Pesquisa ajuda a entender a dor associada a infecções virais

Em experimentos com camundongos, cientistas identificaram um sensor imunológico que ativa neurônios responsáveis pela dor; descoberta abre caminho para novos tratamentos analgésicos

Estudo publicado na revista Brain, Behavior, and Immunity pode ajudar a entender melhor a dor associada a infecções provocadas por vírus e, com isso, abrir caminhos para novos tratamentos analgésicos. O artigo mostra que o reconhecimento de certos ácidos nucleicos, como o DNA viral, por um sensor imunológico chamado Sting – presente nos neurônios responsáveis pela detecção da dor (os nociceptores) – pode ativar um canal conhecido por mediar a sensação de dor.

Analisando camundongos infectados com HSV-1, um vírus “parente” do Varicella-Zoster (causador da catapora e do herpes-zóster), os cientistas constataram que a ausência de Sting nos nociceptores resultou em uma redução significativa da dor, sem afetar a inflamação ou a carga viral.

Esse resultado sugere que a sinalização do sensor imunológico está diretamente ligada à dor, independentemente da inflamação. Os cientistas acreditam que a descoberta pode ser relevante também para outras infecções virais, incluindo o sars-cov-2 (causador da covid-19), cuja interação do vírus com Sting e sua associação com a dor foram recentemente relatadas.

Frequentemente, a dor é um dos indicadores iniciais de uma infecção viral, mas os processos pelos quais ela é induzida ainda têm lacunas para a ciência. As células imunológicas normalmente reconhecem os ácidos nucleicos virais, que ativam os receptores e a sinalização viral, levando à resposta imune. Esses receptores e sinais virais estão presentes nos nociceptores.

“Demonstramos neste artigo que o reconhecimento de partes do vírus, provavelmente o DNA, por Sting, participa do processo de indução de dor. Pelo menos parte dele seria diretamente ligada a uma ativação do neurônio, e não à inflamação. Isso abre várias perspectivas. A grande questão agora é o quanto isso pode tornar o indivíduo mais suscetível”, diz à Agência Fapesp o professor Thiago Mattar Cunha, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRP-USP), autor correspondente do artigo juntamente com Temugin Berta, do Centro Médico da Universidade de Cincinnati (Estados Unidos).

Cunha explica que o grupo está pesquisando o papel desse mecanismo na proteção do indivíduo à infecção para buscar tratamentos que evitem a dor, mas não afetem a defesa imunológica.

“A dor sempre foi associada ao processo inflamatório, mas na última década começou a surgir na literatura científica um novo conceito: o de que microrganismos – bactérias e fungos – poderiam ativá-la por meio de seus ‘produtos’. Mais recentemente surgiram evidências de que vírus poderiam ativar neurônios nociceptivos ao expressar alguns receptores, como o Sting. Por isso, começamos a explorar essa via”, lembra o professor, que integra o Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (Crid), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fapesp sediado na USP.

Em 2017, Cunha foi coautor de um artigo publicado no Journal of Neuroscience mostrando que mecanismos imunológicos desencadeados pelo vírus Varicella-Zoster, quando ele é reativado, alteram o funcionamento dos neurônios sensitivos e resultam em neuralgia herpética.

À época, uma das contribuições desse trabalho desenvolvido no Crid foi a validação de um modelo animal para o estudo dos mecanismos moleculares envolvidos na dor herpética, o mesmo utilizado na pesquisa agora publicada. Como o Varicella-Zoster não infecta camundongos, o grupo utilizou um microrganismo “parente”, o HSV-1, vírus do herpes simples que, em humanos, pode causar feridas labiais e genitais.

Já o Varicella-Zoster provoca em crianças a catapora (também conhecida como varicela), uma doença infecciosa, altamente contagiosa, mas geralmente benigna, cuja principal característica clínica são lesões na pele que se apresentam como máculas, pápulas, vesículas e crostas, acompanhadas de coceira. Uma vez adquirido o vírus, a pessoa fica imune à catapora, mas ele permanece no organismo, podendo ser reativado na vida adulta e causar o herpes-zóster (cobreiro), que passou a ser reconhecido como infecção frequente em portadores de HIV.

No Brasil, não existem dados consistentes da incidência de varicela, já que somente os casos graves de internação e as mortes são de notificação compulsória. No entanto, o Ministério da Saúde estima que sejam cerca de 3 milhões de casos ao ano. Análise Epidemiológica realizada em maio de 2024 apontou que houve 25.605 internações pelo Varicella-Zoster entre 2013 e 2023 no País, sendo 26% na faixa etária dos 70 aos 79 anos.

Processo

A ativação de Sting tradicionalmente “recruta” uma proteína (a TBK1), que induz a produção de moléculas essenciais na resposta imune, os interferons. No entanto, o estudo mostrou que a inibição de TBK1 reduziu a dor, enquanto o bloqueio de interferons não teve efeito, sugerindo que Sting pode desencadear dor por caminhos independentes.

Por fim, foi demonstrado que a ativação de Sting ativa um canal iônico – TRPV1 – levando à despolarização dos nociceptores. Esse mecanismo pós-transcricional também é novo em relação ao que se conhece sobre a sinalização de Sting.

O artigo STING recognition of viral dsDNA by nociceptors mediates pain in mice pode ser lido aqui.

*Da Agência Fapesp, adaptado para o Jornal da USP
**Estagiário sob supervisão de Moisés Dorado

FONTE: Jornal da USP

Pessoas que não sentem dor podem ser a chave para novos analgésicos

Análise de mutações genéticas em pessoas insensíveis à dor leva à descoberta de novo alvo para analgésicos. Estudo conduzido por pesquisadores do Instituto de Química e do Instituto de Ciências Biomédicas da USP foi capa da revista Science Signaling. Com base nessa ideia, pesquisadores liderados pela professora Deborah Schechtman, do departamento de Bioquímica do Instituto de Química (IQ) da USP, analisaram mutações genéticas em pacientes com insensibilidade congênita à dor com anidrose (CIPA) e identificaram proteínas modificadas que impedem a transmissão do impulso doloroso. A partir dos dados obtidos, eles desenvolveram um peptídeo, o TAT-pQYP, que apresentou efeito analgésico em um modelo animal de dor inflamatória. Os resultados foram publicados como matéria de capa da revista Science Signaling.

“Pessoas que têm mutações no receptor do fator de crescimento neural (NGF) não sentem dor. Fizemos um estudo detalhado das mutações descritas na literatura para essa doença e modelamos os efeitos das diferentes mutações encontradas em pacientes. Ao entender o que acontece com pessoas que não sentem dor, podemos mimetizar essa situação para tratar quem sente dor e também tentar uma inibição mais específica para algum processo, evitando efeitos colaterais,” afirma a professora Débora Schechtman.

Especialista em dor e coautora do estudo, a professora Camila Squarzoni Dale, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, explica que “os analgésicos usados hoje para dor crônica são moduladores da neurotransmissão, no caso dos antidepressivos e dos anticonvulsivantes, ou moduladores da resposta inflamatória, no caso dos anti-inflamatórios. Nosso peptídeo é diferente, ele modula diretamente uma via de dor. Nossa intenção é modificar como o cérebro interpreta a dor, modificando como os impulsos dolorosos vão entrar no sistema nervoso”.

Cerca de 10% da população adulta mundial é portadora de dor crônica. Nos Estados Unidos, para cerca de 7% das pessoas a dor crônica é incapacitante. “O que é impactante é que esses números superam o total de diabéticos ou de pessoas com doenças cardíacas ou mesmo de pessoas com câncer”, afirma a pesquisadora. A dor crônica já é um problema de saúde pública, tornando a busca por novos analgésicos cada vez mais urgente. Em pacientes com dores crônicas, a modificação e deterioração das vias nociceptivas, que transmitem os estímulos dolorosos, faz com que os remédios muitas vezes não funcionem adequadamente, ou ainda percam efeito com o tempo. Além disso, alguns países têm enfrentado a chamada epidemia de opioides, que já levou a mais de 500 mil mortes por overdose nos últimos 20 anos só nos Estados Unidos. Embora analgésicos opioides sejam indicados principalmente para alivio de dor aguda, como a dor pós-operatória, eles podem causar vício e têm efeitos colaterais.

Caminhos da dor

A insensibilidade congênita à dor com anidrose (CIPA) é uma doença autossômica recessiva rara que tem como principais sintomas a falta de percepção da dor sensorial e a incapacidade de suar. Como a dor física tem função protetora, sendo fundamental para nossa sobrevivência, é comum que pessoas com essa doença morram na infância, por lesões ou doenças não percebidas.

Como explica Déborah, pacientes com CIPA têm mutações no gene NTRK1, que codifica o receptor de tropomiosina quinase (TrkA), afetando a expressão e/ou atividade desse receptor. Um dos principais fatores que levam à doença é a perda de função do TrkA, que é ativado pelo fator de crescimento neural (NGF). A dor inflamatória se inicia com a liberação do NGF, que ativa o TrkA nos neurônios sensoriais periféricos, seguida da despolarização neuronal, atingindo o Sistema Nervoso Central (SNC).

Níveis de NGF elevados são encontrados em diversas condições de dor, como artrite reumatóide, endometriose e dores de cabeça crônicas. Anticorpos bloqueadores de NGF têm sido usados para tratar a dor da osteoartrite em humanos, mas eles apresentam efeitos colaterais como osteonecrose, que é a morte de um segmento de osso. Segundo os pesquisadores, isso pode acontecer devido à inibição da remodelação óssea, uma vez que a sinalização de NGF é necessária para o ‘brotamento’ (sprouting) e sobrevivência de fibras nervosas simpáticas durante a formação óssea. Igualmente, foram desenvolvidos inibidores do domínio quinase do receptor TrkA, mas, por não serem seletivos, também apresentam efeitos colaterais. “Se você inibe completamente a atividade de quinase, você também vai impedir o crescimento dos neuritos e o remodelamento dos neurônios”, explica Deborah.

As mutações ligadas à CIPA estão espalhadas pelo gene, resultando em sintomas variados da doença. A maior parte delas, no entanto, está concentrada no domínio de quinase. Para obter informações sobre o impacto na função da proteína e na sinalização, os pesquisadores mapearam as alterações moleculares causadas pelas mutações numa estrutura em 3D do TrkA. Com esse estudo de modelagem molecular, realizado em parceria com o grupo do professor Paulo de Oliveira, do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), e análise bioquímica, realizada pelo grupo de Deborah, eles identificaram mutações que diminuem a interação entre o receptor TrkA e um de seus substratos, a fosfolipase C gama (PLC). Esta fosfolipase está envolvida na ativação de canais iônicos, que são como condutores elétricos na membrana celular, possibilitando a comunicação no sistema neural.

A partir dos dados obtidos, eles desenharam um peptídeo permeável à célula, baseado na região de ancoragem da fosfolipase C no receptor TrkA. O peptídeo foi testado em células, nas quais inibiu a ligação entre TrkA e PLC e reduziu a ativação de PLC mediada pelo fator de crescimento neural (NGF). O passo seguinte foi testar em um modelo animal de dor inflamatória para confirmar o papel da PLC na sinalização celular da dor e a eficácia do peptídeo. “Vimos que o peptídio reverte a dor nos animais provocada por estímulos mecânicos e térmicos, por um período prolongado. Temos um peptídeo que modula uma das vias mediada pelo NGF e pode funcionar para dor tanto aguda quanto crônica”, disse Dale.

O peptídeo potencialmente terá menos efeitos colaterais. “Mostramos que o peptídeo inibe a fosforilação da fosfolipase C, mas não inibe toda a sinalização mediada pelo NGF. Dessa maneira, ele inibe pontualmente uma via da dor”, afirmou Deborah, acrescentando que “o peptídeo pode ser um lead para um fármaco. Um bom alvo de droga pode modular a atividade enzimática ou uma interação proteína-proteína, como é o nosso caso”. Os pesquisadores agora estão trabalhando para resolver a estrutura do complexo TrkA/PLC.

Outro objetivo é encontrar a melhor formulação terapêutica do peptídeo. “Nossa intenção é dividir esse trabalho com a indústria farmacêutica, para podermos desenvolver um produto. Como ele é uma molécula pequena, acreditamos que possa ser usado em formulações como pomadas, em apresentações tópicas, para ser absorvido pela pele. Achamos que ele vai ter uma eficácia diferenciada em termos de efeito para a dor”, conclui Dale.

O estudo contou com colaboradores das áreas de modelagem molecular, biologia celular e experts em dor e foi realizado no âmbito de um Projeto Temático da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O artigo Structural analysis of TrkA mutations in patients with congenital insensitivity to pain reveals PLCγ as an analgesic drug target pode ser lido aqui.

Texto: da assessoria de comunicação do ICB

FONTE: Jornal da USP

Testes em laboratório mostram que o canabidiol pode auxiliar no tratamento de dor crônica

Pesquisa desenvolvida por cientistas do campus de Ribeirão Preto da USP em animais de laboratório mostra a ação positiva do canabidiol (CBD) – substância extraída da planta Cannabis sativa – na redução da dor crônica e comorbidades associadas, como ansiedade. A pesquisadora Gleice K. Silva-Cardoso, do Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, acredita que o CBD seja uma estratégia promissora no tratamento da dor crônica neuropática já que o sistema canabinoide tem participação essencial no circuito de sensibilidade à dor. O sistema endocanabinoide (encontrado no cérebro e em diversos outros locais do organismo humano e animal) foi descoberto no final da década de 1980 e, desde então, vários estudos nacionais e internacionais envolvendo os efeitos terapêuticos do CDB ganharam força. Um artigo de Gleice K. Silva-Cardoso foi publicado na revista Neuropharmacology.

 

Christie Panissi – Foto: Reprodução/Fapesp

 

Os resultados são da fase pré-clínica (testes realizados em animais de laboratório), mas mostraram o potencial terapêutico do CBD em reduzir a percepção à alodinia (dor a estímulos leves, como um simples toque) e à hiperalgesia térmica (quadro doloroso provocado pelo aumento do calor) em animais com dor neuropática. De acordo com a professora Christie Ramos Andrade Leite Panissi, do Departamento de Psicologia da FFCLRP e orientadora da pesquisa, além da diminuição da dor, os cientistas observaram “ativação de regiões do sistema nervoso central relacionadas com a modulação de respostas emocionais”.

Quanto ao fator emocional, Gleice afirma que a dor crônica nunca vem sozinha e, muitas vezes, está associada a alguma comorbidade, “principalmente, ansiedade e depressão”. Assim, ela acredita que o transtorno deve ser trabalhado em aspecto multifatorial e não somente físico. As avaliações da pesquisadora têm também como base resultados anteriores de um outro estudo que ela realizou na Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, quando avaliou atividades neuronais (comunicação entre neurônios e seus receptores) de uma área localizada no tronco cerebral: o núcleo parabraquial, envolvido na modulação da percepção da dor crônica e que também foi testada para receptores canabinoides.

Terapia para dor e respostas emocionais

Cannabis é composta de flavonoides, mais de 200 terpenos e mais de 100 fitocanabinoides, dentre os quais os mais conhecidos são o canabidiol (CBD, que não possui efeito psicoativo) e o tetra-hidrocanabinol (THC, que possui efeito psicoativo). Como um dos mais estudados, o CBD é capaz de ativar receptores canabinoides presentes no organismo e que fazem parte do sistema endocanabinoide. Esses receptores podem ser ativados por substâncias endocanabinoides (produzidas pelo próprio organismo) e por derivados da Cannabis, como o CBD, ou outro agente sintético.

 

Gleice Silva-Cardoso – Foto: Reprodução/Fapesp

 

A professora Christie destaca que a busca por agentes terapêuticos, “em especial para casos de dores crônicas resistentes aos tratamentos tradicionais”, confirma a relevância do estudo, não apenas para a descoberta de novos medicamentos, mas para investigar “novos usos de compostos já conhecidos e as possibilidades de sua atuação conjunta, minimizando possíveis efeitos colaterais indesejáveis”.

Gleice considera que os achados de seu estudo podem indicar o CBD como um auxiliar no tratamento da dor crônica que também pode reverter comportamentos do tipo ansioso. Se este componente da Cannabis ajuda a modular a aversão à dor, como observado, ele o faz acessando “não somente a parte de alívio mecânico do animal, mas também a questão dessa modulação da percepção”.

Apesar de comemorar os resultados, a professora Christie lembra que o estudo ainda é pré-clínico e que mais pesquisas devem ser realizadas sobre o uso do canabidiol e demais derivados da Cannabis “até serem indicados para uso clínico no tratamento da dor crônica”.

Tratamentos com canabidiol

Gleice informa que, atualmente, há “um leque de opções de estudos com o uso do canabidiol em diversas doenças”, principalmente com foco sobre suas propriedades “em comorbidades e doenças neuropsiquiátricas”. A substância tem revelado benefícios farmacológicos analgésicos e imunossupressores, com ação terapêutica para os distúrbios de ansiedade, do sono e do movimento, “o que o torna uma substância com grande potencial terapêutico”, observa Christie.

Produtos com o CBD já são comercializados em outros países e “indicados para o tratamento da epilepsia, Parkinson ou Alzheimer, assim como analgésicos em doentes oncológicos terminais”, diz a professora. Mas, no Brasil, os medicamentos à base de canabidiol que são autorizados pela Anvisa “têm como principal indicação o tratamento de espasmos musculares relacionados com a esclerose múltipla”, conta.

Ouça no player abaixo a entrevista da pesquisadora Gleice Silva-Cardoso e da professora  Christie Ramos Andrade Leite Panissi ao Jornal da USP no Ar, Edição Regional. 

Por Brenda Marchiori

FONTE: Jornal da USP

Como está seu xixi? Descubra o que a cor da urina diz sobre a sua saúde

Você é uma daquelas pessoas que dá descarga sem nem dar uma discreta conferida na urina?

Bem, saiba que vale a pena dar uma espiadinha na cor do seu xixi, pois ele pode revelar algumas informações sobre a sua saúde.

Para ajudar a entender a importância da cor da nossa urina, o FazBem criou um conteúdo completo para falar sobre o tema. Acompanhe!

A cor da urina pode revelar informações importantes sobre a nossa saúde

Produzida pelos rins a partir da filtragem do sangue, a urina é um dos principais mecanismos do corpo para eliminar as substâncias desnecessárias para o nosso metabolismo.1

Mais de 60% do corpo humano adulto é composto de água. Ela é fundamental para o funcionamento do organismo, visto que ela transporta nutrientes para a regular a temperatura corporal, entre outras funções.2

Certamente, você já dever ter ouvido por aí que o ideal é beber 2 litros de água diariamente, mas essa informação não está de toda certa nem errada. Na verdade, a quantidade de água a ser ingerida depende de uma série de fatores que podem incluir quantidade de exercício realizado até a temperatura do ambiente em que estamos.2

Nem água de mais, nem água de menos. Para manter-se hidratado da forma correta, o ideal é perguntar para o seu médico a quantidade ideal de consumo de água para você.1,2

Agora que esclarecemos a relação da água com o nosso corpo, vamos voltar a falar sobre como ela é eliminada.

Segundo matéria publicada no portal de notícias da Secretária de Saúde do Estado de São Paulo, diariamente, os rins, após filtrarem o sangue, produzem entre 1,5 e 2 litros de urina para eliminar as toxinas do nosso organismo.3

A água corresponde a 95% da composição da urina, enquanto 5% são de minerais e outras substâncias. Dependendo da quantidade de ingestão de líquidos, consumo de determinados alimentos, medicamento ou da presença de algum problema de saúde, a cor e aspecto da urina pode sofrer alterações. 3

Por isso, é importante ficar atento as mudanças de cor.

Clique e conheça os melhores produtos e preços em produtos para solucionar problemas urinários

Confira o que as 8 cores do xixi indicam

Segundo orientações do médico Nefrologista Dr. Marco Alexandre Vieira, da fundação Pró-Rim, é importante observar a cor da urina. Esse ato pode prevenir e detectar, de forma precoce, problemas de saúde.4

A urina pode apresentar variações de amarelo citrino e amarelo-claro, até cores mais escuras, como marrom. Confira o que elas podem significar. 4

1. Urina Transparente

A urina transparente pode ser um sinal de que você está tomando bastante água. Falando nisso, você sabia que beber água em excesso também pode fazer mal à saúde? Embora a hidratação seja fundamental para saúde, o exagero do consumo de água pode alterar a concentração dos íons do corpo e causar inchaço e mal-estar. 4,5,6

2. Amarelo-Claro

Essa é a cor ideal da urina, entre amarelo-claro e amarelo dourado. Se você não estiver sentindo nenhum sintoma como ardência, dor ou dificuldade para urinar, significa que seu organismo está bem hidratado. 4,5,6

3. Amarelo-Intenso

Esse tom de amarelo indica que a urina está mais concentrada, uma situação muito comum para a primeira urina da manhã, uma vez que passamos várias horas sem ir ao banheiro e sem tomar água.

Dessa forma, caso essa tonalidade apareça durante o dia ainda é considerada normal, mas é importante ressaltar que caso essa tonalidade aparece durante o dia, ela está indicando que seu corpo está funcionando corretamente, mas que você precisa ingerir mais água, pois o corpo está com um leve grau de desidratação. 4,5,6

Dessa forma, você deve começar a pensar em beber mais água.

4. Âmbar ou mel

A urina de coloração amarelo-escuro pode indicar níveis altos de desidratação, o que pode ser facilmente resolvido com o aumento de ingestão de água. É importante beber mais água. 4,5,6

Caso esse tom permaneça por vários dias ou passe do amarelo-escuro para cor de mel, pode ser sinal de desidratação profunda ou de um problema no fígado.

Nesse caso, vale a pena procurar um médico para realizar um check-up e tirar todas as dúvidas. 4,5,6

5. Laranja

A cor da urina alaranjada pode indicar a falta de água, a presença de pigmentos alimentares com corantes, concentração de vitamina C, assim como de alguns medicamentos. 4,5,6

No entanto, é necessário ficar atento pois, caso a cor persista, pode ser uma indicação de problemas, como na vesícula ou doenças do fígado. Por isso, se a situação não se normalizar, consulte um profissional da saúde, realize um check-up e tire todas as dúvidas. 4,5,6

6. Rosa ou avermelhado

A urina de cor rosa ou avermelhada pode ser ocasionada por quatro elementos: pigmentos de alimentos, medicamentos, sangue ou toxinas. 4,5,6

Uma das causas mais comuns da urina rosa ou avermelhada é a grande ingestão de beterraba, mirtilo, amoras ou ruibarbo, o que não causa nenhuma ameaça para o organismo. 4,5,6

Essa tonalidade também pode indicar a presença de sangue, principalmente para as mulheres em período menstrual. Essa é uma alteração temporária que ocorre pela mistura de fluidos depois da eliminação e não apresenta problemas. Se esse não for o caso, é preciso investigar a causa da presença do sangue na urina. 4,5,6

Outro fator que também pode ocasionar essa coloração na urina é devido a toxinas como chumbo e mercúrio. Nesse caso, é importante ficar atento, pois as toxinas devem ser monitoradas cuidadosamente para evitar problemas à saúde. 4,5,6

Lembre-se: sempre que achar necessário procure um médico para realizar um check-up e tirar todas as dúvidas.

7. Acastanhada ou amarronzada

No caso de a urina apresentar uma coloração acastanhada ou amarronzada pode indicar desidratação grave ou problemas nos rins. 4,5,6

Alimentos e medicações também podem alterar a cor da urina, por exemplo, dietas ricas em favas, ruibarbo e babosa podem ocasionar uma urina marrom escura.  4,5,6

Mas é importante ficar atento, pois essa coloração pode indicar problemas de saúde. Caso a sua urina apresente essa cor, se a situação não se normalizar em alguns dias, consulte um profissional da saúde, realize um check-up e tire todas as dúvidas. 4,5,6

8. Azulada ou esverdeada

A cor azulada/esverdeada pode indicar o uso de medicação, alimentos ou indício de infecção bacteriana. 4,5,6

Geralmente, essas cores de urina são resultadas da ingestão de alimentos que contêm azul de metileno, um corante excretado pelos rins e que, quando misturado com a urina, acaba ocasionando essa tonalidade. 4,5,6

No entanto, essa cor também pode indicar problemas de saúde como infecção bacteriana. Em todo caso, se a situação não se normalizar em alguns dias, consulte um profissional da saúde, realize um check-up e tire todas as dúvidas. 4,5,6

Clique e conheça os melhores produtos e preços em produtos para solucionar problemas urinários

Quando procurar um médico?

Os cuidados com a saúde não são brincadeira.

Muitas vezes, ignoramos os sinais sutis que o nosso corpo envia para falar do que ele está precisando, seja fazer melhorias na hidratação ou até entender que está na hora de procurar ajuda dos profissionais da saúde. 4,5,6

Lembre-se que muitos problemas podem ser evitados com a realização de exames de rotina. 4,5,6

Você pode começar a cuidar melhor da saúde, desenvolvendo o hábito de observar a cor da sua urina. 4,5,6

Vimos, aqui, que a urina pode indicar como está o funcionamento do nosso organismo. Então, esse é um bom começo. Se você perceber qualquer alteração persistente na cor da urina, lembre-se de que ela deve ser investigada por um médico. 4,5,6

Sintomas como ardência, dificuldade ou dor ao urinar, aumento ou redução da frequência urinária também são motivos para buscar ajuda profissional. 4,5,6

Não espere apresentar um problema para ir ao médico. Faça visitas regulares e acompanhe a sua saúde de perto. 4,5,6

Clique e conheça os melhores produtos e preços em produtos para solucionar problemas urinários

Referências:
  1. https://www.spdm.org.br/imprensa/noticias/item/3030-voce-olha-seu-xixi-cor-da-urina-pode-indicar-problemas-na-saude
  2. https://drauziovarella.uol.com.br/alimentacao/quanta-agua-precisamos-beber-por-dia/
  3. https://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/o-que-a-cor-da-urina-pode-revelar-sobre-a-saude-dos-cidadaos/
  4. https://www.prorim.org.br/blog-artigos/a-cor-da-urina-pode-revelar-doencas/
  5. http://www.saude.ba.gov.br/temasdesaude/cordaurina/
  6. https://drauziovarella.uol.com.br/nefrologia/cor-da-urina-pode-indicar-doencas-renais/
BR-15408. Material destinado a todos os públicos. Nov/2021