Consumo de álcool possui consequências a curto e longo prazo

O conceito de embriaguez definido pelo Legislativo brasileiro é a “perturbação psicológica mais ou menos intensa, provocada pela ingestão de álcool, que leva à total ou parcial incapacidade de entendimento e volição”. Para identificar um indivíduo “bêbado”, basta atentar para alguém falando enrolado, andando com dificuldade ou, apenas, mais sociável do que o costumeiro; mas por que os seres humanos ficam embriagados ao ingerir bebidas alcoólicas?

O professor Moacyr Aizenstein, do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), diz: “Se nós fizermos uma gradação, no início ele se sente relaxado, com doses um pouco maiores fica alegre, um pouquinho maiores e ele já perde a crítica e a coordenação motora. Com doses maiores ainda, a bebedeira, ele perde totalmente o controle”.

O que acontece quando o álcool é ingerido?

Segundo o especialista, os efeitos agudos ocorrem no sistema nervoso central, uma vez que o álcool é uma droga depressora, que diminui a ansiedade e produz sentimentos de euforia e relaxamento muscular no indivíduo: “É quase como uma anestesia, o indivíduo perde o controle sobre si, porque o álcool deprime o sistema nervoso central”. Além disso, a droga é responsável por produzir a liberação da dopamina, um neurotransmissor relacionado com o prazer e, dessa forma, o etilista é alguém consumido por essa sensação.

De acordo com Aizenstein, dependendo da pessoa, o efeito é diferente, por conta do álcool ser um indutor de enzimas, e, quanto mais for ingerido, maior serão seus efeitos sobre o metabolismo. “Se o indivíduo nunca bebeu, o metabolismo do álcool é muito baixo, então, se bebe uma garrafa, fica bêbado. Agora, o indivíduo que vem bebendo constantemente, como ele metaboliza bastante até ficar bêbado, vai ingerir uma quantidade muito maior”. Ele ainda aconselha que as pessoas pratiquem a redução de dano: “Se restringir a doses compatíveis, não beber de estômago vazio e, enfim, não dirigir”.

Sob outro ponto de vista, Arthur Guerra, docente do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFMUSP), discorre que os efeitos são divididos em dois grupos: os fisiológicos — como a molécula de etanol interage no corpo humano — e os psicológicos — a resposta cerebral.

Quanto ao primeiro, ele explica que, após passar pelo esôfago, estômago e intestino, o álcool é encontrado no fígado, local em que é metabolizado e fracionado em pequenas porções de álcool etílico, ou seja, etanol; após isso, ele é jogado de volta ao sangue e espalhado por todo o corpo. “No próprio fígado, a célula hepática, chamada hepatócito, tem um poder de metabolização. Mas, quando é muito álcool, ele perde esse poder e, com isso, aumenta a enzima Gama GT”, conta.

No momento em que chega ao cérebro é que os efeitos psicológicos são acionados e, segundo Guerra, essa é a principal ação e o motivo do álcool ser usado há milhares de anos. Do ponto de vista bioquímico, a primeira depressão causada pela droga é a censura: “Por isso que o álcool é usado em várias celebrações, é usado para ficar com os amigos, usado para dar uma relaxada. Não em excesso, apenas para poder ficar um pouco mais social”.

Consequências a curto e longo prazo

A curto prazo, a primeira consequência do uso do álcool é a embriaguez, ou intoxicação alcoólica, na qual o indivíduo ganha uma confiança excessiva — ligado à perda da censura — e possui seus reflexos diminuídos significativamente. “Por isso que nunca se deve associar álcool ao uso de algum veículo e também podem acontecer acidentes, quedas, fraturas, violência doméstica e brigas”, alerta o psiquiatra.

Já a longo prazo, ele destaca as complicações causadas no fígado, especialmente a esteatose hepática — que seria o acúmulo de gordura no órgão — e, consequentemente, pode acarretar em cirrose, ou seja, insuficiência hepática. Assim como pode resultar em pancreatite crônica, miocardite alcoólica, úlcera, câncer no tubo gastrointestinal, entre outras sequelas.

Aizenstein ressalta que, dependendo da quantidade de álcool ingerida em um curto espaço de tempo, as implicações podem acarretar em coma alcoólico e até em morte. Ademais, uma das maiores consequências causadas por essa droga é a dependência, isto é, a pessoa não consegue mais usá-la de forma regular, pois, quando não usada, ela tem uma sensação intensa de desprazer.

Controle do problema

O professor Arthur Guerra destaca a importância da prevenção por meio da educação e informação: “Nós chamamos de diagnóstico precoce, a pessoa começa a ter problemas e, antes de se tornar crônico, o especialista já consegue avaliar e fazer uma ação mais rápida. Há campanhas de prevenção, por exemplo; não se deve beber álcool antes dos 18 anos, porque o cérebro está em desenvolvimento”. Ele ainda diz que o mais importante é que pessoas próximas aos indivíduos nessa situação crônica sejam um exemplo para elas.

De acordo com o bioquímico Moacyr Aizenstein, o ideal, e compatível com a saúde, é que a pessoa utilize baixas doses por dia: duas para os homens e uma para as mulheres — segundo ele, estas são mais sensíveis e metabolizam com menor eficiência o álcool. Uma dose seria o equivalente a uma lata de cerveja (350 ml), uma taça de vinho ou 40 ml de destilado.

“Agora, quando o indivíduo se torna um dependente e passa muito dessa quantidade, é necessário um tratamento farmacológico. Claro que tem o tratamento dos alcoólatras anônimos, isso funciona muito bem, são reuniões onde o indivíduo deve compartilhar com outros alcoólatras os seus problemas, mas ele tem que ser submetido a uma terapia psicológica para entender realmente por que não consegue se controlar”, desenvolve.

Para finalizar, ele reforça que nem todo indivíduo que usa bebida alcoólica se torna dependente, “o indivíduo pode tomar todo dia e pode não se tornar viciado. O álcool é potencialmente indutor de dependência”. Dessa forma, outros fatores estão envolvidos nesse processo, como elementos psicológicos, sociais, econômicos e, inclusive, genéticos: “Mas o mais importante é a motivação interna do indivíduo para deixar de beber”.

*Sob supervisão de Paulo Capuzzo e Cinderela Caldeira

FONTE: Jornal da USP

Influência da tonalidade da pele em diagnósticos é diminuída por meio de reconstrução de imagem

Desenvolvimento recente da medicina, a imagem fotoacústica é uma técnica usada no diagnóstico por imagem que combina luz e ultrassom. Nesse método, um laser é apontado para o tecido-alvo, que absorve a luz e produz ondas sonoras, captadas por um aparelho de ultrassom, que produz a imagem que será analisada pelos médicos.

Na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, uma pesquisa em colaboração com a Johns Hopkins University, nos Estados Unidos aponta que no caso de peles mais escuras, com maior concentração de melanina, pode haver interferência na formação da imagem. O estudo propõe o uso de uma técnica de reconstrução de imagens para eliminar distorções causadas pelo tom de pele.

O trabalho é descrito em artigo publicado na revista científica Photoacustics no último dia 11 de setembro. “A imagem fotoacústica é uma técnica de imagem médica que combina princípios da fotônica e da ultrassonografia”, explica ao Jornal da USP o professor Théo Pavan, do Departamento de Física da FFCLRP, orientador do doutorado de Guilherme Fernandes, onde foi realizada a pesquisa.

“Ela surgiu nos anos 2000 e os primeiros equipamentos comerciais começaram a aparecer depois de 2010”, relata. “Geralmente esses equipamentos integram sistemas de laser com equipamento tradicional de imagem de ultrassom. Por isso, os estudos clínicos ainda são muito recentes.”

Atualmente, existem estudos que avaliam por meio da imagem fotoacústica tumores, oxigenação sanguínea, processos inflamatórios como artrite, guia cirúrgico, entre outros diagnósticos. “Nos casos em que a luz precisa atravessar o tecido, muito pouco se sabia da influência do tom de pele na qualidade da imagem”, destaca o professor. “Nosso estudo traz algumas dessas informações, além de avaliar um método de processamento que minimiza o potencial viés na qualidade da imagem.”

Fernandes relata que a imagem fotoacústica se baseia no efeito fotoacústico, no qual um determinado alvo é iluminado com uma fonte de luz pulsada (laser, por exemplo) e, ao absorver a energia luminosa, é criada uma onda acústica. “Essa onda sonora é comumente detectada por dispositivos de ultrassom, formando assim uma imagem cujo contraste é a absorção óptica”, observa. “Ou seja, o brilho na imagem fotoacústica é proporcional ao quanto de luz o alvo foi capaz de absorver. Em pacientes com tom de pele escuro, com mais concentração de melanina, a luz que consegue penetrar no tecido é mais atenuada.”

Qualidade da imagem

“Outro problema da imagem fotoacústica é que toda essa energia luminosa absorvida na pele gera também uma onda acústica que se propaga no meio e acaba sendo espalhada em direção ao equipamento de ultrassom. A presença desse espalhamento acústico introduz uma desordem na imagem, que se sobrepõe aos sinais de interesse”, afirma o pesquisador. “Esses dois problemas dificultam a identificação de alvos específicos na imagem, como vasos sanguíneos, por exemplo.”

O objetivo do estudo foi quantificar a qualidade da imagem fotoacústica bem como o nível de desordem gerado para pessoas com diferentes tons de pele. “Além disso, nós propusemos o uso de um método de reconstrução de imagem, disponível na literatura, que é baseado na correlação espacial do sinal e avaliamos o desempenho deste método para diferentes tons de pele”, destaca Fernandes.

De forma simplificada, essa correlação espacial está relacionada à semelhança nas características dos sinais em diferentes pontos do espaço. “No caso da desordem, essa correlação é geralmente menor em comparação com o sinal dos tecidos alvos”, aponta o professor. “Desta forma, nossos resultados mostraram que, ao utilizar esse novo método de reconstrução, a qualidade da imagem fica similar para pacientes tanto com pele clara quanto com pele escura, reduzindo, portanto, o viés causado pelo tom de pele na imagem fotoacústica”, acrescenta o pesquisador.

Guilherme Fernandes faz doutorado no Grupo de Inovação em Instrumentação Médica e Ultrassom (GIIMUS) da FFCLRP, orientado pelo professor Theo Pavan. O artigo Mitigating skin tone bias in linear array in vivo photoacoustic imaging with short-lag spatial coherence beamforming foi publicado no site da revista científica Photoacoustics em 11 de setembro. A pesquisa teve a colaboração da professora Muyinatu Bell, da Johns Hopkins University (Estados Unidos).

FONTE: Jornal da USP

Vencer o medo é necessário para a evolução humana

Você já se perguntou o porquê de algumas pessoas se interessarem por histórias de terror, contos macabros ou esportes e aventuras radicais — às vezes por todos esses? Pois bem, esse tipo de passatempo, em geral, produz uma sensação de susto repentino e, logo em seguida, a sensação de “alívio pós-medo” domina o corpo humano.

Diante desse cenário, a professora Leila Tardivo, do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (USP), explica que esse sentimento é necessário para que o indivíduo evolua, uma vez que isso proporciona um impulso para vencer o medo e, dessa forma, ele se satisfaz. No entanto, ela alerta que aqueles com maior vulnerabilidade psíquica ou sensorial — como idosos, crianças ou pessoas no espectro autista — devem tomar cuidado.

Sob outro ponto de vista, Adalberto Studart, pesquisador do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), desenvolve: “O desencadeamento da resposta do sistema nervoso autônomo simpático libera adrenalina, o hormônio da luta ou fuga, isso causa sensação de prazer”. Ele ainda complementa que o susto é um estímulo transitório e, pouco tempo depois, o indivíduo tem a noção de que não possui risco para sua integridade de vida.

O que acontece quando levamos um susto?

Quando o indivíduo sofre o susto, automaticamente é aumentada sua pressão arterial, frequência respiratória e sudorese, os pelos ficam arrepiados e sua pupila é dilatada — isso é uma ação do Sistema Nervoso Autônomo Simpático, que prepara a pessoa para uma possível fuga ou combate físico. “Seus órgãos sensoriais primeiro captam, você vê, sente e escuta. Esses órgãos sensoriais levam essa informação para a amígdala, que desencadeia o processo e leva à ativação do sistema nervoso autônomo simpático”, comenta o especialista.

Para Leila Tardivo, essa sensação é uma reação intensa de ameaça, porque é algo que sai da rotina do dia-a-dia e remonta aos tempos dos seres humanos primitivos, quando tinham de se esconder dos predadores nas cavernas: “É uma reação de alerta, nós sempre buscamos o bem-estar, o equilíbrio, então é algo que rompe isso”.

Além disso, Studart alerta que existem casos de pessoas que, durante um estímulo ao susto, sofrem uma parada cardíaca — indivíduos que já possuem alguma doença no coração — pela resposta adrenérgica. Ou seja, a expressão “vou morrer de medo” pode ser literal.

Outro ponto indicado pela docente é para situações extremas, como nas experiências vividas nas guerras, em desastres naturais ou acidentes, nas quais os indivíduos sofrem com traumas tão fortes que tanto o corpo quanto o psicológico não dão conta. “A comunidade internacional que trabalha com saúde mental está muito preocupada com os efeitos do desenvolvimento das crianças, principalmente nesses locais com excesso de traumas”, afirma.

O medo

De acordo com Leila, o medo é uma reação natural e necessária para o indivíduo, que leva à sua proteção enquanto espécie, contudo, ela ressalta que o seu excesso, muitas vezes infundado, leva a uma patologia: transtorno do pânico. Ela diz que existe um desequilíbrio voltado a alguma situação vivida, que possui um aspecto bioquímico e necessita de tratamento — sejam consultas psicólogas ou, até mesmo, medicamentos: “Não há uma ameaça real, mas é vivido como um risco fantasioso e a reação é física. Não é necessariamente algo patológico, mas traz sofrimento”, conta.

A psicóloga ainda comenta que uma pessoa sem medo corre muitos riscos, entre eles a “onipotência exagerada”, na qual o indivíduo acredita poder fazer qualquer coisa sem possuir consequências negativas para si. Segundo ela, o que ajudou o ser humano na conformação do medo foi o desenvolvimento da inteligência e a união entre a espécie, isto é, a pessoa necessita de apoio para superar momentos difíceis.

Para finalizar, Leila Tardivo garante que é necessário a coletividade humana para que os indivíduos cuidem um do outro: “As pessoas podem reconhecer os seus sintomas, seus sinais, saber procurar ajuda, não entrar em desespero e não achar que são a única pessoa no mundo com isso”.

*Sob orientação de Paulo Capuzzo e Cinderela Caldeira

FONTE: Jornal da USP

Doença Inflamatória Intestinal cresce ao redor do mundo e tratamento é difícil

Nos últimos 30 anos, a ocorrência da Doença Inflamatória Intestinal (DII) aumentou em 50%, e hoje afeta cerca de cinco milhões de pessoas no mundo todo. Relacionados à Doença de Crohn, os sintomas da DII são banalizados e isso também dificulta o tratamento.

O médico Alexandre de Sousa Carlos, do Departamento de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica melhor as causas dessa doença inflamatória e comenta possíveis tratamentos já utilizados pela medicina global.

O que é a DII?

Conforme explica Carlos ,a Doença Inflamatória Intestinal é uma moléstia complexa, a qual pode afetar todo o trato gastrointestinal, ou seja, o caminho da boca até o ânus. A DII é caracterizada por uma cascata de inflamação no trato, que causa diarreias e dores abdominais no início e pode evoluir para sintomas mais sérios. “A característica dessa doença é a reação exagerada do organismo”, conta o especialista, “é uma cascata inflamatória imensa com várias etapas. Eis a grande dificuldade no tratamento:  saber qual é a principal cascata que está afetando aquele paciente”.

O que causa?

Uma das maiores dificuldades relacionadas ao tratamento da DII é a identificação de causas. Como a cascata de inflamação é muito diversificada, saber exatamente o que a desencadeia se tornou um desafio para os pesquisadores. Contudo, explica Carlos, algumas causas gerais já são identificadas:
“Já existem vários trabalhos tentando identificar alguns gatilhos alimentares, a questão da poluição, a questão do nosso estilo de vida ocidental: o stress, tabagismo, o excesso de alguns medicamentos como anti-inflamatórios e o excesso de alimentos ultraprocessados. Tudo isso causa uma alteração da microbiota intestinal”.

Já existem tratamentos

As pesquisas para uma cura da DII perpassam diversas frentes, conta o médico. Uma delas é a terapia gênica, que busca identificar os genes de predisposição dessas doenças intestinais. Outra é o transplante fecal, para reequilibrar a flora intestinal dos pacientes. “Numa pessoa saudável, quanto mais diversificada for a flora intestinal, melhor. E a gente realmente vê isso nos pacientes, que a diversidade está diminuída ou tem menos bactérias do que o habitual.”

Esses tratamentos são de ponta, mas caros e de difícil acesso à população. Entender os fatores ambientais e genéticos, bem como desenvolver uma cura eficaz para a maioria dos casos, estão entre os grandes paradigmas da gastroenterologia atual.

FONTE: Jornal da USP

Qual a relação entre insuficiência renal e cansaço?

Depois de um dia cheio de esforço físico ou concentração mental, é normal se sentir cansado.¹ 

Esse é, inclusive, um jeito do organismo estabelecer limites e avisar quando é o momento de recuperar as energias. E aí uma boa noite de sono costuma resolver o problema.¹ 

Mas, para algumas pessoas, essa exaustão permanece no dia seguinte. E, mesmo antes de começar a se movimentar, o corpo parece dizer que precisa de descanso.

As causas para isso são variadas – e apenas um profissional de saúde pode diagnosticar. É possível, por exemplo, que esse cansaço seja sintoma de algum outro problema, como a insuficiência renal.² E é sobre ela que falaremos neste artigo.

O que é insuficiência renal?

Insuficiência renal é quando os rins não conseguem mais realizar funções básicas. A principal e mais famosa delas é excretar toxinas e o excesso de água do corpo, mas esse órgão possui ainda mais atribuições.³ Veja: 

  • Eliminar produtos finais de diversos metabolismos;4
  • Produzir hormônios;4
  • Regular a pressão sanguínea.4

As diferenças entre insuficiência renal aguda e crônica

A insuficiência renal pode ser divida em duas categorias: a aguda e a crônica. A principal diferença entre elas é como a enfermidade se manifesta no corpo e a possibilidade de reverter o quadro.³

No caso da condição aguda, os rins perdem suas funções de forma súbita. Ela é mais comum em pacientes que já estão hospitalizados, tratando alguma outra doença, e, quando ocorre, pode se desenvolver em questão de horas ou em alguns poucos dias.²

Em geral, é possível reverter essa insuficiência com alguns tratamentos intensivos.²

Já a insuficiência renal crônica se desenvolve de maneira lenta e progressiva, porém de forma irreversível.³ E entre os principais fatores de risco dessa categoria estão o diabetes e a hipertensão arterial.4

Caso seja feito o controle dessas condições, a necessidade de realizar diálise no futuro pode ser reduzida ou até anulada.5

Quais são os sintomas de insuficiência renal?

Tanto a insuficiência renal aguda quanto a crônica podem se desenvolver sem qualquer tipo de sintoma até que já esteja avançada

Mas, em alguns casos, sinais podem ser percebidos – e um deles é o cansaço. Confira a lista abaixo dos sintomas comuns aos dois quadros:2,3

  • Cansaço;
  • Fadiga;
  • Falta de apetite;
  • Alteração na produção de urina;
  • Inchaço nos pés e tornozelos.

No caso do cansaço, é possível ter mais de uma explicação para essa sensação. Uma delas é a consequência direta da função renal alterada.

Entretanto, é possível também que essa fadiga e sonolência ao longo do dia sejam relacionadas à dificuldade em dormir.7  

Isso porque aproximadamente 80% dos pacientes com doença renal crônica possuem queixas relacionadas à distúrbios do sono.

A importância de hábitos saudáveis

Prevenir a insuficiência renal inclui alguns hábitos importantes, como evitar alterar doses ou tomar medicamentos sem instruções médicas.2,3 

Outro ponto muito importante é, se for possível, prevenir os fatores de risco ou manter o tratamento de condições como diabetes e hipertensão arterial.2,3

Faça também consultas periódicas com especialistas de saúde e mantenha uma dieta equilibrada, com pouco álcool e sem cigarro.2,3

Esses cuidados vão não só fazer bem para os seus ruins, como para o seu corpo todo – e, quem sabe, ajudar a diminuir a sensação de cansaço, mesmo que a causa desse sintoma não seja renal.

Lembre-se também que apenas um especialista em saúde pode identificar os motivos que levam nosso corpo à fadiga e, a partir disso, indicar tratamentos se for necessário.

Referência bibliográfica:

1.VEJA SAÚDE. Epidemia de cansaço: o mundo está sem energia. Disponível em: https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/o-mundo-esta-cansado. Acesso em: 05 dez 2023.
2.SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Insuficiência renal. Disponível em: https://sbn.org.br/publico/doencas-comuns/insuficiencia-renal/. Acesso em: 05 dez 2023.
3.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Insuficiência renal crônica. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/insuficiencia-renal-cronica/. Acesso em: 05 dez 2023.
4.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doenças Renais Crônicas. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/drc. Acesso em: 05 dez 2023.
5.hEERSPINK ET AL N Engl J, Med. 2020 Oct. 8;383(15):1436-1446. Acesso em: 17 jan 2024.
6.ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE INSUFICIÊNCIAS RENAIS. Sintomas Comuns da Doença Renal e Opções de Tratamento. Disponível em: https://www.apir.org.pt/wp-content/uploads/2017/04/Sintomas-comuns-da-doen%C3%A7a-renal.pdf. Acesso em: 06 dez 2023.
7.FONSECA, Nina Teixeira, et al. Scielo. Brasil. Sonolência excessiva diurna em pacientes com doença renal crônica submetidos a hemodiálise. Disponível em: https://www.scielo.br/j/fm/a/PsVVPtrvhnMgqPYYfmFPqzF/abstract/?lang=pt#. Acesso em: 06 dez 2023.

FONTE: Blog FazBem

Traumas são experiências marcantes que podem promover adoecimento psíquico

Comumentemente, a palavra “trauma” é empregada para descrever situações aversivas que envolvem estresse e produzem uma experiência negativa. Segundo Álvaro Cabral Araújo, médico e professor convidado do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o termo é usado de forma frequente para descrever situações de estresse e frustrações cotidianas.

Para a psicologia e psiquiatria, entretanto, a palavra é usada para descrever experiências graves, potencialmente capazes de promover um adoecimento psíquico. “Os manuais diagnósticos de psiquiatria como a CID-11,  da Organização Mundial da Saúde (OMS) e o DSM5, da Associação Americana de Psiquiatria, descrevem o trauma ou evento traumático como uma exposição a experiências graves, como episódios concretos, ou ameaças de morte, lesão grave ou violência sexual”, explica Araújo.

Consequências 

O psiquiatra explica que “trauma” não é o nome dado para um diagnóstico psiquiátrico ou para um transtorno psiquiátrico específico. A exposição a um evento traumático não implica, obrigatoriamente, no desenvolvimento de transtornos psiquiátricos. O sofrimento e os prejuízos experienciados por pessoas que sofrem algum trauma são variáveis, e a maioria das pessoas se recupera espontaneamente.

Entretanto, existem alguns transtornos que estão relacionados a traumas e a estressores, como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), quadro que acomete aproximadamente 10% dos indivíduos expostos a um evento traumático. Araújo pontua que, em casos de TEPT, existem critérios específicos de diagnóstico e que é possível realizá-lo. Depois que um indivíduo é exposto a um trauma, ele pode apresentar alguns sintomas, segmentados em três grupos.

O primeiro diz respeito à revivescência do evento traumático – também conhecido como sintoma intrusivo. “Isso inclui lembranças frequentes sobre o trauma, são pensamentos intrusivos; não é que a pessoa se esforça para pensar sobre aquele tema, ela é invadida por essas lembranças. Isso pode acontecer também na forma de pesadelos e na forma de flashbacks”, exemplifica.

O segundo grupo de sintomas é o de evitação ou esquiva. A partir do momento em que o indivíduo desenvolve o quadro de Estresse Pós-Traumático, é normal que ele passe a evitar coisas relacionadas ao evento traumático. “Se uma pessoa sofreu um assalto caminhando em uma determinada rua, é possível que a pessoa evite passar por aquele lugar, evite estar em contato com pessoas que estavam presentes no dia do assalto, por exemplo”, explica o psiquiatra.

O terceiro grupo diz respeito a sintomas de hiperatividade ou hiperexcitação, em que os indivíduos afetados pelo transtorno, depois da exposição ao trauma, vivem em estado de alerta, assustam-se com mais facilidade e são mais reativos e irritados do que em condição normal.

Miriam Debieux Rosa, professora do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia (IP) da USP e coordenadora do Laboratório Psicanálise, Sociedade e Política (PSOPOL/IPUSP) e do Grupo Veredas: psicanálise e imigração (PSOPOL/IPUSP), pontua que o diagnóstico é decisivo para determinar o tipo de tratamento adequado para pessoas que sofreram com traumas.

Apagamento da memória 

Pessoas expostas a eventos traumáticos, estressores graves ou situações emocionais muito intensas podem apresentar manifestações de dissociação, como a amnésia dissociativa – quadro em que alguns indivíduos são incapazes de recordar aspectos relevantes do evento traumático vivenciado.

Segundo Mario Otero, psicólogo no Ambulatório de Transtornos Somáticos (Soma) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em alguns casos, essa amnésia afeta alguns momentos da vida do indivíduo, ou pode ser mais severa, caso em que a pessoa pode esquecer quem ela é, se tem família e o que faz profissionalmente, por exemplo. “Essa dissociação ocorre para proteger a pessoa das memórias e dos afetos ruins ligados a algum tipo de experiência que ela não conseguiu elaborar psiquicamente”, exemplifica.

Cabral explica que existem outras manifestações dissociativas, como desrealização – sensação de desconexão com o ambiente, como se ele não fosse real ou se algo estivesse modificado – ou despersonalização – situação em que o indivíduo se enxerga como se estivesse de fora da situação vivida.  “Esses fenômenos dissociativos podem ser descritos como uma desintegração das funções psíquicas, da consciência, das percepções, da memória. São fenômenos que podem ocorrer diante de estressores graves, provocando essa dissociação”, pontua.

Mesmo que memórias traumáticas sejam bloqueadas, situações como a reexposição a algum evento traumático ou o contato com detalhes da experiência vivida podem permitir que as lembranças sejam acessadas. No caso de uma pessoa que sofreu alguma violência sexual no final da infância ou início da adolescência, por exemplo, e passou boa parte da vida sem entrar em contato com aquela memória, é possível que esse conteúdo seja acessado novamente, caso ela experiencie outra situação abusiva, ou ouça algum relato sobre alguma violência.

Tratamentos 

Nos casos de dissociação, Otero explica que o tratamento desses quadros consiste em colocar o indivíduo afetado para relatar o que for possível e o que for lembrado e, à medida em que ele se abre para o analista, consegue acessar as experiências ruins e atribui um significado ao acontecimento. “Quando a pessoa vai se sentindo mais segura e mais forte para se aproximar dessas experiências ruins do passado, é quase como se a dissociação, essa separação daquele conteúdo ruim, não fosse mais tão necessária”, exemplifica o psicólogo.

Miriam aponta que o grau das situações traumáticas influencia na forma como o tratamento com os afetados deve ser realizado. “Situações violentas, por exemplo, vão ter vários níveis de elaboração, então há uma vida para lidar com as perdas, e principalmente essas muito intensas. Mas isso não significa que a pessoa tenha que viver em sofrimento o tempo todo”, exemplifica. Na própria psicanálise, segundo a professora, existem inúmeras abordagens a respeito do tipo de tratamento, mas dependem do modo como o indivíduo se defende na sua organização psíquica.

Para Araújo, é importante que os indivíduos que são expostos a uma situação traumática sejam acolhidos. “Tanto profissionais como familiares que vão prestar algum tipo de assistência no momento imediato, poucos dias após a exposição ao evento traumático, devem ter esse cuidado de não forçar a pessoa a lembrar ou contar detalhes da situação que aconteceu com ela, apenas se colocar ali à disposição, acolher e tentar fortalecer a rede de apoio”, explica.

Segundo o psiquiatra, cerca de 90% das pessoas expostas a eventos dessa natureza se recuperam completa e espontaneamente dentro de alguns dias. Entretanto, existem casos em que o indivíduo reconhece que, desde o evento traumático, apresenta prejuízos em sua função habitual. Nesses cenários é importante que busquem um tratamento psicológico com bons profissionais.

*Sob supervisão de Paulo Capuzzo e Cinderela Caldeira

FONTE: Jornal da USP

Jantar tardio pode gerar problemas à saúde

Estudo de cientistas norte-americanos aponta os malefícios das refeições noturnas e alerta que, tornar um hábito regular as refeições noturnas, especialmente pouco antes de dormir, pode trazer consequências indesejadas para a saúde. Laís Murta, nutricionista e doutoranda do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo, explica por que as refeições noturnas apresentam risco ao processo digestivo.

Rotina

Segundo a especialista, principalmente nos grandes centros urbanos, a rotina é uma das principais responsáveis por esse problema, já que muitas pessoas costumam omitir o café da manhã e postergam todas as outras refeições, inclusive o jantar, que passa a ser realizado após o horário de 21 horas. Ela conta que a omissão das refeições diurnas influencia também na quantidade calórica do jantar, já que o corpo sente a necessidade de consumir mais nutrientes para suprir o que não foi ingerido durante o dia.

“Protelar o horário das refeições, fazer o jantar mais tarde acaba sendo um momento de maior tranquilidade. Então, o momento em que a pessoa vai conseguir desfrutar dessa refeição de uma forma mais calma, tranquila, mas essa acaba sendo uma refeição mais calórica, que vai trazer com certeza uma série de consequências prejudiciais para a saúde”, esclarece.

Metabolismo

De acordo com a doutoranda, o corpo humano é projetado para que todos os processos biológicos e metabólicos, como digestão e produção de hormônios, sejam realizados durante o período diurno. Quando o jantar ocorre em um horário tardio, o processo metabólico é atrasado e a função das nossas células pancreáticas, que produzem insulina, acaba sendo menor e podem gerar risco de diabete.

Para a nutricionista, doenças cardiovasculares e surgimento de obesidade também podem ser provocadas por esse adiamento no jantar. Ela conta que alguns estudos mostram que as refeições pela manhã, mesmo hipercalóricas, têm impacto positivo nas funções cardiovasculares e auxiliam na perda de peso, enquanto as mesmas refeições à noite causam efeito contrário.

“A refeição hipercalórica pela manhã acaba tendo uma melhora em parâmetros cardiovasculares e acaba gerando perda de peso, enquanto a mesma refeição à noite provoca todo um efeito contrário. Isso, com o tempo, pode aumentar o risco de doença cardiovascular, o risco de diabete, entre outras consequências”, afirma.

Termogênese

Conforme Laís Murta, após as refeições, o corpo passa pelo processo de termogênese, no qual queima calorias para produção de calor. Nesse sentido, ela explica que é importante as refeições noturnas serem mais leves, para que o corpo não precise queimar tantas calorias no momento de dormir, o que interfere na qualidade do sono e pode causar acúmulo de gordura.

A especialista conta que o ideal é consumir alimentos até quatro horas antes de dormir, com o intuito de que o corpo consiga realizar o processo digestivo de maneira equilibrada. Ela conta que, já que a maioria das pessoas costuma dormir entre 22h e 23h, o mais correto é realizar a última refeição antes das 19 horas. “Não adianta a gente se importar apenas com a quantidade e com a qualidade. A gente tem que se preocupar também com o horário, isso é fundamental”, finaliza.

FONTE: Jornal da USP

Comer e correr para o banheiro: a dor de barriga inesperada

Você é daquelas pessoas que, assim que acaba de comer, já sente vontade de ir ao banheiro? Apesar de ser algo comum, isso pode ser algo muito incômodo e, em alguns casos, ser um sinal de alerta para algum problema.

Primeiro de tudo é importante saber que cada um tem uma resposta diferente à ingestão de alimentos. Acontece que, para as pessoas com respostas mais exacerbadas, a vontade de evacuar se manifesta várias vezes após comer e pode acontecer, inclusive, com diarreia associada. 

Quem nunca passou um sufoco com uma dor de barriga inesperada e teve que correr para o banheiro mais próximo que atire a primeira pedra!

Agora, se essas idas ao banheiro estão impactando a sua qualidade de vida e trazendo desconforto para sua rotina como deixar de se alimentar por receio de precisar evacuar em ambiente público, ou se estiver acompanhada de uma dor abdominal, talvez você deva ficar mais atento. 1

Possíveis causas da dor de barriga

A dor de barriga pode ser causada por problemas mais simples, como uma má digestão ou excesso de gases, mas também pode ser um sinal de alerta para disfunções no estômago, intestino, fígado, vesícula, bexiga, útero e ovários. 2

Essa dor pode ser desencadeada ou estar associada a fatores como comer, realizar determinados movimentos, manter uma postura inadequada e até mesmo carregar peso. Além disso, é muito comum que a dor de barriga venha acompanhada de náuseas, vômito, diarreia e febre. 2

Algumas condições e tratamentos podem contribuir para que as fezes fiquem no intestino grosso por menos tempo. Entre eles estão o hipertireoidismo; remoção cirúrgica de parte do estômago, intestino delgado ou grosso; derivação cirúrgica de parte do intestino; doença inflamatória intestinal (por exemplo, colite ulcerativa); remoção cirúrgica da vesícula biliar e o uso de medicamentos como, por exemplo, antiácidos contendo magnésio, laxantes, prostaglandinas, serotonina e até mesmo cafeína. 3

Além disso, alguns alimentos também podem influenciar a velocidade com que seu intestino funciona. Alimentos ácidos ou com quantidade muito alta de açúcar, podem aumentar a taxa de trânsito. Em alguns casos, como nos intolerantes à lactose, as pessoas não toleram alimentos específicos e desenvolvem diarreia depois de consumi-los. 3

Outro fator muito importante também é a sua saúde emocional. Pois é! Por incrível que pareça, o estresse e a ansiedade também são causas comuns da diarreia. 3

Quando procurar um médico?

Quando a dor de barriga está relacionada a um problema simples, costuma desaparecer sem necessidade de tratamento, mas em casos de dores súbitas, intensas e frequentes, é importante buscar a ajuda de um médico para identificar a causa e receber o tratamento adequado. 2

Alguns sinais de alerta levantam a suspeita de uma causa mais séria da dor de barriga: 3

  • Sangue ou pus nas fezes
  • Febre
  • Sinais de desidratação (como micção reduzida, letargia ou apatia, sede extrema e boca seca)
  • Diarreia crônica
  • Diarreia noturna
  • Perda de peso

Algumas pessoas podem precisar de exames e tratamento imediatos e, às vezes, de hospitalização. Dependendo dos outros sintomas, da sua idade e histórico clínico, o médico pode recomendar que você faça exames ou indique alguns tratamentos. 3

Fique atento aos sinais de alerta e, em caso de dúvidas, marque uma consulta com um clínico geral ou gastroenterologista para entender melhor sobre o funcionamento do seu intestino e se você tem algum problema que precisa ser cuidado.

Só não vale continuar passando aperto, né?

Referências:

  1. https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/08/10/ir-ao-banheiro-logo-apos-comer-e-ruim-ou-sinal-que-o-metabolismo-e-rapido.htm
  2. https://www.bp.org.br/artigo/dor-abdominal
  3. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/sintomas-de-dist%C3%BArbios-digestivos/diarreia-em-adultos

BR-18728. Material destinado a todos os públicos. Jul/2022

FONTE: Blog FazBem

Neurofibromatose: descubra qual médico procurar para o tratamento

Apesar de ser um conjunto de doenças pouco conhecido pelas pessoas em geral, a neurofibromatose (NF), em qualquer de suas formas, merece nossa atenção, pois pode comprometer pele, olhos, ossos, sistema nervoso e outros órgãos internos.

Causada por desordens genéticas ou hereditárias, a neurofibromatose não tem cura, mas é tratável. Sua forma mais comum de manifestação é a NF Tipo 1, que aparece, geralmente, já nos primeiros anos de vida. Há impactos tanto funcionais quanto estéticos na vida do paciente.

Se você ou alguém de sua família foi diagnosticado com neurofibromatose e ainda não sabe muito bem o que fazer daqui para frente, fique tranquilo. Vamos contar para você o que fazer após o diagnóstico de neurofibromatose para ter mais qualidade de vida.

O que fazer após o diagnóstico de Neurofibromatose?

É normal que muitas dúvidas surjam depois de receber o diagnóstico de uma doença pouco conhecida, mas o primeiro (e mais importante) passo daqui para frente é buscar a orientação de um médico especialista em neurofibromatose.

Por meio do acompanhamento adequado, é possível conviver bem com a doença e ter uma boa qualidade de vida. Agora, a dúvida que não quer calar: qual médico procurar após o diagnóstico da doença?

A verdade é que o tratamento das neurofibromatoses pode requerer especialistas de várias áreas médicas, principalmente em casos de pacientes com NF Tipo 2 e Schwannomatose.

Por se tratar de uma doença genética que atinge diversas partes do organismo, entre eles o sistema nervoso central, é indicado procurar médicos neurologistas, neurocirurgiões e geneticistas, que cuidam especificamente das principais manifestações da doença.

É claro que cada pessoa é única e, a depender dos sintomas e implicações da doença na saúde do paciente, é indicado procurar ainda por médicos dermatologistas, oftalmologistas, psiquiatras e oncologistas, que realizarão os tratamentos mais adequados para cada caso.

Segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), o tratamento da pessoa com neurofibromatose ocorre através do cuidado multiprofissional e integrativo, o que significa que haverá uma verdadeira equipe de profissionais empenhada em realizar um tratamento satisfatório da doença.

Como é o tratamento da neurofibromatose?

Felizmente, existem diversos tratamentos capazes de solucionar as principais queixas dos pacientes com neurofibromatose. Apesar de não ter cura, é possível controlar os sintomas e ter mais qualidade de vida.

Dentre os tratamentos aplicáveis para a neurofibromatose, estão as intervenções cirúrgicas, quimioterapia ou radioterapia. Em alguns casos, o tratamento poderá acontecer apenas por meio do acompanhamento de exames, sem necessidade de intervenções cirúrgicas.

A escolha dos tratamentos dependerá do tipo de neurofibromatose, dos seus sintomas e ainda das particularidades de cada paciente. Por isso, buscando orientação profissional especializada, o melhor tratamento será indicado para o seu caso.

Fontes:

  1. Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica:

https://sbop.com.br/neurofibromatose/

  1. Acta Cirúrgica Brasileira:

https://www.scielo.br/j/acb/a/7HMfd9rMb4ZFyKGJZC94k3g/?lang=pt#:~:text=A%20ocorr%C3%AAncia%20da%20neurofibromatose%20%C3%A9,ou%20monossintom%C3%A1ticas)4%2C5.

  1. Associação Mineira de Apoio às Pessoas com Neurofibromatoses:

https://amanf.org.br/2015/06/entrevista-do-dr-nikolas-mata-machado-sobre-as-neurofibromatoses/

  1. Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica – Webinar:

https://www.youtube.com/watch?v=UFiQF8Yn_hs

BR-17323. Material destinado a todos os públicos. Jun/2022

FONTE: Blog FazBem

O que é diabetes insulinodependente?

O diabetes tipo 1 (DM1), antigamente, era chamada de diabetes melito insulinodependente (DMID). Essa forma de diabetes atinge de 10 a 20% dos casos. Os outros 80 a 90%, correspondem ao que hoje chamamos de diabetes tipo 2 (DM2) e que antes era chamado de diabetes melito não-insulino – dependente (DMNID).¹ 

Sobre o diabetes 

Diabetes é uma doença na qual o nível de glicose (açúcar) se encontra alto no sangue, o que chamamos de hiperglicemia. ² 

A glicose serve como combustível para o funcionamento das células de nosso corpo, mas para ser absorvida, precisa ser quebrada pelo hormônio chamado insulina ² 

Quando, por algum motivo, a insulina não consegue fazer esse trabalho, os níveis de glicose aumentam no sangue, o que pode levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. ² 

Diabetes tipo 1 

O tipo 1 é mais comum de ser diagnosticado na infância e adolescência e corresponde a menor quantidade de pacientes com diabetes³ 

Nesse tipo, o organismo não consegue produzir insulina devido a destruição das células do pâncreas (órgão que produz a insulina) por um mecanismo autoimune (o sistema imunológico enxerga erroneamente uma substância como nociva e a ataca). ³ 

O sistema imunológico ataca as células do pâncreas (órgão no qual a insulina é produzida) e a produção de insulina fica comprometida. ³ 

Quem tem parentes com diabetes tipo 1 têm maiores chances de desenvolver a doença. ³  

Sintomas do diabetes tipo 1 

  • Fome frequente ² 
  • Sede constante ² 
  • Vontade de urinar diversas vezes ao dia ² 
  • Perda de peso ² 
  • Fraqueza ² 
  • Fadiga ² 
  • Mudanças de humor ² 
  • Náusea e vômito ² 

Tratamento  

Para manter a glicose no sangue em valores adequados, as pessoas com diabetes tipo 1 precisam de injeções diárias de insulina, por isso esse tipo era conhecido como diabetes insulino-depedente. ² 

A medição do nível de glicose é feita por um aparelho chamado glicosímetro. A insulina é aplicada em forma de injeção em locais como a barriga, coxa, braço, região da cintura ou glúteo (regiões com gordura). ² 

cuidado com a alimentação também é essencial, evitando alimentos ultra processados e com grande quantidade de açúcar.  

Diabetes tipo 2  

O tipo 2 pode ocorrer por dois motivos: 

  • O organismo não produz quantidade suficiente de insulina ou  
  • As células do organismo não absorvem a quantidade certa de insulina (resistência à insulina). ³  

Esse tipo é mais comum de ser diagnosticado na fase adulta, devido ao acúmulo de maus hábitos alimentares, mas também se verifica que existe a maior chance de desenvolvimento de diabetes tipo 2 em quem têm pais ou irmãos com a doença. ³  

Sintomas do diabetes tipo 2 

  • Fome frequente ² 
  • Sede constante ² 
  • Formigamento nos pés e mãos ² 
  • Vontade de urinar diversas vezes ² 
  • Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele ² 
  • Feridas que demoram para cicatrizar ² 
  • Visão embaçada ² 

Atenção aos Hábitos 

Cerca de 80% das pessoas que desenvolvem resistência à glicose estão com excesso de gordura corporal e são sedentárias. Nas pessoas que estão acima do peso ou obesas, as células do organismo respondem menos à ação da insulina. ³ 

Tratamento  

De acordo com a condição clínica de cada paciente, pode ser utilizado determinado medicamento para tratamento. ² 

Por este motivo, esse tipo era chamado de não-insulino-dependente. ² Somente seu 

médico saberá a melhor abordagem para seu tratamento.  

Existem 3 abordagens de tratamento: 

  • Uso de inibidores da alfa-glicosidase:  impedem a digestão e absorção de carboidratos no intestino² 
  • Uso de sulfonilureias ou glinidas: que estimulam a produção pancreática de insulina pelas células. ² 
  • Uso de insulina (caneta ou injeção): regula o nível alto de glicose no sangue (hiperglicemia) ² 

Essas três abordagens são acompanhadas de reeducação alimentar e outras recomendações, caso a diabetes esteja associada a outras doenças como hipertensão e sobrepeso, por exemplo. ² 

Procurando ajuda  

Ao ser diagnosticado com diabetes tipo 1 ou 2, é importante manter o tratamento com o médico e não parar de tomar as medicações por conta própria ao sentir os sintomas diminuindo. ² 

Hoje, é super possível conviver com os dois tipos de diabetes, mas os cuidados precisam ser tomados para evitar complicações. ² 

Referências: 

1 – DA SILVA LUCENA, Joana Bezerra. DIABETES MELLITUS TIPO 1 E TIPO 2. Arquivo FMU, 2022.  Disponível em https://arquivo.fmu.br/prodisc/farmacia/jbsl.pdf Acesso em 27/07/22 

2 – PARANÁ SECRETARIA DE SAÚDE. DIABETES MELLITUS. PARANÁ SECRETARIA DE SAÚDE. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Diabetes-diabetes-mellitus#:~:text=A%20causa%20do%20diabetes%20tipo%202%20est%C3%A1%20diretamente%20relacionado%20ao Acesso em 27/07/22  

3 – BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. COMO OCORRE O DESENVOLVIMENTO DE DIABETES TIPO 1 E 2 NO ORGANISMO HUMANO?. BIBLIIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. DISPONÍVEL EM: https://aps-repo.bvs.br/aps/gostaria-de-saber-mais-informacoes-sobre-como-ocorre-o-desenvolvimento-de-diabetes-tipo-1-e-2-no-organismo-humano/ ACESSO EM 27/07/07 

BR-18919. Material destinado a todos os públicos. 2022

FONTE: Blog FazBem