cardíaca. Os animais foram divididos em dois grupos, os que se mantiveram sedentários e os que realizaram uma rotina de exercício físico aeróbio durante dez semanas. As análises demonstraram um padrão de expressão completamente diferente entre os animais doentes e aqueles que realizaram o treinamento. Dentre os microRNAs analisados pela varredura, 15 tiveram a sua expressão alterada pela doença e restabelecida pelo exercício físico, e um deles, o microRNA-205, foi responsável por controlar as características estruturais e o metabolismo do músculo esquelético.

Após o período de dez semanas, avaliou-se: pressão arterial, função cardíaca, consumo de oxigênio (VO2 pico) e alterações metabólicas – Imagem: EEFE/USP

Treinamento físico

Por meio de biópsias de pessoas com insuficiência cardíaca, foi constatado que esse microRNA estava aumentado e que o treinamento físico aeróbio nesses pacientes foi efetivo em normalizar a sua expressão. A conclusão é relevante porque a insuficiência cardíaca reduz a eficiência do coração em bombear o sangue, diminuindo a irrigação sanguínea para os diversos tecidos do corpo. No músculo esquelético, isso pode culminar na miopatia, cujo sintoma principal é a intolerância ao esforço físico, dificultando atividades cotidianas como subir escadas ou caminhar por distâncias mais extensas.

Visão microscópica do músculo esquelético. Imagem retirada da pesquisa original

Pela alteração do microRNA-205 com o quadro de insuficiência e sua normalização com o exercício físico, a molécula foi reconhecida como um potencial alvo terapêutico para o desenvolvimento, no futuro, de tratamentos para a doença. Pelozin comenta que a utilização farmacológica dos microRNAs ainda está em fase inicial, mas acredita que eles podem ser importantes ferramentas no combate às doenças cardiovasculares e seus efeitos periféricos.

A pesquisa foi realizada no Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular do Exercício da EEFE, e é descrita na dissertação de mestrado de Pelozin. Um artigo sobre o trabalho foi apresentado no XXX Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão, realizado entre os dias 10 e 22 de agosto de 2022, onde foi contemplado com o prêmio de Melhor Pesquisa Básica. Atualmente, o pesquisador está na fase de finalização dos experimentos em laboratório com cultura celular (células primárias musculares) para avaliar o ganho e perda de função do microRNA-205. Finalizada essa etapa, o trabalho será publicado e os estudos sobre o microRNA-205 serão expandidos.

Com informações da Seção de Relações Institucionais e Comunicação da EEFE

FONTE: Jornal da USP

Acúmulo de ácido úrico é sugerido como marcador para doença arterial

O acúmulo de ácido úrico no organismo está associado a uma maior espessura das paredes das artérias carótidas, vasos sanguíneos que conduzem o sangue até o cérebro. O resultado foi observado em uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) realizada com 4 mil participantes do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), integrado pelo Hospital Universitário (HU) da USP. O estudo demonstra que o nível de ácido úrico pode ser um marcador da aterosclerose, doença em que há acúmulo de gordura nas artérias do corpo, em estágio inicial, quando não apresenta sintomas.

As conclusões do trabalho são descritas em artigo publicado na revista científica Current Problems in Cardiology. “A aterosclerose é uma condição em que existe depósito de gordura, como o colesterol e outros lipídeos, na parede das artérias”, disse ao Jornal da USP o médico Filipe Martins de Mello, que realizou a pesquisa. “Isso leva progressivamente à diminuição do caminho de passagem do sangue até os órgãos e tecidos.”

“As consequências mais temidas da aterosclerose são o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular cerebral (AVC)”, ressalta o médico. “É difícil definir a prevalência de aterosclerose, mas estudos mostram que as doenças cardiovasculares, como o IAM e o AVC, seguem sendo a maior causa de mortalidade no Brasil.”

A pesquisa foi realizada com participantes do Elsa Brasil. “Ele é o maior estudo epidemiológico brasileiro dedicado a estudar os fatores associados a doenças crônicas não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares”, descreve Mello. “O estudo é multicêntrico e inclui várias universidades brasileiras, dentre elas a USP, pesquisando entre os seus funcionários.”

Na USP, o Elsa Brasil está sediado no Hospital Universitário (HU). “O estudo procurou determinar se existe associação entre níveis mais elevados de ácido úrico com a presença de aterosclerose subclínica, quer dizer, ainda em uma fase precoce”, relata o médico.

Recepção do laboratório do Hospital Universitário (HU), na Cidade Universitária, em São Paulo, onde está localizado um dos centros do Elsa Brasil, maior estudo epidemiológico brasileiro dedicado a estudar os fatores associados a doenças crônicas não transmissíveis – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

“Realizamos, em mais de 4 mil pacientes, ultrassom de carótidas, artérias do pescoço que levam sangue ao cérebro. Medimos a espessura dessas artérias e também fizemos tomografia computadorizada de artérias coronárias, localizadas no coração, para pesquisar a presença de cálcio. Ambas as medidas são indicativas de aterosclerose subclínica.”

O pesquisador explica que o acúmulo de ácido úrico acontece devido a um desbalanço entre sua produção e excreção pelo organismo. “Dietas ricas em proteína animal, ou ingestão de bebidas alcóolicas, sobretudo a cerveja, ou adoçadas com frutose, levam a um aumento da produção de acido úrico. Doenças renais e o uso de algumas medicações podem levar à diminuição da excreção de ácido úrico”, afirma. “Sabe-se que o ácido úrico participa de diversas reações no organismo, e em algumas dessas situações pode haver um efeito lesivo na camada mais interna das artérias, provocando possível aceleração do processo de aterosclerose.”

“O trabalho demonstrou que níveis mais elevados de ácido úrico foram associados com maior espessura das paredes das artérias carótidas”, aponta o médico. “Isso indica associação do ácido úrico com a presença de aterosclerose subclínica em nossa população estudada.”

A pesquisa é relatada no artigo Serum Uric Acid Levels and Subclinical Atherosclerosis: Results From the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (Elsa-Brasil), em que Mello é o primeiro autor. O trabalho foi orientado pelo professor Ricardo Fuller, da FMUSP, e teve a colaboração de Isabela Bensenor, Paulo Lotufo, Marcio Bittencourt e Itamar Santos, do Elsa-Brasil no HU.

Mais informações: e-mail filipimello@hotmail.com, como Filipe Martins de Mello

FONTE: Jornal da USP

Eficácia do Pilates no tratamento de dor lombar crônica

Pesquisa com pacientes recrutados no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) mostrou que o Pilates, mesmo sem associação de outros recursos terapêuticos como a diatermia (calor profundo), pode ser eficiente no tratamento da dor e dos sintomas depressivos e de ansiedade ligados à dor lombar crônica. Alguns estudos indicam que a dor lombar tem sido a principal causa de incapacitação de pessoas no mundo nas últimas três décadas, causando grande demanda aos serviços de saúde.

Segundo o estudo, comumente, a dor lombar está ligada à presença de músculos fracos, sem resistência e encurtados. Os exercícios de Pilates trabalham o fortalecimento e a estabilização de músculos profundos, como o transverso do abdômen, o multífido lombar e os músculos do assoalho pélvico, além de músculos globais que, no conjunto, são essenciais para a proteção da coluna, explica ao Jornal da USP a fisioterapeuta Sandra Amaral, autora da pesquisa. Como resultado, o paciente desenvolve uma musculatura mais forte e ganha amplitude dos movimentos livres de dor, melhorando assim a postura. “Além disso, os exercícios físicos contribuem para a liberação de opioides endógenos, substâncias internas do organismo que controlam a dor e causam bem-estar geral”, diz ela.

Na literatura médica, o tratamento térmico profundo via diatermia por ondas curtas tem sido indicado para redução da dor. A ideia é que “o calor posicionado em uma determinada região com dor promove a redução da rigidez articular e do espasmo muscular, o que leva a um aumento da atividade metabólica e mais aporte de oxigênio e nutrientes, estimulando o reparo do tecido conjuntivo e melhorando a dor”, relata Sandra Amaral. No estudo, no entanto, a associação do Pilates à diatermia não foi mais efetiva do que a prática isolada do Pilates.

Os resultados, obtidos em ensaio clínico randomizado (com sorteio aleatório dos voluntários da pesquisa) com 36 participantes, foram publicados no Brazilian Journal of Medical and Biological Research e fizeram parte da dissertação de mestrado de Sandra, defendida na FMUSP, sob o título Efeito da associação da diatermia por ondas curtas e exercícios baseados no Pilates na dor, depressão e ansiedade na lombalgia crônica inespecífica: ensaio clínico randomizado.

O tratamento

Durante o ensaio clínico, o tratamento foi aplicado em dois grupos diferentes de pacientes: o primeiro grupo recebeu 12 sessões de exercícios de Pilates conjugados com a geração de calor na região lombar via diatermia. O segundo (grupo controle) também realizou as sessões de Pilates, mas recebeu o “tratamento” por diatermia com o aparelho desligado – para que a pesquisa fosse capaz de diferenciar o chamado efeito placebo. Para ambos os grupos, as sessões de Pilates foram realizadas por 40 minutos, totalizando 12 exercícios com 15 repetições lentas cada e um intervalo de recuperação de três a cinco respirações. Todos os participantes foram instruídos sobre posturas melhores durante o sono e na execução de atividades da vida diária e do trabalho.

As avaliações foram realizadas no início do estudo, após três e seis semanas de tratamento e após três meses. As variáveis dor, depressão e ansiedade foram analisadas por meio do questionário de dor McGill, inventário de depressão de Beck e da escala de ansiedade – ferramentas técnicas que permitiram aos pacientes a descrição da intensidade e das experiências de dor e dos sintomas.

Resultados promissores

Segundo a pesquisadora, embora houvesse expectativa de que as duas técnicas conjugadas pudessem proporcionar melhores resultados aos pacientes, o estudo indicou que a diatermia contínua por ondas curtas não gerou melhora adicional nas variáveis avaliadas em pacientes com dor lombar crônica inespecífica em comparação com o grupo que recebeu tratamento placebo. Portanto, apenas exercícios baseados em Pilates foram suficientes para ajudar os pacientes com dor lombar crônica.

“Ambos os grupos de pacientes tiveram melhora da dor e da depressão durante todo o processo de tratamento, avaliado desde a primeira sessão até o follow up (seguimento) de três meses. Ou seja, o tratamento acabava na 12ª sessão, e após três meses realizávamos mais uma avaliação para saber se ele continuava tendo efeito positivo. Para as variáveis dor e depressão, este efeito continuou sendo positivo após três meses. Já para a variável ansiedade, o efeito foi positivo somente durante as sessões de fisioterapia com Pilates. No seguimento, a ansiedade voltou a subir.”

Raquel Casarotto, orientadora da pesquisa e professora do curso de Fisioterapia da USP, sugere que sejam feitos novos ensaios clínicos com foco especial na avaliação diária dos pacientes, para verificar efetivamente se a diatermia associada ao Pilates não traria efeitos significativos para a dor lombar. No estudo feito por Sandra Amaral, a avaliação foi feita em espaços de tempo maiores, no início do tratamento, após três e seis semanas, e após três meses.

Apesar do número relativamente pequeno de pacientes acompanhados e outras limitações do estudo, como a não divisão dos pacientes por idade, a autora da pesquisa diz que até o momento não havia nenhum ensaio clínico randomizado investigando a associação do calor profundo aos exercícios baseados no Pilates para dor lombar crônica. Assim, os resultados encontrados em sua pesquisa trazem dados preliminares, mas relevantes para subsidiar profissionais da área de saúde quanto à escolha e direcionamento da terapia mais adequada para alívio de dores lombares. Em sua opinião, isso significa economia de tempo, recursos e estrutura médica, contribuindo na eficácia do tratamento.

Adoecimento psíquico

Não foi por acaso que a pesquisa considerou os sintomas psíquicos associados à dor lombar: é muito comum uma pessoa que sofre de dor crônica ter concomitantemente depressão e ansiedade. Isto acontece porque a dor crônica, que tem como principal característica a não resolução do quadro clínico num intervalo grande de tempo, pode elevar o estresse e diminuir a qualidade de vida, trazendo a ansiedade e a depressão como consequências.

Ocorre também que a dor crônica diminui o volume da substância cinzenta cerebral, causando perdas cognitivas e alterações sensoriais, podendo contribuir para o aparecimento destes problemas.

Um estudo citado na pesquisa sugere que pacientes submetidos ao treinamento de Pilates tiveram suas funções mental e física melhoradas consideravelmente, diminuindo a depressão em 67% e a ansiedade em 53%. Uma possível explicação é que o Pilates aumenta os níveis de β-endorfina, um neurotransmissor que tem efeitos antidepressivos, diz a fisioterapeuta.

As causas de dores lombares são variadas e algumas vezes inespecíficas, com gatilhos indo desde fatores físicos – como ficar em pé ou caminhar por muito tempo, sentar-se ou deitar-se na mesma postura por períodos prolongados, levantar peso sem ter a musculatura condicionada – até fatores psicossociais e afetivos, como insatisfação no trabalho e a própria depressão.

Mais informações: e-mail sandramaral@alumni.usp.br, com Sandra Amaral

FONTE: Jornal da USP

Biocurativo acelera a recuperação de lesões cutâneas em diabéticos

Um dos grandes desafios enfrentados por quem sofre com diabete tipo 1 é a dificuldade de cicatrização da pele. Isso acontece porque, quando a doença não está bem controlada, há um excesso de açúcar na circulação sanguínea que dificulta a alteração da fase de inflamação para as fases de regeneração do tecido. Para combater essa complicação da enfermidade, uma equipe da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP testou um biocurativo criado pela startup In Situ Cell Therapy, sediada no Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto.

“Ele é feito com uma substância chamada hidrogel de alginato e contém células derivadas do cordão umbilical humano”, conta Daniela Carlos Sartori, que coordenou o trabalho no Laboratório de Imunorregulação de Doenças Metabólicas (LIDM) da FMRP.

Foram usadas as chamadas células mesenquimais, que secretam inúmeras moléculas bioativas com diferentes funções no processo cicatricial, como as citocinas e os fatores de crescimento responsáveis pela imunomodulação, angiogênese (a criação de novos vasos sanguíneos) e melhora da qualidade do tecido cicatrizado.

“O processo de criação do produto envolve a bioimpressão 3D, que foi feita com o apoio de uma empresa especializada e permite a confecção precisa [do curativo] de acordo com a área de aplicação e a correta distribuição das células mesenquimais pelo hidrogel, o que as mantêm viáveis durante o processo de impressão e de utilização”, explica Sartori.

O biocurativo 3D é considerado inteligente por conter células vivas, capazes de perceber os sinais emitidos pela lesão na pele e responder liberando citocinas e fatores de crescimento de acordo com a necessidade do tecido. Sendo assim, atua nas diferentes fases da cicatrização da pele, enquanto a maioria dos produtos convencionais visa apenas ao recobrimento da lesão ou ao tratamento de uma fase específica da cicatrização.

Para avaliar sua efetividade, os pesquisadores induziram o desenvolvimento de diabete tipo 1 em 18 camundongos. Depois de 15 dias, os animais foram anestesiados e os cientistas fizeram feridas de 1 centímetro quadrado (cm²) em suas costas, que imediatamente receberam curativos. Os roedores foram divididos em quatro grupos: animais sem diabete com curativos sem células mesenquimais, animais sem diabete com o biocurativo, animais com diabete com curativos sem células mesenquimais e animais com diabete com o biocurativo.

Após dez dias de tratamento, os animais com diabete tratados com curativos sem células mesenquimais apresentaram feridas com cerca de 50% de abertura, enquanto as feridas nos animais diabéticos que receberam o biocurativo inteligente estavam com cerca de 20% de abertura. Isso mostra que houve uma melhora significativa na cicatrização dos camundongos diabéticos que receberam o produto contendo as células mesenquimais, em comparação aos que não receberam.

Com base nos resultados das análises, publicados no periódico Regenerative Therapy, os pesquisadores destacam o efeito imunomodulador dos biocurativos, ou seja, sua capacidade de melhorar o funcionamento do sistema imune dos animais. De acordo com o artigo, o produto elevou a expressão do fator de crescimento TGF-beta, que estimula a síntese de colágeno e o reparo do tecido. O trabalho recebeu financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) por meio de dois projetos (18/14815-0 e 19/22013-3).

Para tornar possível o uso do biocurativo no tratamento de feridas em pacientes diabéticos, porém, ainda são necessários ensaios clínicos. Caso os resultados sejam positivos, será possível solicitar a aprovação do produto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O artigo Xenogeneic mesenchymal stem cell biocurative improves skin wounds healing in diabetic mice by increasing mast cells and the regenerative profile pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2352320422001286?via%3Dihub.

Este texto foi originalmente publicado por Agência Fapesp de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

FONTE: Jornal da USP

Medicamento com bactérias benéficas de fezes é caminho para tratar infecções intestinais

Aprovado nos Estados Unidos, o primeiro medicamento feito com bactérias poderá ser uma opção para substituir transplantes fecais. A droga busca tratar infecções recorrentes por clostridium em adultos que já receberam antibióticos e não responderam ao tratamento. Infecções desse tipo atingem 500 mil americanos por ano e matam de 15 a 30 mil pessoas, de acordo com autoridades de saúde dos Estados Unidos.

O especialista Alexandre de Sousa Carlos, do Departamento de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, esclarece sobre a ação das bactérias no organismo humano: “Nós sabemos que atualmente temos trilhões de bactérias. Teoricamente elas vivem todas em harmonia e, com isso, elas têm vários poderes benéficos para nossa saúde. Por alguns fatores externos, essa microbiota pode estar desequilibrada, o que chamamos de disbiose. E, com isso, trazer inúmeros efeitos deletérios para nosso organismo, um deles é essa infecção por uma bactéria que se chama bactéria do Clostridium, mais conhecida atualmente como clostridioide. Todos nós temos essa bactéria na nossa microbiota intestinal, mas, por alguns motivos, e o principal deles é o uso excessivo de antibióticos, essa bactéria fica patogênica e com isso ela começa a inflamar o nosso intestino”.

Tratamentos

A primeira opção de tratamento, conforme explica Carlos, é com antibióticos específicos, mas alguns pacientes podem não responder a eles corretamente: “[Os pacientes] precisam ter essa segunda linha de tratamento, que é tentarmos administrar novas bactérias para repopulacionar a microbiota intestinal de uma forma a restaurar o equilíbrio anterior e, com isso, ela mesmo combater essa citopatogênica”.

Uma das formas de equilibrar as bactérias é com transplante de microbiota fecal: “Por muito tempo, a gente fazia o transplante de microbiota fecal, que nada mais é do que transferirmos as fezes de um doador saudável, que não tem nenhum problema gastrointestinal, para o intestino desse receptor doente, de forma a restaurar esse equilíbrio da microbiota intestinal”. O médico complementa que os resultados dos transplantes são geralmente positivos, com uma taxa de resposta acima de 90%.

O novo medicamento

A novidade aprovada pela FDA (Food and Drug Administration) dos EUA representa uma alternativa mais simples de tratamento para esses problemas: “Quando a gente faz esse procedimento [transplante de microbiota fecal] por endoscopia e colonoscopia, que não deixam de ser um procedimento invasivo, às vezes o paciente nem tem condições de fazer esse exame, então, nas cápsulas com fezes, eles escolheram um doador com microbiota muito boa e eles administram essa cápsula ao receptor. Ao administrar essa cápsula, se substituiria o transplante por endoscopia, ou seja, já evitaríamos um exame invasivo e sedação. Então, tem efeitos benéficos e vemos com bons olhos”, diz Carlos.

A FDA aprovou o remédio com base em um estudo com a participação de 180 pacientes: 88% daqueles que tomaram as cápsulas não tiveram reinfecção após oito semanas, em comparação aos que receberam placebos. Para garantir a saúde intestinal, alguns hábitos cotidianos podem ser importantes: “Já têm trabalhos recentes mostrando que dieta à base de muitos alimentos ultraprocessados, alimentos embutidos e enlatados são deletérios, são maléficos para nossa microbiota, causam um desarranjo intestinal. O uso excessivo de antibióticos sem uma orientação também altera a nossa microbiota, o próprio estresse, por incrível que pareça, altera a nossa microbiota. Então, nós precisamos cada vez mais recuperar um estilo de vida mais saudável para tentar deixar a nossa microbiota intestinal equilibrada”, conclui.

FONTE: Jornal da USP

Tontura não é doença, é sintoma e acomete 30% da população mundial

A tontura pode estar atrelada a problemas causados por disfunções metabólicas e também por erros alimentares, segundo a especialista Camila de Giacomo Carneiro

Boa parte das pessoas é acometida pela tontura em algum momento da vida. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 30% da população mundial tem ou já teve esse sintoma. A falsa sensação de movimento, percepção de desmaio, perda de equilíbrio, cabeça pesada ou a sensação de flutuação podem ser alguns sinais da tontura, mas não indicam necessariamente uma doença.

A professora Camila de Giacomo Carneiro, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, afirma que várias sensações podem ser englobadas no termo tontura. “Sendo assim, ela é sintoma de uma doença ou de alguma disfunção, e não uma doença em si. Existem várias condições que podem causar tontura e o ideal é que essas condições sejam avaliadas por um médico”, complementa.

Um estudo realizado em 2012 pela Faculdade de Medicina da USP indica que cerca de 43% da população paulistana tem o sintoma de forma recorrente, com quase metade dos casos descritos em pessoas de meia-idade na faixa de 46 a 55 anos e cerca de 44% em idosos, sendo as mulheres as mais afetadas.

“A descrição dada pelos pacientes varia muito, eles podem descrever como uma sensação alterada de equilíbrio e posicionamento, como uma ilusão de movimento, sintomas perturbadores, alguns tipos acompanhados de náuseas e vômitos”, descreve Camila.

Tontura ou labirintite? 

Nem um, nem outro. Ao contrário do que se pensa, a tontura e a labirintite são termos distintos, que não estão diretamente associados. “De fato, a maior associação que se faz com a tontura é a labirintite. Nem toda tontura é labirintite, e a labirintite é um termo errado para se descrever a tontura, porque existem várias doenças do labirinto e a labirintite, inclusive, nem é a mais comum”, explica a professora.

Em termos gerais de saúde, como explica a especialista, a tontura pode estar atrelada a disfunções metabólicas e a erros alimentares. Dessa forma, aderir a uma vida mais saudável, juntamente com uma alimentação balanceada, evitando o consumo de certos alimentos ricos em estimulantes e carboidratos são algumas orientações prescritas por Camila.

“Para prevenir a tontura não existe uma medida específica. O ideal é saber se ela é causada por algum problema mais simples ou alguma doença. As medidas de prevenção estão associadas ao correto diagnóstico”, aponta.

Tratamento

Antes de iniciar o tratamento, é necessário entender o que está causando a tontura. Segundo a professora, isso varia bastante, já que cada caso possui uma particularidade. “O tratamento deve ser feito e orientado por um médico após um diagnóstico correto e individualizado. Ele pode incluir mudanças comportamentais, medicamentos, reabilitação do equilíbrio, entre outros”, descreve Camila.

Para ela, é fundamental a busca por um diagnóstico adequado na recorrência do sintoma para que o quadro do paciente não se agrave e traga riscos de queda e piora da qualidade de vida. “Especialmente na população idosa, devemos ficar atentos e cuidar para que esse sintoma não se torne recorrente”, alerta.

Por Eduardo Nazaré e Susanna Nazar

FONTE: Jornal da USP

Vivemos uma crise da saúde mental em escala global

A 1ª Semana de Saúde Mental da USP aconteceu do dia 15 ao 19 deste mês, sendo o dia 16 escolhido como o Dia da Saúde Mental da USP. A iniciativa coincide com o calendário nacional de celebração e luta em defesa da política de saúde mental brasileira. A programação completa pode ser encontrada no site da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP).

Iniciativa

“ Nós vivemos de fato uma crise da saúde mental em escala global. O cenário da pandemia trouxe agravamentos, mas é importante dizer que essa problemática em escala ampliada já vinha apresentando um crescimento pelo menos desde o início do século, com diferenças regionais importantes. O continente americano, o nosso país em especial, apresenta quadros mais acentuados do que o restante do planeta”, explica o professor Ricardo Teixeira, coordenador da área de Saúde Mental e Bem-Estar Social da PRIP.

Independentemente da pandemia ter sido um agravante, a questão da saúde mental precisa ser abordada, sobretudo nas universidades públicas brasileiras, como diz Teixeira: “A gente precisa falar também do cenário da universidade pública brasileira. A questão do sofrimento mental adquire contornos específicos, o que faz isso ganhar importância e sair de uma situação de ações isoladas, assumindo o caráter de uma política mais estruturada. No contexto da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, ela está alinhada também com as questões de permanência estudantil”.

Construção

A criação da Semana de Saúde Mental da USP mostra o compromisso com o assunto e também a intenção de manter uma regularidade na discussão: “A Semana de Saúde Mental na USP assina a importância do compromisso com a questão da saúde mental, incluindo ela no calendário. A ideia é que, regularmente a cada ano, voltemos a essa discussão. Ela foi organizada com o intuito de chamar atenção ao problema, reafirmar o compromisso com essa questão, convidar a universidade a refletir sobre essas questões e a ampliar o conhecimento sobre as políticas de saúde mental no nosso país”, comenta o professor. Existem pontos específicos no ambiente universitário, mas o contexto é mais amplo, ele envolve todo o País, e o ideal é aproximar o local com o nacional.

O especialista coloca que a construção da iniciativa visava a ser uma espécie de mostra sobre as diferentes práticas de cuidado, para que elas não fossem efêmeras, e sim políticas regulares: “Estamos num processo de construção dessa política. Evidentemente, desde que a PRIP foi criada, exatamente há um ano, procuramos responder a situações emergenciais, a lacunas importantes existentes em relação ao cuidado, mas nós permanecemos, em primeiro lugar, num processo de escuta da comunidade, dos diferentes grupos coletivos, procurando aprofundar também o diagnóstico”. Ele acrescenta: “Nós não partimos da ideia de que o entendimento dessa crise esteja completamente elucidado. Nós temos que ampliar o diagnóstico da situação na universidade, entender esse fenômeno e construir coletivamente uma política para o enfrentamento dessas questões”.

Cronograma

Teixeira explica que “a semana é uma oportunidade concentrada no tempo de uma reflexão que deve se dar de forma contínua para uma política de saúde mental para a comunidade”. São diversas iniciativas durante esses dias: desde filmes, palestras a práticas de cuidado com a saúde mental: “A programação é bastante extensa, ela é ofertada pela PRIP, mas também pelas unidades”, coloca o especialista.

Aproximar as políticas de saúde mental da Universidade com as do País, trazer o tema da pandemia para enfrentá-lo de forma mais direta e constante e ampliar o conhecimento e as oportunidades de experimentar práticas de cuidado com a saúde mental são três pontos fundamentais da iniciativa, segundo o coordenador. “Nós teremos que acionar vários dispositivos para indicar não só a multidimensionalidade da questão da saúde mental, mas que o seu enfrentamento também passe por práticas sociais no sentido da promoção de uma cultura do cuidado na Universidade de São Paulo”, complementa.

FONTE: Jornal da USP

Novo tratamento para osteoporose pode aumentar massa óssea em até 20%

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 10 milhões de pessoas convivem com a osteoporose no Brasil. Dessas, apenas 20% reconhecem a presença da doença em suas vidas. O dado apresentado revela a importância da discussão do tema, uma vez que, apesar de estar presente na vida de mulheres pós-menopausa com maior frequência, a osteoporose pode atingir outros grupos.

Novos tratamentos para combater a doença vêm sido desenvolvidos por grupos científicos, uma injeção que reduz a reabsorção óssea é um dos procedimentos mais recentes para a terapia e prevenção da osteoporose. Segundo Luciana Parente Seguro, reumatologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e do Laboratório de Investigação em Reumatologia, a busca pelo tratamento da osteoporose é uma questão de saúde pública.

Injeção

Os tratamentos para a osteoporose já existem e, na maioria das vezes, atuam nas células de reabsorção óssea, uma vez que esse processo contribui para o avanço da doença. Além disso, é interessante notar que grande parte deles precisam ser feitos com uma temporalidade regulada.

Uma injeção já conhecida, denominada Denosumabe, deve ser tomada a cada seis meses para controlar a reabsorção óssea. A nova injeção, no entanto, tem como objetivo aumentar a formação óssea em até 20% e é indicada para pacientes de alto risco. Os pacientes devem recebê-la mensalmente e, após um ano, o tratamento reabsorsivo deve ser iniciado.

Doença

Em primeiro lugar, é interessante notar que o gênero dos indivíduos apresenta relação com a osteoporose. Assim, ela se apresenta com maior frequência em mulheres, principalmente aquelas que se encontram na fase pós-menopausa, mas os homens também podem desenvolver a doença. Isso acontece, pois a redução da produção de estrogênio colabora com a diminuição da massa óssea.

O objetivo do tratamento da osteoporose é a prevenção de fraturas, que estão associadas com o aumento da mortalidade de alguns indivíduos. A professora comenta também sobre outros fatores de risco para o desenvolvimento da osteoporose, entre eles estão: o etilismo, o tabagismo, o peso abaixo do ideal e a ausência de uma rotina de exercícios físicos.

A fratura associada à osteoporose mais comum é a da coluna vertebral e está diretamente ligada à redução de altura dos indivíduos. “Evitar fraturas é importante, pois elas costumam acontecer mais de uma vez, assim, todo indivíduo que já sofreu uma, corre o risco de apresentá-la novamente”, explica Luciana.

Tratamento

É necessário entender que as medidas não farmacológicas apresentam influência tanto na prevenção quanto no tratamento. A especialista explica que existem alguns fatores de risco que são modificáveis e outros que não podem ser alterados (como a idade, por exemplo). Por esse motivo, a prevenção é baseada na ação em cima dos riscos modificáveis.

Entre os diversos caminhos que podem ser tomados para a prevenção e o tratamento da osteoporose estão: a presença de uma alimentação rica em cálcio, a manutenção da vitamina D com qualidade e a presença regular de atividades físicas. “O nosso osso é metabolicamente ativo e não apenas uma estrutura de sustentação, por isso, cuidar dele é tão importante para a saúde corporal”, completa a professora.

Doença de Alzheimer: onde estamos?

O Grupo de Estudos Rede Ciência, Arte, Educação e Sociedade (CienArtES) do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e o Programa de Pós-Graduação em Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, promovem no dia 11 de maio, a partir das 17h, a mesa-redonda Doença de Alzheimer: onde estamos? – Principais limitações e avanços clínico-científicos na luta contra essa demência.

Alzheimer

O evento é exclusivamente presencial e será realizado no Espaço de Eventos do IEA-RP. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas neste link. Haverá envio de certificado para os participantes.

Os palestrantes serão a doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Neurociências da FMRP Suélen Santos Alves, o médico e professor do Centro Universitário Barão de Mauá Guilherme Riccioppo Rodrigues e a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP Gabriela Lima. A moderação é do coordenador do Grupo de Estudos Rede CienArtES, Norberto García-Cairasco.

Eles vão explicar a dificuldade em estabelecer um diagnóstico correto da doença, a evolução do quadro clínico com perda progressiva da funcionalidade, presença de sintomas neuropsiquiátricos, tratamento, sobrecarga do cuidador, apoio social e o avanço nas pesquisas científicas.

A doença de Alzheimer é uma desordem neurodegenerativa progressiva incurável e altamente debilitante, o que a torna um grave problema de saúde pública. Segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International, sediada no Reino Unido, até 2030, 74,7 milhões de pessoas em todo o mundo serão portadoras dessa doença. No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que 1,2 milhão de pessoas têm a doença e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano.

A mesa-redonda integra a programação atrelada à exposição 43 Anos de Neurociência & Arte: Construindo Pluriversos – Integrando Múltiplos Saberes, na qual o coordenador do Grupo de Estudos Rede CienArtES Norberto García-Cairasco apresenta pinturas, desenhos e esculturas que compõem um retrato resumido da vivência plena de seus 43 anos como educador e cientista na área da neurociência. A mostra pode ser visitada até 19 de maio no Espaço Cultural do IEA-RP. Mais informações neste link.

Sobre a Rede CienArtES

O Grupo de Estudos Rede Ciência, Arte, Educação e Sociedade  (CienArtES) tem como metas a realização de eventos, tais como simpósios (nacionais e internacionais), mesas-redondas, debates e eventos de divulgação científica que considerem, da maneira mais abrangente e democrática possível, os múltiplos saberes, os aspectos da ciência, da neurociência e fisiologia integrativas, associadas às artes, à filosofia, à história e a todos os aspectos da educação. Mais informações: rp.iea.usp.br/pesquisa/grupo-de-estudo/rede-cienartes.

FONTE: Jornal da USP