Porque o exercício físico é bom para o seu cérebro

A atividade física tem benefícios duradouros para o corpo e para a mente

A conversa em torno dos cuidados de saúde torna-se clara e evidente a cada dia, à medida que os especialistas analisam as suas previsões para as grandes tendências do próximo ano.

Um dos principais tópicos: Será este o ano em que finalmente veremos um medicamento de sucesso para a doença de Alzheimer?

Mas, em vez de jogar um jogo de adivinhação, por que não olhamos para o que sabemos que realmente impede a demência, como o Alzheimer – melhorando o seu estilo de vida?

Corpo Saudável, Mente Saudável

O Governo Federal Estadunidense publicou pela primeira vez as Diretrizes de Atividade Física para Americanos em 2008.

Usando orientações científicas, essas diretrizes fornecem uma visão geral de quanto exercício físico os americanos (e brasileiros) devem realizar a cada semana.

Ou seja, pelo menos dois dias de atividade de fortalecimento muscular combinada com pelo menos 150 minutos de exercício de intensidade moderada ou 75 minutos de exercício de intensidade vigorosa.

Essas diretrizes abordam indivíduos saudáveis e aqueles com risco aumentado de doença crônica, enfatizando como o exercício pode prevenir os efeitos de certas doenças crônicas, como Diabetes Mellitus,  Hipertensão Arterial e inclusive, as chamadas demências, como a Doença de Alzheimer.

Uma edição atualizada das Diretrizes de Atividade Física foi lançada no final de 2018. A principal atualização foi uma seção dedicada à relação entre atividade física e saúde do cérebro.

Infográfico baseado nas Diretrizes de Atividade Física do site do governo estadunidense Health.gov

Esta seção explica os benefícios da atividade física para cognição, sono, depressão, ansiedade e qualidade de vida geral.

O reconhecimento do governo sobre a saúde do cérebro finalmente divulga seu papel integral na saúde geral e destaca como o exercício físico beneficia não apenas seu corpo, mas também sua mente.

Como o exercício melhora a saúde do cérebro

Há muitas maneiras pelas quais o exercício físico melhora a saúde cognitiva.

O exercício aeróbico (também conhecido como cardio) aumenta a frequência cardíaca e aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro. Sua frequência cardíaca aumentada é acompanhada por respiração mais forte e rápida, dependendo da intensidade do seu treino.

À medida que sua respiração aumentada bombeia mais oxigênio para a corrente sanguínea, mais oxigênio é liberado para o cérebro.

Isso leva à neurogênese – ou à produção de neurônios – em certas partes do cérebro que controlam a memória e o pensamento.

A neurogênese aumenta o volume cerebral, e acredita-se que essa reserva cognitiva ajude a amortecer os efeitos da demência.

Outro fator que media a ligação entre a cognição e o exercício são as neurotrofinas, proteínas que auxiliam a sobrevivência e a função dos neurônios.

Observou-se que o exercício promove a produção de neurotrofinas, levando a uma maior plasticidade cerebral e, portanto, melhor memória e aprendizado.

Além delas, o exercício também resulta em um aumento de neurotransmissores no cérebro, especificamente serotonina e norepinefrina, que aumentam o processamento da informação e o humor.

O que é atividade física moderada?

Efeitos duradouros do exercício na cognição

Em 2017, o Lancet lançou sua comissão de pesquisa sobre prevenção, intervenção e cuidados de demência que demonstrou que 35% dos fatores de risco para o desenvolvimento de demência podem ser atribuídos a traços de estilo de vida modificáveis.

Um componente significativo: exercício físico.

Em um estudo longitudinal realizado pelo Dr. Zhu, da Universidade de Minnesota, testes foram administrados a um grupo de participantes para determinar seus níveis de aptidão física e cognitiva.

Estas pessoas foram acompanhadas e reavaliadas após 25 anos:

Aqueles que eram os mais ativos em 1985 tiveram também o melhor desempenho em testes físicos e cognitivos décadas mais tarde.

Além disso, o exercício dá esperança a pessoas com uma mutação genética rara que as programa para o início precoce da doença de Alzheimer.

Embora o exercício não possa neutralizar completamente sua predisposição genética, as pessoas que se exercitaram por pelo menos 150 minutos por semana tiveram melhores resultados cognitivos em comparação com aqueles que não o fizeram.

Incrivelmente, o exercício poderia atrasar o início da demência em até 15 anos.

O tipo de treino é importante?

Tanto o tipo de treino como o método de manter-se em forma são importantes para ter ou não benefícios cognitivos.

Não basta apenas contar calorias para ficar magro, você ainda precisa se exercitar.

Na verdade, há um termo (em inglês) na medicina para pessoas que não são saudáveis em geral, mas conseguem ficar magras: TOFI (Thin Outside Fat Inside).

Traduzindo para o português: Magro por Fora, Gordo por Dentro.

Em vez de exibirem gordura externamente e parecerem acima do peso, esses indivíduos carregam peso visceralmente, em torno de seus órgãos internos.

Isso é prejudicial para a saúde geral – incluindo a saúde do cérebro.

Entre três grupos de pessoas – indivíduos que perderam peso por meio da alimentação restritiva, pessoas que perderam peso através de exercícios e um grupo que usou uma combinação dos dois – apenas os grupos que fizeram exercícios como parte de seu regime de perda de peso notaram uma melhora na cognição.

Tai Chi aumenta significativamente a cognição.

É mais importante concentrar-se no tipo de exercício que você realiza se seu objetivo é maximizar sua saúde cognitiva.

Uma rotina de múltiplos componentes focada em equilíbrio, flexibilidade e condicionamento aeróbico é melhor do que focar apenas em um tipo de exercício.

Por exemplo, o tai chi foi anunciado como uma forma de uma rotina de exercícios abrangente que aumenta significativamente a cognição.

Uma meta-análise da pesquisa sobre tai chi e cognição descobriu que o exercício exibiu um efeito maior sobre a função cognitiva do que outros tipos de exercício.

No entanto, qualquer exercício é melhor para o cérebro do que nenhum.

Então, escolha o seu exercício!

Vá andando, correndo, nadando, caminhando ou andando de bicicleta.

Aproveite o ar fresco. Entre em contato com a natureza. E colha os muitos benefícios para a saúde do exercício físico e mental.

Esse post foi escrito originalmente por Mylea Charvat, Ph.D., psicóloga clínica, neurocientista translacional e CEO e fundadora da empresa de avaliação cognitiva digital Savonix, na Califórnia, nos Estados Unidos.

O texto foi e postado no site Psychology Today, em janeiro de 2019.

O conteúdo foi traduzido e adaptado pelo Blog 50+ SAÚDE com objetivo de clareza.

Tire as suas dúvidas sobre Infecção Urinária na Mulher

Você sabia que metade das mulheres poderá ter, pelo menos, um episódio de Infecção Urinária em algum momento da vida?  

Entre as principais causas, está a anatomia feminina: a uretra feminina é reta e mais curta que a uretra masculina, facilitando a entrada e migração de bactérias para a bexiga urinária.

Além disso, a uretra – canal que leva a urina da bexiga até o meio externo, na mulher, é exteriorizada na região da vulva, próximo à vagina e ao ânus.

A curta distância entre a uretra e o ânus, facilita que bactérias entrem pela uretra e se instalem na bexiga.  

A bactéria mais comum da Infecção Urinária na Mulher é a Escherichia coli, que é um microrganismo comum no intestino, mas que, quando se instala na bexiga, produz a Infecção Urinária.    

O que é Infecção Urinária?

A Infecção Urinária, também chamada de Infecção do Trato Urinário – ITU, é um quadro infeccioso que pode ocorrer nos órgãos do trato urinário, principalmente bexiga e rins.

Quando a bexiga é afetada, o que ocorre com mais frequência, a infecção urinária é chamada de Cistite, e quando os rins também são afetados, ocorre a Pielonefrite, que é um tipo de infecção urinária mais grave.

Como posso saber se estou com infecção urinária?

Existem alguns sinais e sintomas que podem alertar a mulher sobre a possibilidade de estar com uma infecção urinária.

Sinais e sintomas mais frequentes da infecção urinária:

dor ou ardência ao urinar;

– sensação de urgência para urinar;

– aumento do número de vezes que vai ao banheiro urinar;

– urina escura;

– urina com odor forte;

– dor no “pé da barriga”;

– incontinência urinária.

Vale ressaltar que, no caso da Pielonefrite, surgem também outros sintomas como dor lombar, febre, calafrios, náuseas e vômitos.  

Como são o diagnóstico e o tratamento da Infecção Urinária?

Caso ocorram algum destes sinais e sintomas, você deve procurar imediatamente um serviço de saúde para o correto diagnóstico e tratamento.

O diagnóstico médico consiste na avaliação dos sinais e sintomas, e dos exames laboratoriais como exame de urina e sangue, que podem confirmar a presença de uma infecção.

Destaque para a Uretra


Além disso, um exame de imagem como Tomografia ou Ultrassonografia pode ser solicitado, para identificar possíveis anormalidades no Sistema Urinário.

No tratamento da Cistite, antibióticos, analgésicos e hidratação, frequentemente resolvem o quadro.

O médico vai indicar qual o antibiótico adequado para cada caso.

Quando o diagnóstico for de Pielonefrite, o tratamento é mais prolongado e pode ser necessário a internação hospitalar.

É possível prevenir a Infecção Urinária?

Sim, é possível prevenir a Infecção Urinária na mulher. Você pode começar com:

1) Hidratação

Beba água com frequência, contribui para a saúde como um todo.

Além disso, faz com que a mulher urine com mais frequência, o que ajuda a expelir bactérias que possam ter alcançado a bexiga.

2)    Não segurar o xixi:

Muitas mulheres têm o hábito de segurar a urina.

Ou seja, demorar para ir ao banheiro urinar, mesmo que esteja com a bexiga cheia.

Este hábito deve ser evitado, porque o xixi parado por muito tempo na bexiga facilita a proliferação de bactérias.

Por outro lado, urinar funciona como uma lavagem da bexiga, e auxilia na eliminação das bactérias.

3)    Higiene íntima:

Lembre-se sempre que a higiene da mulher, após urinar ou evacuar, deve ser feita de frente para trás, ou seja, iniciar a limpeza na região da vulva e terminar na região do ânus, nunca o contrário.

Esta medida evita que, durante a higiene, bactérias do intestino sejam “carregadas” para a região da uretra feminina, o que poderia facilitar a infecção urinária.

Portanto, comece agora!

Beber água, não segurar a urina e fazer higiene íntima no sentido correto, são algumas medidas simples que podem ser incluídas no seu dia-a-dia.

Sobre a grandeza dos avós

Pesquisas mostram o que torna os avós tão especiais

Como muitos dos meus amigos, eu fui para a faculdade fora do meu Estado de origem e fiquei fora por um tempo depois de me formar.

Vários anos atrás, consegui um emprego perto dos meus pais que vivem a cerca de 45 minutos de distância.

Eu me considerava com bastante sorte por conseguir um emprego onde eu poderia viver tão perto de onde cresci, mas eu não sabia o quão sortuda eu era até que eu tive filhos.

Quando meu primeiro filho nasceu, há três anos, meus pais adotaram plenamente seus novos papéis de avós da maneira mais proveitosa possível.

Eles participam do cuidado semanalmente, eles trocam as fraldas com cocô (pelo menos avó faz), eles ficam no chão para brincar com os netos, eles brincam de esconde-esconde, e eles não têm medo de ficar na sujeira.

Eles fazem tudo isso, independentemente do fato de já terem feito isso como pais (e fazem questão de me lembrar disso o máximo possível).

Seu apoio não é apenas útil para mim como mãe, mas também é benéfico para meus filhos, que amam seus avós.

Eu posso deixar as crianças com meus pais sem estresse e preocupações, sabendo que eles entendem completamente as necessidades de meus filhos, e sabendo que meus filhos estão mais do que felizes por eu deixá-los com seus companheiros favoritos.

Embora nem todos os avós sejam parecidos, a pesquisa apoia a ideia de que manter um relacionamento próximo entre os avós e seus netos é bom para todos os envolvidos.

Na verdade, os netos adultos que têm uma relação próxima com os avós são menos propensos a ter sintomas de depressão do que os adultos que não têm esse tipo de relacionamento (Moorman & Stokes, 2014).

Isto também é verdade para os avós, que também são menos propensos a ter sintomas depressivos se tiverem relacionamentos próximos com seus netos.

De fato, pesquisas sugerem que fornecer algum tipo de cuidado para um neto – cuidá-los nos finais de semana, por exemplo – está relacionado à maior expectativa de vida do avô quando comparado aos avós que não cuidam de seus netos pequenos ou adultos (Hilbrand, Coall, Gerstorf, & Hertwig, 2017).

Hipótese da Avó e Alloparenting

imagem por sasint/pixabay

Antropólogos e psicólogos evolucionistas até sugeriram que os avós – e as avós especificamente – têm desempenhado um papel importante na sobrevivência humana ao longo da evolução.

A “Hipótese da Avó” propõe que a ajuda da avó levaria a maiores recursos para a criança, uma maior taxa de sobrevivência e, em última análise, maior expectativa de vida para os seres humanos em geral.

Na mesma linha, vários pesquisadores sugeriram que a forma mais vantajosa de criar filhos é envolvê-los com um sistema de cuidadores (como os avós) que fornecem amor e apoio às crianças (e à mãe).

Esse tipo de sistema é chamado de alloparenting (em inglês), e envolve situações em que várias pessoas estão relacionadas no cuidado de uma criança além dos pais biológicos da criança (Hrdy, 2011).

A ideia, semelhante à “Hipótese da Avó”, é que quanto mais crianças e mães recebem apoio – particularmente de pessoas como avós que já têm experiência em criar os filhos -, melhor as crianças se sairão.

De fato, pesquisas sugerem que quanto maior o número de relacionamentos próximos e cuidadosos que se tem, melhor será a saúde e o bem-estar da pessoa ao longo da vida (por exemplo, Feeney & Collins, 2014).

Claro, é bastante intuitivo que uma mão amiga de um avô possa ser benéfica para a vida cotidiana de seus netos.

O que não é tão intuitivo é o papel duradouro e potencialmente vital que os avós podem ter desempenhado na criação de crianças ao longo da história humana.

E estamos falando apenas de avós que ajudam a criar seus netos.

Não podemos nos esquecer que há cerca de 2,9 milhões de avós, apenas nos EUA – chamados avós de custódia -, que criam seus netos por conta própria, muitas vezes à custa de sua própria saúde e bem-estar (Hayslip & Kaminski, 2005).

Então, aparentemente, temos muito a agradecer aos avós, o que eu tenho certeza que eles ficarão felizes em nos lembrar nos próximos anos.


Esse post foi escrito originalmente por Vanessa LoBue, Ph.D. e professora associada de psicologia na Rutgers University-Newark, especializada em desenvolvimento infantil, além de ser diretora do Child Study Center (Centro de Estudos da Criança) em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Ela também é mãe. Você pode segui-la no Twitter, ou confira mais posts no seu site: The Baby Scientist.

O texto foi e postado no site Psychology Today, em novembro de 2018.

O conteúdo foi traduzido e adaptado pelo Blog 50+ SAÚDE com objetivo de clareza.