Bolsa de Colostomia e Ileostomia: entenda como funciona

Nos procedimentos cirúrgicos do intestino, algumas vezes é necessário o desvio do trânsito intestinal e a criação de um estoma.

Ou seja, uma abertura artificial no abdome por onde serão eliminadas as fezes.

Nestes casos, a pessoa precisará utilizar uma bolsa coletora adaptada ao corpo, que receberá as fezes eliminadas.

O estoma recebe o nome de ileostomia, quando a alça intestinal utilizada para criação do estoma é o íleo (intestino delgado).

E recebe o nome de colostomia, quando a alça intestinal utilizada é uma das regiões do colon (intestino grosso).

A bolsa de colostomia ou bolsa de ileostomia, foi desenvolvida para facilitar a eliminação e descarte das fezes.

Também chamada de bolsa coletora, surgiu como forma de facilitar a vida de quem precisou passar por uma cirurgia envolvendo o intestino. E por consequência está, claro, impedido de defecar naturalmente.

Para entender melhor o funcionamento desse saco coletor, vamos explicar as situações em que a bolsa coletora de fezes é recomendada:

Seus principais tipos, além de esclarecer algumas dúvidas sobre seu uso no dia a dia, assim como conservá-la adequadamente.

Confira!

Situações em que a bolsa coletora é recomendada

Existem diversas situações que o médico coloproctologista – cirurgião especializado em tratamentos de origem cirúrgica e não cirúrgica de doenças do intestino delgado, grosso, reto e ânus – vai orientar o paciente para a necessidade de um procedimento cirúrgico e a possibilidade de utilizar a bolsa de colostomia.

O seu uso pode variar entre permanente ou temporário, dependendo da condição clínica que se encontra o paciente.

Quando há a amputação do reto, derivada de tumores malignos de baixa ou alta complexidade ou traumas extensos do reto, por exemplo. Neste caso, a bolsa para colostomia precisa ser utilizada definitivamente pelo paciente.

Já nos casos de traumas abdominais e de tumores localizados em outros segmentos do intestino, pode ser possível o uso temporário da bolsa para colostomia. E assim realizado um procedimento cirúrgico posterior para reconstrução do trânsito intestinal.

Tipos de bolsa coletora

Para oferecer praticidade e segurança, diferentes tipos de bolsa de colostomia e ileostomia estão disponíveis no mercado, se adequando ao perfil do usuário, e podem ser:

Drenável ou Fechada; Opaca ou Transparente; Uma peça ou duas peças, conforme descrito abaixo.

Bolsas de Colostomia e Ileostomia (50+ SAÚDE)

Drenável ou Fechada

A pessoa pode escolher entre o modelo drenável: com abertura na parte inferior da bolsa para saída das fezes.

Ou pelo modelo fechado: sem abertura na parte inferior.

A bolsa coletora drenável tem um sistema de fechamento manual. O usuário pode abrir para retirada das fezes e higienização da bolsa após a evacuação, sem retirar a bolsa do corpo.

Na bolsa coletora fechada, não há abertura na parte inferior para saída das fezes. Portanto, o usuário precisará retirar a bolsa para descartar as fezes.

Algumas pessoas utilizam esta bolsa como um bolsa de colostomia descartável. Uma vez que jogam fora a bolsa a cada episódio de evacuação.

Uma vantagem adicional na bolsa drenável e na bolsa fechada está no filtro integrado. Ele minimiza o odor e impede o surgimento de abaulamentos pela eliminação de gases intestinais.

Transparente ou Opaca

A bolsa de colostomia e ileostomia transparente, permite a visualização mais fácil do conteúdo depositado. Ou seja, auxilia no acompanhamento em tempo real do enchimento da bolsa coletora.

Já para quem prefere que o conteúdo não fique visível, a opção mais recomendada é a bolsa para colostomia e ileostomia opaca.

Uma peça ou Duas peças

Para que a bolsa coletora de fezes fique adaptada ao corpo de forma segura, é utilizada uma base adesiva de hidrocolóide.

A placa ou base adesiva é adaptada em volta do estoma e é possível selecionar a medida adequada para cada paciente.

Na bolsa de estomia de uma peça, a base adesiva ou placa adesiva está integrada a bolsa coletora. Ou seja, placa e bolsa formam uma única peça, e quando necessária a troca, o usuário precisa trocar todo o sistema.

Na bolsa de estomia de duas peças, a base adesiva e a bolsa coletora são adquiridas separadamente. Então a bolsa coletora é fixada à placa adesiva por meio de um sistema de acople mecânico.

Quando necessário a troca, a bolsa pode ser removida da base adesiva. Portanto, a troca da bolsa pode ser mais frequente do que a troca da base adesiva.

A placa ou base adesiva é adaptada em volta do estoma e é possível selecionar a medida adequada para cada paciente.


Como escolher a bolsa coletora

As diferentes opções disponíveis no mercado, permitem que a pessoa faça a escolha da bolsa coletora de colostomia e ileostomia de forma individualizada, de acordo com as suas necessidades e preferências:

Bolsa de uma peça, drenável, transparente
Bolsa de uma peça, drenável, opaca
Bolsa de uma peça, fechada, transparente
Bolsa de uma peça, fechada, opaca

Bolsa de duas peças, drenável, transparente
Bolsa de duas peças, drenável, opaca
Bolsa de duas peças, fechada, transparente
Bolsa de duas peças, fechada, opaca

Dicas para escolha da bolsa coletora

A escolha da bolsa coletora depende das condições cirúrgicas individuais e das preferências do paciente.

Como exemplo, no pós-operatório imediato e durante a internação hospitalar, recomenda-se o uso da bolsa drenável e transparente.

A característica transparente da bolsa coletora permite aos cirurgiões e enfermeiros realizar avaliação imediata das condições do estoma. 

Além de avaliação do volume, frequência e característica das fezes eliminadas.

A função drenável facilita o manuseio pela equipe de enfermagem – para avaliação e retirada das fezes eliminadas no pós-operatório.

Após um período de adaptação no domicílio, posterior à alta hospitalar, algumas pessoas preferem o uso da bolsa coletora opaca, que proporciona maior discrição.

É sempre recomendado a avaliação de um enfermeiro estomaterapeuta, especialista nesta área, que pode elucidar as dúvidas sobre os cuidados necessários com o estoma.

Além disso, o profissional avalia a pele peri-estoma, orienta cuidados com a bolsa coletora de colostomia e ileostomia, e também de recomenda os modelos que melhor se adaptam a cada caso.

Bolsonaro e a Reconstrução do Trânsito Intestinal – o que significa?

Temos lido e ouvido relatos sobre a necessidade da retirada da bolsa coletora de fezes, utilizada pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, e muitas dúvidas têm surgido sobre este tema.

Reprodução: Facebook

Para entender melhor: vamos recordar que em setembro de 2018, o então candidato à presidência do Brasil, foi submetido a uma cirurgia, consequência de um trauma abdominal. Fato amplamente divulgado pela imprensa.

Como resultado desse procedimento cirúrgico de emergência, realizado na Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais, foi criado um estoma intestinal.

Ou seja, a exteriorização no abdômen de uma parte do intestino grosso, chamado de colostomia, e que tem a função de desvio do trânsito intestinal, para eliminação de fezes.

A bolsa de colostomia é então adaptada à pele, em volta do estoma, para armazenar as fezes eliminadas pelo intestino.

 

Para que serve a bolsa para colostomia?

É importante esclarecer que a bolsa de colostomia é um equipamento utilizado por pacientes submetidos à cirurgias do intestino grosso, que resultaram na criação de um estoma intestinal, que recebe o nome de colostomia.

A bolsa de colostomia é aderida à pele em volta do estoma intestinal, por meio de uma placa amigável à pele.
A função da bolsa coletora é o armazenamento das fezes eliminadas pelo intestino.

Para maior praticidade e segurança do ostomizado, diferentes tipos de bolsa de colostomia e ileostomia estão disponíveis no mercado. 

Elas podem variar entre drenável ou fechada, opaca ou transparente, uma peça ou duas peças.

Para o uso, a orientação por uma enfermeira(o) especialista na área é imprescindível.

Ele (a) vai ajudar a selecionar o equipamento mais adequado para cada usuário e orientar cuidados com a pele em volta do estoma.

Além disso, vai definir a frequência de troca das bolsas coletoras, bem como evitar complicações locais.

É possível o Fechamento da Colostomia?


 Fonte: Cirurgião Antonio Macedo e Pubmed (Folha de São Paulo)

Nos casos em que há a possibilidade de novamente “ligar” as alças intestinais, a colostomia é considerada temporária.

E há a previsão de um novo procedimento cirúrgico chamado Reconstrução do Trânsito Intestinal ou Fechamento da Colostomia, ou Cirurgia de Reversão da Colostomia.

É este procedimento cirúrgico que está previsto para ser realizado no presidente eleito Jair Bolsonaro, em 2019. Será realizada pela equipe médica do Hospital Israelita Albert Einstein.

(foto de capa: Mauro Pimentel / AFP)