Estimulação transcraniana melhora sintomas do Alzheimer

De acordo com o Relatório Nacional sobre Demências, ao menos 2 milhões de pessoas com mais de 60 anos vivem com algum tipo de demência no Brasil, condição que não tem cura. O Alzheimer está entre as formas mais comuns em mais velhos, causando alterações na memória, na personalidade e em habilidades essenciais, como as visuais e espaciais.

Como uma alternativa não invasiva de tratamento, pesquisadores do Instituto de Medicina Física e Reabilitação (IMREA) em parceria com o Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) utilizaram a estimulação de pulso transcraniana (EPT) e observaram melhoras comportamentais e de sintomas neuropsiquiátricos nos pacientes.

A estimulação de pulso transcraniana utiliza ondas de choque, feita de maneira difusa por todo o crânio para atingir todas as regiões do cérebro. “A onda de choque é uma onda sonora especial e focalizada, com um pico de pressão que atinge até cinco centímetros de profundidade nos tecidos”, conta Gilson Shinzato, médico fisiatra e primeiro autor da pesquisa. A técnica já é utilizada há algumas décadas em outras áreas da medicina, e tem benefícios como vasodilatação – em que os vasos sanguíneos se “abrem”, melhorando a passagem do sangue –, ação anti-inflamatória e estímulo à regeneração de tecidos. Neste estudo exploratório, as aplicações de EPT foram feitas em todo o crânio, de forma difusa, buscando contemplar todas as regiões do cérebro.

Os pacientes que receberam a intervenção tiveram melhora nos sintomas neuropsiquiátricos, como delírios, alucinações e irritabilidade; nos sintomas cognitivos, como perda de memória; e nos sintomas comportamentais, como paranoia, comportamentos repetitivos e perambulação.

Todos esses sintomas foram avaliados através de questionários, que mediam também a independência do paciente e sobrecarga dos cuidadores. No Questionário de Inventário Neuropsiquiátrico, NPI-Q, que avaliou os sintomas neuropsiquiátricos, houve uma redução de 23 pontos nos primeiros 30 dias, de uma escala que vai de 0 a 144, demonstrando a evolução dos pacientes.

 

Demonstração de aplicação de EPT em manequim, com profissional acompanhando os locais atingidos através de tela – Foto: Disponibilizada pelo pesquisador

Aplicação da estimulação de pulso transcraniana

Os dez pacientes que receberam a intervenção tinham acima de 50 anos e a doença de Alzheimer provável e possível segundo critérios diagnósticos. “A diferença entre um e outro é a quantidade de lesão vascular [nas células do cérebro]. Na doença ‘provável’ você espera que tenha pouquíssima lesão vascular, e na ‘possível’ você já admite que tenha um pouco mais de conteúdo de lesão vascular”, explica Orestes Forlenza, professor do IPq e co-autor da pesquisa.

Ao serem submetidos à EPT, era necessária a aplicação de um gel comum, como o de ultrassom, sobre cabeça do paciente, que passava por “uma varredura lenta no cérebro todo ao longo de meia hora. Os pacientes faziam dez sessões e, ao final, eram submetidos de novo aos questionários”, diz Shinzato, que completa destacando que o tratamento é indolor.

As sessões eram realizadas duas vezes na semana, com duração de 30 minutos e com a presença dos acompanhantes dos pacientes. Os questionários de avaliação foram reaplicados um, três e seis meses depois das aplicações. No artigo, constam os resultados encontrados para um e três meses após as sessões, dos dez pacientes incluídos na publicação.

A pesquisa ainda é inicial, e foi feita com uma amostra pequena de pacientes, mas deve progredir. “O estudo entra agora numa nova fase randomizada [com amostra de pacientes selecionada de modo aleatório] e controlada com placebo em 45 pacientes, mantendo o rigor científico, com o cegamento [não se sabe em qual dos pacientes é aplicado o tratamento ou o placebo] dos avaliadores, pacientes e acompanhantes, para sedimentar as evidências que já tivemos”, relata Shinzato. A aplicação do placebo acontece de forma idêntica, mas sem a emissão das ondas de choque.

Após as avaliações, os indivíduos que receberam o placebo também serão convocados para receber o tratamento com EPT.

 

A tela do dispositivo demonstra a aplicação difusa por todo o cérebro dos pacientes – Foto: Disponibilizada pelo pesquisador

Melhora comportamental

Como detalha Forlenza, a doença de Alzheimer tem início na formação hipocampal, região relacionada aos processos de aprendizado e memória. “Ela se espalha depois para outras regiões do sistema límbico e acaba acometendo de uma maneira mais difusa o neocórtex [região responsável pela linguagem e pensamento lógico], e leva progressivamente à perda de funções cognitivas”, explica o professor.

“Nós já sabíamos que o estímulo cerebral poderia ser uma ferramenta interessante, que poderia nos ajudar a entender melhor esse declínio cognitivo, e também diminuir a sua velocidade”, relata Linamara Battistella, professora da FMUSP e co-autora da pesquisa. “Não era nova a questão da neuromodulação cerebral [técnicas que atuam no sistema nervoso e estimulam o funcionamento das vias neurais] por diferentes mecanismos”, completa. Mas, diferente de outros métodos de neuromodulação, que costumam ser estacionários – em que é necessário precisão na posição do equipamento e do paciente para atingir a área desejada – a aplicação do EPT contemplou todo o crânio dos pacientes.

“Além da aplicação difusa, escolhemos uma estratégia de concentrar energia em áreas relacionadas à conectividade geral do cérebro, e em outras relacionadas ao comportamento, regulação e estabilidade de humor”, diz Shinzato.

“A impressão é que o método realmente entrega um benefício, que é mais evidente nos sintomas comportamentais [como comportamentos repetitivos, paranoia e perambulação], o que é interessante, porque é uma das demandas menos atendidas nessa área”, destaca Forlenza. “Essa estimulação feita a partir da onda de choque poderia se colocar como uma alternativa bastante entusiasmante”, completa Battistella.

O Brasil, assim como outros países do mundo, espera um aumento de sua população de idosos nos próximos anos. “A gente vê uma população que envelhece e, claro, espera que todo mundo envelheça com qualidade de vida, no entanto, as condições crônicas de saúde, o próprio estilo de vida acaba condicionando ao aparecimento do declínio cognitivo”, reflete Battistella.

Por isso, a professora destaca que uma pesquisa voltada ao tratamento da doença de Alzheimer atende a um desafio mundial: o de construir uma lógica de cuidados, garantindo qualidade de vida para os pacientes e suas famílias. Forlenza acredita que a EPT pode funcionar como uma terapia conjunta ao que já é utilizado atualmente, promovendo uma boa sobrevida aos pacientes.

“Às vezes, não é possível impedir a evolução. Apesar dos tratamentos, a doença ainda progride”, diz Forlenza. Mas o professor lembra que atenuar a progressão pode transformar a trajetória do paciente, deixando mais suportável também para a família, tentando “promover o máximo possível a capacidade funcional e a capacidade de aproveitar a vida dessas pessoas”, finaliza.

Mais informações: e-mail g.shinzato@hc.fm.usp.br, com Gilson Shinzato

*Estagiária sob orientação de Fabiana Mariz e Luiza Caires

FONTE: Jornal da USP

Novo remédio para Alzheimer é luz no fim do túnel, mas não é a salvação

O Donanemab foi aprovado em fases iniciais nos EUA e traz novidades positivas, mas Orestes Forlenza adverte que, embora promissor, é indicado apenas para certos casos

Droga que retarda progressão do Alzheimer é eficaz, de acordo com painel da FDA, órgão federal sanitário dos Estados Unidos. Os consultores da agência norte-americana votaram unanimemente a favor da eficácia do Donanemab, que retarda a progressão da doença em 60% nos estágios iniciais. O comitê considerou que os benefícios superam os riscos, abrindo caminho para a decisão final do órgão dos Estados Unidos. O professor Orestes Forlenza, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, considera o medicamento uma “luz no fim do túnel” para o tratamento de Alzheimer – doença esta que tem sido um grande desafio para os pesquisadores e que ainda não tem cura. Por outro lado, Forlenza faz uma série de ressalvas sobre o medicamento, como custo, efeitos colaterais e benefícios modestos.

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O Donanemab é uma das drogas que integram uma nova classe de medicamentos que têm como objetivo tentar retardar ou até mesmo impedir a progressão do processo patológico da doença de Alzheimer. É uma droga que está em estudo já há alguns anos, tanto que a publicação dos resultados é recente. A proposta dessa nova classe, segundo o médico da USP, “é a formulação de anticorpos monoclonais, que são anticorpos prontos para a remoção do beta amiloide (peptídeo ao qual a origem do Alzheimer é atribuída)”. Ele complementa: “Evidentemente, a administração desses anticorpos é complicada. Tem que ser feita por via infusional e são estudos bastante complexos”. É importante ressaltar que as primeiras drogas testadas dessa classe fracassaram; são várias drogas com uma proposta muito parecida, mas que foram interrompidas.

O Donanemab passa a ser, portanto, a droga mais recente e, por hora, a mais promissora. Como comentado pelo professor, o intuito da droga é retirar o peptídeo amiloide, que “é uma clivagem anormal de uma proteína neuronal, exercendo um efeito tóxico e uma cascata de eventos que levam à neurodegeneração”, explica ele. Retirando a amiloide do cérebro, a consequência seria uma atenuação dos sintomas da doença.

Contrapontos

Ainda que os resultados da pesquisa sejam os mais promissores atualmente, “os resultados não foram tão bons como se esperava. O benefício clínico é pequeno, embora a remoção do amiloide ocorra”, afirma Forlenza. Ele diz que é praticamente consensual na comunidade científica que o peptídeo é a causa do Alzheimer, então a expectativa era de que os efeitos do medicamento fossem melhores.

Ele ressalta também que o Donanemab é indicado apenas em casos bem iniciais da doença. “Essa droga não vai servir para todos os pacientes, porque o benefício clínico está atrelado a um momento muito específico da trajetória da progressão dessa doença e é praticamente certo que não haverá benefício, se o quadro já estiver instaurado, é tarde demais”, diz Forlenza. Os benefícios estariam restritos apenas ao longo do curso da doença.

Por esse motivo, ele diz que é absolutamente vital que o medicamento seja indicado sob critérios rigorosos, pois, caso fuja deles, o efeito positivo não ocorrerá, com o risco ainda de efeitos colaterais negativos. Além disso, o medicamento não pode ser gasto de qualquer maneira: a utilização dele custa US$ 60 mil por ano, aproximadamente R$ 320 mil. Com isso em mente, ele comenta que o Donanemab, se aprovado, será restrito a um grupo pequeno de pessoas.

FONTE: Jornal da USP

Fragmentos tóxicos de proteínas no cérebro podem ser marcadores de Alzheimer em vida

Biomarcador ajudaria no monitoramento da doença de Alzheimer, para a qual não há um marcador único que possa fornecer um diagnóstico definitivo em vida

Tauopatias são doenças neurodegenerativas associadas a depósitos anormais de uma proteína chamada tau no cérebro, com alta mortalidade e sem cura. O tipo mais comum de tauopatia é a doença de Alzheimer e, atualmente, não há um biomarcador que identifique a doença com precisão no paciente em vida. O diagnóstico é feito em entrevista com o paciente, avaliação neuropsicológica e por exclusão de outras doenças em exames de sangue e imagem.

Trabalho de cientistas da USP e da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF), nos Estados Unidos, avalia o uso de fragmentos da proteína nos líquidos cerebrais como biomarcador para diagnóstico em vida e monitoramento de Alzheimer e doenças similares.

Os resultados do trabalho são relatados em artigo publicado pela revista científica Acta Neuropathologica Communications. “A doença de Alzheimer afeta milhões de pessoas no mundo, entretanto, existem outras tauopatias mais raras, incluindo a encefalopatia traumática crônica que afeta atletas e a paralisia supranuclear progressiva”, afirmam Lea Grinberg, professora da UCSF e da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), e Liara Rizzi, pós-doutoranda da Unicamp, autoras do artigo.

“Um estudo prévio feito pelo nosso grupo de pesquisa identificou no tecido cerebral humano após a morte que o número de neurônios que acumulam tau clivada por caspase, que é neurotóxica, é similar ao número de neurônios que acumulam tau fosforilada, ou fosfo-tau, a alteração mais estudada em doenças neurodegenerativas”, relatam as pesquisadoras. As caspases são um grupo de proteases, enzimas que dividem proteínas, comumente associadas a inflamação e morte celular (apoptose), e que participam da quebra da proteína tau (proteólise).

Mecanismos patológicos induzidos pela proteína tau fragmentada pelas caspases, grupo de proteases, enzimas que dividem proteínas, comumente associadas a inflamação e morte celular – Ilustração: Reprodução do artigo

“A proteína tau pode sofrer clivagem por várias caspases, incluindo as dos tipos 1, 2, 3, 6, 7 e 8, no entanto, a sobreposição é de apenas 45%”, apontam Lea Grinberg e Liara Rizzi. “Isso sugere que estudos baseados somente em fosfo-tau não identificam completamente a patologia da proteína tau e que, em casos de divisão pelas caspases, ela é parcialmente distinta e complementar a da fosfo-tau”.

Diagnóstico em vida

De acordo com as cientistas, estudos sobre formas de tau divididas pelas caspases no líquido cefalorraquidiano e no soro do cérebro são limitados, mas as descobertas emergentes mostram-se promissoras, sublinhando a necessidade de uma exploração mais profunda. “Essas pesquisas mostram que a detecção de fragmentos neurotóxicos de tau oferecem uma oportunidade para diagnóstico in vivo e monitoramento de doenças neurodegenerativas”, ressaltam.

Locais onde a proteína tau pode ser divididas pelas caspases (linhas vermelhas); grupo de pesquisa desenvolveu ensaio químico para detecção de tau truncada por caspase no liquor do cérebro – Ilustração: Reprodução do artigo

“Dessa forma, dada a abundância de tau dividida pela caspase-6 na doença de Alzheimer e a escassez em tauopatias 4R, como a paralisia supranuclear progressiva, vale a pena testar se um ensaio com esse tipo de tau tem melhor desempenho na sua identificação do que os baseados em fosfo-tau”, apontam Lea Grinberg e Liara Rizzi. “Provavelmente, a aplicação mais pertinente é a identificação de patologia não associada a fosfo-tau na doença de Alzheimer.”

As pesquisadoras acrescentam que a detecção de tau dividida por caspase in vivo pode ser extremamente significativa tanto para fins diagnósticos quanto terapêuticos. “Nosso grupo desenvolveu um ensaio químico para detecção de tau truncada por caspase no líquor do cérebro, que agora está em testes com amostras clínicas.”

O estudo contou também com a participação dos pesquisadores Lea Julio, Rojas-Martinez e Michelle Arkin, do Memory and Aging Center da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF). A primeira autora do artigo é Liara Rizzi, pós-doutoranda da Unicamp, que teve parte de sua bolsa para fazer pesquisas na UCSF financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Mais informações: e-mails lea.grinberg@ucsf.edu, com Lea Grinberg, e Liara.Rizzi@ucsf.edu, com Liara Rizzi

FONTE: Jornal da USP

Mapeamento da retina pode indicar risco de Alzheimer

O Alzheimer, um tipo de demência, é uma doença silenciosa. Chega gradualmente e, quando recebido o diagnóstico, pode já estar em um estado avançado. Várias frentes de estudo se propõem a encontrar maneiras de identificar os sintomas o mais cedo possível, visando assim a um tratamento mais eficiente – vale lembrar que ainda não há uma cura, apenas cuidados paliativos. Um estudo britânico, publicado recentemente, é mais um que vem para somar a essas frentes, trazendo dados promissores. O professor Mario Luiz Ribeiro Monteiro, do Departamento de Oftalmologia da Faculdade de Medicina da USP, fala sobre o estudo.

A visão começa no olho, a imagem é formada na retina e ela é transportada pelo nervo óptico, passando por outras estruturas até chegar ao cérebro. Já se sabia que o Alzheimer poderia ter impacto na visão do ponto de vista neurológico. O professor exemplifica alguns dos efeitos: “Sensibilidade ao contraste, à percepção de cores, à percepção de movimento ou dificuldade de interpretar imagens”. O que se descobriu agora é que a doença afeta não só o cérebro, mas também o percurso da imagem. Monteiro afirma que “ela acomete também essa porção anterior”, sendo a “retina nervosa quase como prolongamentos do cérebro”.

Os benefícios dessa descoberta perfazem uma nova linha de pesquisa, a qual pode ajudar a identificar a demência em estágio inicial. A partir da análise do olho, não só do cérebro, será possível “procurar um achado que seja específico da doença e que possa ser um indício da doença precocemente”.

Estudos em andamento

Um dos componentes específicos que podem ser procurados é a proteína beta-amiloide, característica dos casos de Alzheimer. “Descobriu-se também que essas placas beta-amiloides ocorrem também na retina, então a tentativa agora é encontrar métodos que identifiquem essas placas [na retina]”, diz ele.

Um estudo em andamento na Faculdade de Medicina da USP, em paralelo com outros lugares do mundo, faz parte dessa frente promissora. A partir de fotos de retina com a técnica hiperespectral, em que uma única fotografia produz imagens com diferentes comprimentos de onda, procura-se avaliar indicadores de demência.

Monteiro comenta: “O diferencial desse estudo é que os pacientes são catalogados por terem alteração no PET Scan (tomografia por emissão de positrões) ou não, então, os pacientes eram separados por quem tem a proteína beta-amiloide e aqueles que não têm”. Os dados são então submetidos a um computador associado à inteligência artificial, cuja função é, segundo a expectativa, traçar padrões de identificação.

FONTE: Jornal da USP

Doença de Alzheimer: onde estamos?

O Grupo de Estudos Rede Ciência, Arte, Educação e Sociedade (CienArtES) do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e o Programa de Pós-Graduação em Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, promovem no dia 11 de maio, a partir das 17h, a mesa-redonda Doença de Alzheimer: onde estamos? – Principais limitações e avanços clínico-científicos na luta contra essa demência.

Alzheimer

O evento é exclusivamente presencial e será realizado no Espaço de Eventos do IEA-RP. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas neste link. Haverá envio de certificado para os participantes.

Os palestrantes serão a doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Neurociências da FMRP Suélen Santos Alves, o médico e professor do Centro Universitário Barão de Mauá Guilherme Riccioppo Rodrigues e a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP Gabriela Lima. A moderação é do coordenador do Grupo de Estudos Rede CienArtES, Norberto García-Cairasco.

Eles vão explicar a dificuldade em estabelecer um diagnóstico correto da doença, a evolução do quadro clínico com perda progressiva da funcionalidade, presença de sintomas neuropsiquiátricos, tratamento, sobrecarga do cuidador, apoio social e o avanço nas pesquisas científicas.

A doença de Alzheimer é uma desordem neurodegenerativa progressiva incurável e altamente debilitante, o que a torna um grave problema de saúde pública. Segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International, sediada no Reino Unido, até 2030, 74,7 milhões de pessoas em todo o mundo serão portadoras dessa doença. No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que 1,2 milhão de pessoas têm a doença e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano.

A mesa-redonda integra a programação atrelada à exposição 43 Anos de Neurociência & Arte: Construindo Pluriversos – Integrando Múltiplos Saberes, na qual o coordenador do Grupo de Estudos Rede CienArtES Norberto García-Cairasco apresenta pinturas, desenhos e esculturas que compõem um retrato resumido da vivência plena de seus 43 anos como educador e cientista na área da neurociência. A mostra pode ser visitada até 19 de maio no Espaço Cultural do IEA-RP. Mais informações neste link.

Sobre a Rede CienArtES

O Grupo de Estudos Rede Ciência, Arte, Educação e Sociedade  (CienArtES) tem como metas a realização de eventos, tais como simpósios (nacionais e internacionais), mesas-redondas, debates e eventos de divulgação científica que considerem, da maneira mais abrangente e democrática possível, os múltiplos saberes, os aspectos da ciência, da neurociência e fisiologia integrativas, associadas às artes, à filosofia, à história e a todos os aspectos da educação. Mais informações: rp.iea.usp.br/pesquisa/grupo-de-estudo/rede-cienartes.

FONTE: Jornal da USP

Ancestralidade africana pode amenizar risco genético do Alzheimer

A doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência, síndrome caracterizada pela deterioração progressiva das funções cognitivas, que acarreta problemas na memória, atividades funcionais, pensamento e comportamento, tornando-se mais comum com o avanço da idade. Embora o conjunto completo de causas ainda seja desconhecido, é sabido que certos genes podem aumentar o risco de desenvolvimento do Alzheimer, e um novo estudo indica que um deles, o gene APOE, pode ter seu impacto relacionado à ancestralidade dos indivíduos.

Trata-se de uma pesquisa realizada em parceria entre o Laboratório de Fisiopatologia do Envelhecimento (Gerolab) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) com o Departamento de Genética da USP. Nela, foi investigada a complexa interação entre genética, lesões no tecido do sistema nervoso e cognição funcional em uma amostra de 400 indivíduos afetados pela patologia do Alzheimer com diferentes níveis de gravidade.

“Os resultados dessa pesquisa nos ajudam a entender como o principal fator genético para a doença de Alzheimer, que é a apolipoproteína E, se associa a essa condição de forma diferente entre pessoas que têm ancestralidade africana e aquelas que não têm uma grande quantidade dessa ancestralidade”, diz Claudia Kimie Suemoto, professora da Disciplina de Geriatria da FMUSP e pesquisadora do Biobanco para Estudos em Envelhecimento da faculdade.

A apolipoproteína E é codificada pelo gene APOE, que desempenha papel-chave no metabolismo de lipídeos, e cuja variação APOE4 é um dos principais fatores genéticos reconhecidos para a predisposição ao desenvolvimento da demência.

“Já se sabia há anos que a APOE4 é uma das variantes comuns com maior efeito sobre Alzheimer”, diz Michel Naslavsky, professor do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da USP e primeiro autor do estudo. “O que tem se evidenciado recentemente, graças a estudos mais inclusivos com populações não europeias, é que o APOE4 pode ter um efeito atenuado a depender da ancestralidade.” Assim, embora esse gene aparente ter efeito danoso em todos os grupos populacionais, indivíduos com mais ancestralidade africana seriam menos suscetíveis ao seu impacto.

Ambiente e genética

Segundo a literatura médica, pessoas com ancestralidade africana costumam ter menor acúmulo de lesões no tecido do sistema nervoso associadas ao Alzheimer. No entanto, quando essas lesões estão em grande quantidade, essa ancestralidade se associa a uma pior habilidade cognitiva. Nos EUA, por exemplo, a incidência de demências é cerca de duas vezes maior em afro-americanos do que em brancos e outras minorias.

“Grande parte das diferenças se dá por conta de exposições ambientais variadas”, comenta o professor Naslavsky. “Ainda assim, sabemos que há distinções genéticas em indivíduos que se autodeclaram brancos e negros devido a múltiplas ancestralidades.” O pesquisador ressalta que a complexidade aumenta quando se analisa países mais miscigenados, a exemplo do Brasil, onde muitos possuem APOEs de diversas origens.

A aposta dos cientistas é que, ao se identificar o papel relativo do APOE em cada população, será possível entender melhor as alterações funcionais no corpo que ocorrem em decorrência da doença de Alzheimer.

O próximo passo da pesquisa, segundo a professora Claudia Suemoto, será “continuar coletando mais casos de Alzheimer para aumentar a amostra e fazer outros estudos genéticos, não só com a apolipoproteína E, mas com outros genes candidatos de risco para essa doença”.

O estudo foi publicado em 7 de setembro de 2022 no periódico Molecular Psychiatry e pode ser conferido em: https://www.nature.com/articles/s41380-022-01729-x

Da Assessoria de Comunicação da FMUSP

FONTE: Jornal da USP

Dia Mundial do Alzheimer alerta para aumento de casos no mundo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 55 milhões de pessoas vivem com algum tipo de demência, sendo a mais comum a doença de Alzheimer, que atinge sete entre dez indivíduos nessa situação em todo o mundo. A OMS alerta para a tendência de aumento preocupante desses números, com o envelhecimento da população. Estimativas da Alzheimer’s Disease International, sediada no Reino Unido, os números globais poderão chegar a 74,7 milhões, em 2030, e 131,5 milhões, em 2050.

Já aqui no Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que em torno de 1,2 milhão de pessoas têm a doença e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano.

Nesta quarta-feira (21) celebra-se o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, criado pela Associação Internacional do Alzheimer. No Brasil, a data marca o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, instituído para esclarecer os brasileiros sobre a importância da participação de familiares e amigos nos cuidados aos diagnosticados com a doença.

“A doença de Alzheimer se manifesta por uma disfunção em que alguns neurônios do nosso cérebro começam a morrer”, disse à Agência Brasil o neurologista Silvio Pessanha Neto, diretor do Instituto de Educação Médica (Idomed). As doenças neurodegenerativas têm todas esse mesmo perfil. “Dependendo da localização desses neurônios, vão ocorrer sinais e sintomas diferentes. Mas a fisiopatologia é a mesma”, destacou o médico.

No caso do Alzheimer, um conjunto de neurônios sofre um processo defeituoso e começa a morrer. Como esses neurônios são justamente aqueles responsáveis pela memória, o paciente começa a ter incapacidade para gerar novas memórias. “Começa o esquecimento relacionado a eventos recentes”.

Pessanha explica que os primeiros sinais são identificados pela família e por amigos. “O indivíduo começa a esquecer coisas, como o nome dos netos; começa a repetir a mesma pergunta várias vezes; não consegue aprender coisas novas”.

Mais jovens

O Alzheimer é uma das formas de demência neurodegenerativa que, geralmente, afetam os idosos, já que trata-se de um processo lento e progressivo. Os sintomas começam, em geral, depois da sexta ou sétima décadas de vida. Para especialistas, a doença em jovens é muito rara e ocorre quando há predisposição genética para a doença.

“O jovem, entendido como alguém na faixa de 40 anos, quando tem [Alzheimer], esse processo começa muito precocemente, porque é preciso muito tempo para essa disfunção se manifestar”, diz Pessanha.

O especialista esclarece ainda que o Alzheimer não pode ser confundido com a demência senil: “o cérebro envelhece, como todo o corpo envelhece. Alzheimer é a doença. Não é o  envelhecimento natural do nosso cérebro”.

Ferramenta

O médico nuclear e membro titular da Sociedade Europeia de Medicina Nuclear, José Leite, conta que a medicina ganhou importantes aliados para a detecção do Alzheimer, como um teste de imagem não invasivo, chamado PET Amiloide Florbetabeno (PET-CT com Florbetabeno-18F). “O exame é capaz de fazer a medição do volume de placas beta amiloides que, quando acumuladas, interferem no funcionamento das células cerebrais e são consideradas como digitais do Alzheimer pelos médicos”.

O exame é uma novidade no país e importante porque potencializa o diagnóstico. Como é uma doença progressiva, quanto o diagnóstico mais chances de iniciar um tratamento correto para melhorar a qualidade de vida do paciente. “É muito importante porque, quanto antes tiver o diagnóstico, o médico pode tratar melhor, começar a medicar o paciente para que se reduza a velocidade com a qual os neurônios começam a morrer. Aí, você eleva a qualidade de vida e o prognóstico do paciente melhora muito”, avalia Pessanha.

Segundo Marcus Tulius, neurologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o novo exame é uma ferramenta para auxiliar no diagnóstico, mas, isoladamente, não é suficiente. “Ele fortalece a hipótese clínica. Possibilita a detecção precoce da condição e, juntamente com a avaliação dos sintomas existentes, é possível tentar estabilizá-los”.

Estímulos

Marcus Tulius destacou que a melhora da qualidade de vida do paciente com Alzheimer é propiciada quando se faz um tratamento mais precoce, “fazer com que a pessoa e a família se preparem para essa doença, apesar de saber que a doença vai progredir no futuro. Os medicamentos fazem com que essa evolução seja mais lenta”.

O Alzheimer é uma doença sem cura e não há uma prevenção comprovadamente eficiente. A prevenção consiste em manter uma atividade física e mental ativa, ler muito, escrever, fazer palavras-cruzadas, quebra-cabeças. “Quem ocupa o cérebro adia a doença”, diz Pessanha.

Além dos estímulos mentais, há evidências cada vez maiores de que exercícios físicos são benéficos para a prevenção e tratamento do Alzheimer. A atividade física regular, como por exemplo as caminhadas, não apenas protege contra alguns fatores de risco para o surgimento do Alzheimer, como hipertensão, colesterol alto e diabetes, como também traz benefício na velocidade de raciocínio, favorece a manutenção da memória e ajuda na prevenção do declínio cognitivo.

Estudos recentes relacionam o Alzheimer com outras doenças e, por esse motivo, um cuidado com a saúde em geral pode adiar o desenvolvimento da doença. “A gente sabe hoje que Alzheimer está ligado muito ao diabetes, à hipertensão, ao tabagismo, à síndrome da apneia obstrutiva do sono, a quadros de depressão. Então, se você precocemente trata essas situações, isso diminui o risco de o idoso, quando chega à terceira idade, desenvolver Alzheimer”, diz Marcus Tulius.

Apoio

O suporte da família ao paciente com Alzheimer é fundamental. “A pessoa está com uma enfermidade. Ela não confunde o nome do neto, por exemplo, porque quer. Tento pedir que a família apoie, estimule, leve para o cinema, o museu, o teatro, leve para passear, tenha paciência porque esses estímulos é que vão manter o paciente, por mais tempo, com uma qualidade mínima de vida para interagir com as pessoas”, recomenda Pessanha.

Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

FONTE: Agência Brasil

Atividade intelectual pode melhorar o desempenho cerebral

A especialista diz que “a construção da reserva cognitiva é feita ao longo de toda a vida, desde a infância, com uma boa alimentação, atividade intelectual, uma boa estimulação e através da escolarização, nível educacional e atividades cognitivas”

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A reserva cognitiva é de extrema importância para o nosso dia a dia e nos ajuda a viver melhor, principalmente na terceira idade. Mas antes de explicar vamos entender primeiro o que é a reserva cerebral. É justamente o espaço físico que existe no cérebro, com todos os seus neurônios e estruturas. A médica Sônia Brucki, professora de Neurologia da Faculdade de Medicina da USP (FM) e coordenadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Hospital das Clínicas, explica que “reserva cerebral é uma reserva estrutural do cérebro, número de neurônios, por exemplo, uma pessoa que tem um acidente vascular cerebral vai ter como sequela uma menor reserva cerebral do que outra que não teve porque vai ter uma região do cérebro que foi afetada e que não vai ter mais os neurônios e as outras estruturas que tem no cérebro normal”, diz.

Sendo assim, a reserva cognitiva é a funcional, construída ao longo da vida com boas condições de saúde, trata-se de um estilo de vida. “Podemos dizer que é um conceito mais funcional em que você vai construindo essa reserva cognitiva ao longo de toda sua vida, desde a infância, com uma boa alimentação, uma boa estimulação e também através da escolarização. O nível educacional que o indivíduo alcança é importante para todas as suas atividades cognitivas intelectuais durante a vida.

Quanto mais você ler, estudar e fazer coisas diversificadas melhor para a sua reserva cognitiva e consequentemente aumenta o número de sinapses neuronais entre as células. O termo reserva cognitiva descreve a resistência da mente às lesões do cérebro, AVC e Alzheimer” explica Sônia.

A professora comenta que é importante desenvolver essas reservas cognitivas, como se fosse um exercício mental. A atividade intelectual vai melhorar o desempenho cerebral. Existem algumas dicas que valem para a vida toda. A primeira delas é que sempre há tempo de melhorar a cognição, independentemente da idade. Jogos de tabuleiros, hábito de leitura, aprender outro idioma, tocar um instrumento musical, palavras cruzadas, algo que desperte a curiosidade.

Por Sandra Capomaccio

FONTE: Jornal da USP

Novo teste de Alzheimer pode funcionar como auxiliar no diagnóstico da doença

https://blog.50maissaude.com.br/wp-content/uploads/2022/05/ALZHEIMER_PROFo_VICENTE-FORLEZA_EDITADA.mp3?_=2

Segundo Vicente Forlenza, o teste seria usado em casos específicos para identificar, já através de um diagnóstico anterior, que pode haver Alzheimer ou que ela está em seu início

O Alzheimer é uma doença cerebral degenerativa que causa perda de memória e pode levar à morte. Nesse sentido, avanços em seu diagnóstico são necessários para tentar retardá-la com tratamentos, já que se trata de uma doença sem cura. Um novo teste de sangue foi criado e funciona de modo a reconhecer biomarcadores ligados à doença.

O professor Vicente Forlenza, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina (FM) e do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas, ambos da USP, explicou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição que esse novo teste “representa a possibilidade de, através de um exame de sangue, detectar algum elemento próprio da doença de Alzheimer, ou seja, indicando que o processo que causa a doença está presente”.

Porém, é necessário que a informação obtida, a partir de seu resultado, seja somada a um conjunto de outros dados laboratoriais para inferir se existe ou não a possibilidade de Alzheimer. Logo, não é recomendado fazer esse exame em pessoas assintomáticas e “para um rastreio sem outras informações”, o que é “uma conduta indevida”, ressalta Forlenza.

Micróglia humana (células em marrom), células de apoio ao sistema nervoso – Foto: Reprodução/Nature Neuroscience

Como pode ser usado o teste

O teste seria usado em casos específicos para identificar, já através de um diagnóstico anterior, que pode haver a doença ou que ela está no início. O especialista explica que a informação obtida a partir dos biomarcadores está no começo de ser incorporada ao diagnóstico avançado, pois ainda não se sabe seu comportamento nas diferentes populações. “Tudo isso ainda é desconhecido. Eu diria que é prematuro achar que é um teste que resolveu os nossos problemas. É importante, mas ele não pode trabalhar sozinho.”

O professor ressalta também que o único diagnóstico que detecta a presença do Alzheimer precisamente é feito após a morte, com a comprovação de lesões no cérebro — o chamado diagnóstico padrão ouro. “Em vida, clinicamente a gente consegue no máximo fazer uma formulação probabilística.”

FONTE: Jornal da USP

Estudo mostra que quanto mais baixa a escolaridade dos idosos, maior o risco de demência

Um estudo realizado no município de Tremembé, em São Paulo, registrou alta taxa de demência na população de idosos. Essa é uma das poucas pesquisas sobre a doença na América Latina e também indica que envelhecimento e escolaridade são fatores de risco.

O estudo aponta que entre os cuidados preventivos estão o incentivo à escolaridade, a boa alimentação, a prática de atividades físicas e os estímulos cognitivos

A pesquisadora e neurologista Karolina César-Freitas, membro do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP, conta que o estudo segue uma linha de pesquisa iniciada em 2012. Um acompanhamento de cerca de cinco anos foi feito com idosos que inicialmente não tinham demência para, em seguida, analisar a parcela dessa população que desenvolveu o quadro.

“O principal fator de risco foi o próprio envelhecimento e a escolaridade”, afirma Karolina ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição. “Quanto mais idoso e mais baixa a escolaridade, maior o risco de demência.” Pessoas que já possuíam algum tipo de comprometimento cognitivo também tiveram mais chances de desenvolver demência.

A pesquisadora explica que demência é um termo utilizado para diversas condições, como o Alzheimer. Entre os sintomas, estão o prejuízo de memória recente, desorientação temporal e dificuldade de linguagem. “Muitos familiares demoram para procurar ajuda médica porque acham que a falha de memória é normal nessa faixa etária”, afirma.

O estudo também ressalta fatores preventivos que se aplicam a todas as faixas etárias, como o estímulo à escolaridade e à atividade física, o controle de hipertensão e diabete, evitar abuso de álcool, boa alimentação e estímulos cognitivos. “São mudanças de comportamento, atitude e estímulos que fazem a gente ter uma vida mais saudável e envelhecer com o cérebro mais saudável possível”, ressalta Karolina.

FONTE: Jornal da USP