Cartilha de Verão orienta população sobre doenças típicas do calor

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) lançou, em formato online, a Cartilha de Verão, com dicas para que a população aproveite esta época do ano com segurança e sem descuidar da saúde. O material ilustrado é assinado pela Comissão de Saúde Pública e pela Câmara Técnica de Clínica Médica do conselho e está disponível para todos os brasileiros no site do Cremerj.

Cartilha orienta sobre doenças de verão – Cremerj

Segundo o presidente do Cremerj, Walter Palis, o objetivo é alertar a população sobre doenças típicas da estação mais quente do ano, que podem ser evitadas com ações simples. No verão, algumas doenças acabam incidindo de forma mais elevada. E algumas podem ser evitadas de maneira bem simples. “A cartilha tem essa finalidade. Com informação simples, interativa e clara, indica práticas que a população pode adotar para minimizar o risco de ter essas doenças.”

Em entrevista à Agência Brasil, o médico lembrou que o Brasil ainda está vivenciando a pandemia de covid-19 e destacou que, se ocorrerem agora doenças mais comuns, que podem ser evitadas com algumas práticas, a cartilha orientará a população e ajudará o sistema de saúde a ficar mais desimpedido para atuar naquilo que é o mais importante no momento.

Enfermidades

A cartilha traz orientações sobre cuidados para evitar doenças típicas do verão, como insolação, intoxicação alimentar, reações alérgicas, conjuntivite e otite. Alerta também para o combate ao mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, chikungunya e zika, falando de práticas importantes para diminuir a presença do inseto, sem esquecer a importância dos cuidados contra a gripe que, apesar de incomum no verão, tem acometido muitas pessoas, devido à facilidade de transmissão.

Walter Palis destacou que a luta contra a covid-19 é um dos principais tópicos da cartilha. “A covid-19 faz parte de qualquer orientação que se dê hoje em dia, porque também tem práticas que são bem simples e que ajudam a diminuir a ocorrência [da doença].”

O médico reafirmou a importância da imunização contra a covid-19, que consta da cartilha. O texto reforça a necessidade do ciclo vacinal completo e reitera práticas não farmacológicas já conhecidas: lavagem frequente das mãos, uso de máscaras e de álcool em gel e evitar aglomerações. “Está tudo aqui na cartilha, como uma forma de lembrete sempre. É importante que a gente faça isso sempre.”

O documento destaca ainda que, no caso de apresentar qualquer sintoma, a pessoa deve procurar um médico para ter o diagnóstico e o tratamento adequado.

Doença de chagas, parasita causador sequestra proteína essencial no núcleo de célula infectada

Doença de chagas, pela primeira vez em mais de 110 anos, a ciência consegue evidências de uma relação complexa e íntima entre o protozoário Trypanosoma cruzi e o núcleo da célula hospedeira

Mais de um século após de ter sido descrita pela ciência e com cerca de 7 milhões de pessoas infectadas atualmente no mundo, cientistas conseguem resultados importantes que podem ajudar no controle da doença de Chagas. A equipe liderada pela professora Munira M. A. Baqui, do Departamento de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, descobriu que o Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença, toma o controle de uma proteína essencial no núcleo da célula infectada para favorecer a continuidade do seu ciclo de vida no hospedeiro.

Foto: Camila Gachet de Castro/Arquivo pessoal

Essa é a primeira vez, garantem os pesquisadores, que se obtém “evidências de uma relação complexa e íntima entre T. cruzi e o núcleo da célula hospedeira durante a infecção”. O grupo observou que o parasita sequestra a proteína U2AF35, essencial para o início do processamento do RNA –  o que impacta diretamente nos RNAs maduros da célula hospedeira e em suas funções.

A invasão e manipulação das células do organismo infectado é uma estratégia comum dos protozoários, mas, segundo a professora Munira, até hoje pouco se sabe o que ocorre no núcleo e, principalmente, como fica a “regulação da atividade transcricional da célula hospedeira quando infectada pelo T. cruzi”.

Entrada do parasita (P) na célula (C), microscopia de varredura – Foto: Camila Gachet de Castro/Arquivo pessoal

Os resultados do estudo foram obtidos durante a pesquisa de doutorado de Camila Gachet de Castro, sob orientação da professora Munira, e publicados pela Frontiers in Cellular and Infection Microbiology. Os autores deixaram evidente que o T. cruzi pode alterar funções nucleares complexas como a modulação da transcrição e splicing do RNA, molécula essencial para a manutenção das funções biológicas da célula. Conta a professora que o parasita causador da doença de Chagas consegue “alterar a expressão das proteínas que são importantes para copiar informações do DNA, diminuindo a atividade dessas proteínas e afetando as novas que seriam geradas ao final do processo”.

O processo envolve uma complexa maquinaria molecular chamada spliceossomo, formada por um conjunto de proteínas que existe nas células responsáveis pelo processamento do RNA. Ao final do processo de splicing, se tem o RNA maduro que será traduzido em proteínas com diversas funções na célula.

Para a pesquisa, os autores estudaram células em cultura infectadas com o T. cruzi, através de ensaios celulares, bioquímicos e de biologia molecular em que puderam acompanhar as mudanças que ocorriam nas proteínas nucleares das células infectadas.

Esperança para controle da doença de chagas negligenciada

A descoberta da equipe da USP deve ser comemorada pela comunidade científica, pois abre caminho para novos tratamentos de uma doença tropical silenciosa e negligenciada. “Os medicamentos existentes são poucos, causam muitos efeitos colaterais e não funcionam em todas as fases da doença”, informa a pesquisadora.

Na verdade, a doença de Chagas só tem cura na fase inicial, que, em geral, passa despercebida e continua fazendo vítimas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) são relatados 30 mil novos casos por ano de pessoas infectadas com o parasita.

Descoberta em 1909 pelo médico sanitarista brasileiro Carlos Chagas, a doença é endêmica em 21 países do continente americano, com destaque para o Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia e México. No Brasil, é a quarta causa de morte entre as infecções parasitárias, conforme dados do boletim especial do Ministério da Saúde de abril do ano passado.

Com o peso da negligência, afetando regiões mais pobres do planeta, a doença de Chagas só possui tratamento curativo em suas primeiras fases, até 12 semanas após a infecção, e ainda conta com o agravante de não apresentar nenhum sintoma em muitas pessoas, que só vão descobrir a doença décadas depois em um exame de rotina ou ao apresentarem comprometimento mais grave, como o do coração.

Diante do quadro de vulnerabilidade social e falta de opção de medicamento, os achados da pesquisa podem “auxiliar no descobrimento de novas vias celulares usadas pelo parasita que ainda não se conheciam”, informa Munira, antevendo novas e mais efetivas formas de tratamento para a doença. De toda forma, a professora adianta que “mais pesquisas são necessárias para descobrir vias específicas que o parasita utiliza e entender o seu ciclo intracelular”.

Mais informações: e-mail munira@fmrp.usp.br, com a professora Munira Baqui

Por Rita Stella

FONTE: Jornal da USP

Pequena proteína reduz níveis de açúcar, gera patente e pode ser aliada no combate à diabete

Sintetizado a partir de substância produzida no sangue, o peptídeo Ric4 reduz níveis de açúcar no organismo, e, futuramente, poderá ser usado em medicamentos para controle da diabete

Uma pequena proteína cuja origem são as células do corpo humano pode ter um grande papel no controle da diabete. Em pesquisa com participação do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, cientistas descobriram que o peptídeo Ric4, sintetizado a partir de uma proteína produzida pelas células sanguíneas, aumentou a sensibilidade à insulina e reduziu a glicemia, ou seja, o nível de açúcar no sangue. Os estudos sobre a estrutura e as propriedades do Ric4, realizados em animais, geraram uma patente que, no futuro, poderá dar origem a medicamentos para tratar a diabete, e que sirvam de alternativa à terapia com insulina.

Os resultados do trabalho são mostrados em artigo publicado no site da revista científica Pharmaceuticals, no último dia 16 de dezembro. A diabete tipo 2 acontece quando o corpo desenvolve resistência à insulina, responsável por processar o açúcar no organismo e levá-lo às células, o que aumenta a concentração de açúcar na corrente sanguínea.

“Há alguns anos, nosso laboratório desenvolveu um teste em modelo animal que encontrou alterações em um grupo de peptídeos intracelulares (InPeps), que são pequenas proteínas produzidas no interior das células, normalmente a partir de proteínas maiores”, explica ao Jornal da USP o professor Emer Ferro, do ICB, coordenador do estudo. “Os animais testados apresentaram maior sensibilidade à insulina e, consequentemente, maior captação de glicose e glicemia reduzida. Nossa hipótese era de que isso aconteceu devido às alterações nos níveis de InPeps.”

Emer Suavinho Ferro – Foto: Cecília Bastos/USP Imagem

Em seguida, os pesquisadores sintetizaram quimicamente em laboratório quatro peptídeos, que foram denominados Ric1, Ric2 e Ric3 e Ric4. “O Ric 1 e o Ric2 foram identificados no músculo gastrocnêmio (batata da perna) e são derivados da proteína troponina I; o Ric3 foi encontrado no tecido adiposo epididimal (na região do púbis), produzido a partir da proteína de ligação acil-CoA, e o Ric4 é derivado da subunidade alfa da hemoglobina, proteína existente no sangue”, descreve o professor. “Nosso objetivo foi identificar se algum desses peptídeos poderia reproduzir farmacologicamente a maior sensibilidade à insulina e à glicemia reduzida observada nos animais.”

Captação de Glicose

“Caso isso acontecesse, poderíamos identificar um novo peptídeo que poderia ser usado no tratamento de pacientes diagnosticados com pré-diabete ou diabete tipo 2, que possuem elevados níveis de glicose e não respondem à insulina”, relata Ferro. “Foram realizados testes de viabilidade celular em cultura de células, de avaliação do efeito dos peptídeos nos níveis de expressão de proteínas específicas (Western Blotting), de estabilidade enzimática, de expressão gênica (PCR), de captação de glicose em tecidos animais e culturas de células de camundongos, e de tolerância e transporte de glicose, em células e modelos animais.”

Pesquisas sobre a estrutura e as propriedades do peptídeo Ric4 e seus derivados geraram uma patente que pode ser aproveitada futuramente na pesquisa e criação de  novos medicamentos para tratar a diabete tipo 2, e que sirvam de alternativa à terapia com insulina; na imagem, profissional da saúde medindo glicose de paciente – Foto: Marcos Santos/ USP Imagens

A pesquisa verificou que dois derivados do peptídeo Ric4 (Ric4-2 e Ric4-15) possuem ação hipoglicemiante, isto é, induzem a captação de glicose e reduzem a glicemia em animais após administração oral. “As análises sugerem que o peptídeo se liga ao receptor de insulina para induzir a captação de glicose, de forma independente da insulina, esta última também um peptídeo, aumentando sua sensibilidade”, aponta o professor do ICB. “Modificações estruturais do Ric4 natural, que geraram o Ric4-2 e o Ric4-15, reduziram sua degradação por enzimas digestivas, sem prejudicar a ação farmacológica. Em resumo, peptídeos como o Ric4 podem exercer ação similar à insulina e podem ser úteis no tratamento de pacientes com diabete tipo 2.”

De acordo com Ferro, apesar da significância biológica e farmacológica, as possíveis aplicações clínicas do Ric4 ainda merecem mais investigações. “O estudo indica que pacientes com pré-diabete ou diabete tipo 2, que têm hiperglicemia resistente à insulina, poderiam ser tratados com Ric4 ou com seus análogos, Ric4-2 e Ric4-15. Porém, ensaios adicionais precisam ser realizados para avaliar a potência do peptídeo em reduzir a glicemia de portadores de diabete tipo 2”, destaca Ferro. “Nosso trabalho reforça a perspectiva que os peptídeos podem manter sua atividade farmacológica após administração oral, ‘quebrando’ o dogma que dentro do corpo eles são imediatamente degradados por enzimas digestivas.”

Além da publicação do artigo, um pedido de patente do peptídeo Ric4 foi depositado junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) pela Agência USP de Inovação (Auspin) e pela INOVA, Agência de Inovação da Unicamp. “Embora o pedido tenha sido depositado em maio de 2018, nenhuma empresa até o momento se interessou em licenciar a patente do Ric4 para desenvolvimento de um fármaco alternativo à insulina para o tratamento da diabete tipo 2”, conclui o professor.

O trabalho teve a participação dos pesquisadores Renée Silva, Ricardo Llanos, Rosangela Eichler e do professor Emer Ferro, do Departamento de Farmacologia do ICB,  do pesquisador Thiago Oliveira e do professor William Festuccia, do Departamento de Fisiologia do ICB, e do professor Fabio Gozzo, do Instituto de Química da Unicamp.

Mais informações: e-mail eferro@usp.br, com o professor Emer Ferro

Por: Júlio Bernardes

Arte: Ana Júlia

FONTE: Jornal da USP

Especialistas explicam riscos de suplementos para treinos em academias

Bastante populares nas academias de ginástica, os suplementos alimentares prometem melhorar a performance nos treinos e trazer resultados mais efetivos. Mas, sem acompanhamento profissional e sem seguir as orientações de uso do fabricante, os riscos podem ser muitos. A Agência Brasil conversou com a cardiologista Rica Buchler, diretora de reabilitação cardíaca do Instituto Dante Pazzanese, e com a nutricionista Priscila Moreira, que integra o Conselho Regional de Nutricionistas em São Paulo. Elas orientam sobre as formas saudáveis e seguras de melhorar o condicionamento físico.

“Ele [suplemento] tem uma gama muito ampla de variação e muitos são vendidos na internet sem controle clínico. Vemos casos de arritmias e problemas cardíacos por suplementos. Tenho muito receio. São equivocados os suplementos pré-treino pelo teor de cafeína que eles podem ter. É preciso ter cautela, mesmo seguindo as regras do fabricante”, alerta a cardiologista.

Priscila não descarta o uso de suplementos, desde que seja feito com um acompanhamento profissional. Ela aponta que é fundamental observar a rotina alimentar na hora de considerar um suplemento. “Ele serve como um recurso ergogênico, ou seja, algo que vai ajudar a melhorar a sua performance, o seu desempenho, no exercício ou um recurso para complementar o que está faltando”, explica. A profissional acredita que a avaliação individualizada permite um consumo saudável.

A nutricionista, que é especialista em cardiologia, tem a mesma preocupação com os suplementos que contêm cafeína. “Um adulto saudável pode consumir no dia até 400 mg de cafeína, porém, como eu sei que esse adulto realmente está saudável? Só após avaliação cardiológica, e não são todos os praticantes de esportes que procuram um cardiologista”, lamenta. Nesse sentido, a recomendação dela é, a priori, optar por produtos que não tenham esse componente. 

Rica lembra que este período requer uma atenção ainda maior, pois percebe-se o retorno de muitas pessoas aos treinos após algum tempo de sedentarismo por conta do distanciamento social em razão da pandemia. “É como forçar um carro com pouco combustível a subir uma ladeira puxada”, compara. Ela acrescenta que a forma física, o condicionamento e o ganho muscular requerem um trabalho constante. “Excesso de cafeína pode levar a um efeito maléfico cardíaco porque ele está estimulando a musculatura que não está preparada”, orienta.

Cardiologista ressalta necessidade de acompanhamento profissional para uso de suplementos por quem treina em academias – José Cruz/Agência Brasil

Complementos dos suplementos

A médica explica que as fórmulas dos produtos são variadas e vão de “cafeína [com doses elevadas] até substâncias que aumentam o calor corporal”. Ela acrescenta que não se enquadram nesse rol os produtos como Whey Protein. “É uma reposição de proteína que pode ser adicionada à rotina de pessoas que fazem atividade física, de forma diluída”, aponta, ao acrescentar, no entanto, que uma dieta balanceada pode já oferecer as proteínas necessárias. A cardiologista ressalta ainda a necessidade de acompanhamento profissional.

Para Priscila, o uso dessas substâncias que podem ser consideradas complementares, pois já são produzidas pelo organismo, também pode representar risco à saúde se consumidos em excesso. “Não adianta um indivíduo não ter um consumo diário de proteína adequado e apenas usar o suplemento. Ele é um complemento para que esse consumo seja aumentado diante do objetivo que ele tenha com treinamento. Aí existe um risco de consumo caso o indivíduo já tenha, por exemplo, um consumo alto de proteínas ao longo do dia e ele fizer um consumo de um suplemento de proteínas. Há risco de sobrecarregar, por exemplo, a função renal dele”, aponta, ressaltando a necessidade de uma avaliação nutricional prévia.

Desafio no TikTok

Nas redes sociais, o uso de suplementos sem diluição se tornou um desafio entre alguns usuários do TikTok. A prática é mais comum fora do Brasil, mas é possível acessar vídeos que mostram pessoas ingerindo o produto em pó e que, em seguida, apresentam tremores nas mãos, provocados pelo produto. “Não faltam exemplos na mídia de pessoas que têm infarto jovem ou que têm problema em academia, como arritmias, e, às vezes, óbito. É muito arriscado”, alerta.

A cardiologista explica que, mesmo fazendo a ingestão de uma mesma quantidade que, pela recomendação, deveria ter sido diluída, há muita diferença para a superfície de absorção do corpo. “Se você diluir na água, o suplemento vai ser absorvido uniformemente na parede do estômago.”

Ela acrescenta que mesmo os produtos que considera mais seguros podem trazer sobrecarga para algum órgão. “Ao tomar o pó, ele vai estar na forma pura, muito mais potente. Até no caso do Whey, por exemplo, mesmo não tendo cafeína, se tomado dessa forma, quem depura tudo isso – o excesso de proteína, quem elimina – é a creatina, é o rim, e o órgão tem um limite para filtrar”, explica.

Priscila acrescenta que o consumo sem diluição, especialmente dos produtos que possuem cafeína, pode provocar desidratação pelo efeito diurético deles. “Espera-se que, para o início do treinamento, a gente tenha um consumo de água de pelo menos em torno de 250 até 500 ml, dependendo do tamanho do peso do indivíduo”, orienta.

E a desidratação também traz riscos à saúde do coração. “Quando eu consumo um suplemento que tem ativos que aceleram a diurese ou ativos que até fazem com que a pessoa transpire mais, e sem o consumo de água, ela pode ter até problemas relacionados à função cardíaca mesmo, com a elevação dos batimentos cardíacos, em decorrência de uma desidratação. A gente chama de hiponatremia”, explica.

Por Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil – São Paulo

FONTE: Agência Brasil

Hipertensão: como lidar com as mudanças na rotina?

Vamos conversar sobre o cotidiano de pacientes com hipertensão arterial?

Ser diagnosticado com qualquer doença crônica é um momento difícil para muitos pacientes, isso porque ter que lidar com o fato de ter uma doença que necessita de cuidados especiais para o resto da vida pode ser muito assustador. 1

Por isso, é muito comum que, diante de um diagnóstico de uma doença crônica como a hipertensão arterial, os pacientes vivenciem muitos sentimentos até que haja a compreensão sobre a doença, como tratá-la e as mudanças necessárias no estilo de vida. 1

Aliás, você sabe o que é Hipertensão Arterial? A hipertensão arterial, usualmente chamada de pressão alta, é a elevação dos níveis de pressão sanguínea nas artérias. 2

A pressão arterial é a força exercida pelo sangue bombeado pelo coração dentro vasos sanguíneos. Quando as artérias oferecem algum tipo de resistência à passagem do sangue, essa força é aumentada, caracterizando um quadro de pressão alta. 2

Os estudos revelam que a hipertensão arterial é considerada, atualmente, um sério problema de saúde pública no Brasil e levanta preocupações pela sua expressiva prevalência, por ser assintomáticas e pelas graves complicações que ele pode causar, levando a incapacidades permanentes. 3

Uma vez diagnosticados com a hipertensão arterial é comum que os pacientes tenham que utilizar medicamentos escritos por especialistas, mas também necessite de mudanças no estilo de vida. 1

Quer saber mais detalhes sobre algumas dessas mudanças? Acompanhe o texto!

A vida após a descoberta da hipertensão arterial

Uma das coisas mais importantes que um paciente diagnosticado com pressão alta precisa ter em mente é que tomar atitudes para conter a evolução da doença é evitar riscos maiores a longo prazo, como doenças cardíacas e problemas renais. 1,2

Lembre-se: uma doença crônica como a hipertensão arterial, não tem cura, mas tem tratamento.  Por sua vez, o tratamento é muito mais que um método para controlar sintomas, é lidar com incapacidades, adaptações do estilo de vida, mudanças psicológicas e sociais que uma doença incurável a longo prazo traz para a vida do paciente e seus familiares. 1,3,4

Os estudos revelam que muitos pacientes, após o diagnóstico da doença, passam por um período de irritabilidade e autodepreciação. Apresentando, muitas vezes, sentimentos de desamparo, desesperança, raiva, depressão, tristeza e solidão, que podem gerar angústia.

Esse é um processo de mudança muito complicado, mas completamente possível. Com comprometimento às mudanças no estilo de vida é possível ter uma doença controlada com uma rotina de saúde, qualidade de vida e bem-estar. 1

Algumas dessas mudanças podem incluir:

  • Redução do peso corporal;
  • Quantidade de ingestão do sal;
  • Redução do consumo de bebidas alcoólicas;
  • Adoção de prática de exercícios físicos com regularidade. 1

Mas, calma, algumas dessas mudanças não ocorrem do dia para a noite. Você passará por todo um processo de adaptação para um novo estilo de vida.

Muitas vezes, esse período requer calma, paciência e ajuda da sua equipe médica. Todos os profissionais estão ali para ajudá-lo a enfrentar esses problemas e alcançar uma qualidade de vida. Confie no seu médico e no seu tratamento.1,3,4

O tratamento da hipertensão é o controle diário. Esse controle pode ser feito por meio de remédios e adoção de alguns hábitos que ajudam a controlar a doença. 5

O mais importante é lembrar que apenas um médico pode orientá-lo sobre quais remédios e hábitos adotar à sua rotina para ajudar no controle da hipertensão. 5

Outro ponto importante para esclarecermos sobre a pressão alta e como ela funciona na prática no dia a dia. 5

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a pressão arterial pode variar durante o dia. A tendência é que ela diminua quando estamos dormindo e aumente quando realizamos esforços físicos. Para pessoas que possuem a doença, essa pressão pode variar não apenas nessas ocasiões. 5

Como perceber que a pressão está alta?

Muitas pessoas acreditam que a pressão arterial só sofre alterações quando ficamos ruborizados, com raiva, tensos, animados demais, mas isso é tabu. Ainda segundo a SBEM embora seja possível isso acontecer, a hipertensão pode não estar relacionado apenas a essas situações. 5

A recomendação da SBEM é que o paciente com hipertensão verifique os níveis de sua pressão de 2 a 4 vezes por dia. Isso porque a hipertensão é considerada uma doença silenciosa, ou seja, que não costuma provocar sintomas nas maiorias dos pacientes. 6,7

Na maior parte dos casos, os sintomas aparecem apenas quando o paciente manifesta uma crise hipertensiva, ou seja, um pico na regulação arterial. 6,7

Segundo o InformaSUS-UFSCar, os sintomas que costumam aparecer quando a pressão está muito alta são:8

Como realizar esse controle?

Controlar os fatores de risco, adotar novos hábitos e fazer o acompanhamento médico correto são os principais caminhos para prevenir a hipertensão e viver com qualidade de vida. 9

O tratamento da hipertensão requer uma mudança no estilo de vida e abandono de antigos hábitos e novos devem ser inseridos, entre os principais a medição da pressão de forma regular. 9

Como vimos, a pressão pode variar durante o dia. Por isso, uma das melhores formas de controlá-la é fazer a medicação ao longo do dia.

O seu médico pode pedir que você registre sua pressão arterial em casa para, posteriormente, fornecer as informações para a verificação do efeito do tratamento.9

O monitoramento residencial é uma forma importante de acompanhar se o tratamento da pressão arterial está funcionando ou de diagnosticar o agravamento. Monitores de pressão arterial domésticos são amplamente disponíveis e baratos e você não precisa de receita para comprá-los. 9

É importante fazer a medição diariamente, anotar informações que você acha pertinentes para informar ao médico na sua próxima visita. 9

Sobre outras mudanças de hábitos, você pode conversar com o seu médico, pois ele é o profissional mais indicado para oferecer orientações sobre o que pode ajudar o seu tratamento.

Você também pode contar com a ajuda do FazBem. No blog, você encontra conteúdos incríveis para ajudar a manter a saúde em dia. Acesse e confira!

Referências:
  1. https://www.scielo.br/j/reeusp/a/NJbvY7wrCfnNdxqbCZccnxM/?lang=pt
  2. https://blog.programafazbem.com.br/post/voce-sabe-o-que-e-pressao-alta-e-como-controla-la
  3. http://reme.org.br/artigo/detalhes/270
  4. https://repositorio.unip.br/wp-content/uploads/tainacan-items/34088/53004/V26_N3_2008_p304-309.pdf
  5. https://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-hipertensao/
  6. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_pressao_fe_vida.pdf
  7. https://www.mdsaude.com/hipertensao/pressao-arterial-muito-alta/
  8. https://www.informasus.ufscar.br/controlar-a-pressao-arterial-no-dia-a-dia-o-que-fazer-alem-dos-remedios/
  9. https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/high-blood-pressure/diagnosis-treatment/drc-20373417

FONTE: Blog Programa FazBem

Você sabe o que é e como identificar os sintomas do AVC?

AVC: esse é um assunto muito procurado, mas pouco falado entre as pessoas. Certamente, você já ouviu falar sobre o AVC (Acidente Vascular Cerebral), mas por um nome mais popularmente conhecido o derrame cerebral. Isso mesmo, ambos são a mesma coisa!

Esse é um tema que costuma assustar bastante, justamente pela sua complexidade e número de casos. Afinal, segundo Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares um em cada 4 de nós, terá um AVC ao longo da vida e, a cada ano, 13,7 milhões de pessoas têm um AVC no mundo. 1

Calma, isso não é motivo para pânico e preocupação excessiva. Saiba que 90% dos casos de AVC podem ser evitados? 2

A prevenção é, justamente, o objetivo do texto de hoje. A melhor forma de prevenir é ter conhecimento do que é a doença, os fatores de risco e ações que podemos adotar para ajudar a prevenir o AVC. Então, acompanhe o texto de hoje e confira todas essas informações.

O que é um AVC (Acidente Vascular Cerebral)?

Um Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como “derrame cerebral”, é uma perda repentina das funções do cérebro, devido a uma paralisação brutal da circulação sanguínea no cérebro. 3,4

Segundo o Ministério da Saúde, o acidente vascular cerebral ocorre quando os vasos que levam sangue ao cérebro são interrompidos ou entopem, provocando uma paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea e impedindo que o tecido cerebral receba oxigênio e nutrientes. 3,4

O AVC é uma doença que pode atingir mais homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo.3,4

Tipos de Acidente Vascular Cerebral

O AVC ocorre por conta do rompimento ou entupimento dos vasos que levam o sangue para o cérebro. Existem dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes.

AVC Isquêmico

Mais comum e representando 85% dos casos, o AVC isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode ocorrer devido a uma trombose ou uma embolia. 3,4

Entupimento → Sem oxigênio → Morte ou lesão celular

AVC hemorrágico

O AVC hemorrágico é responsável por 15% dos casos e ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral que provoca hemorragia. Essa hemorragia pode acontecer no tecido cérebro ou na superfície entre o cérebro e a meninge. 3,4

Vazamento → Sem oxigênio → Morte ou lesão celular

O mais importante para lembrar sobre o AVC é que, quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento, maiores serão as chances de recuperação completa.

Por isso, é muito importante que a qualquer sinal e sintoma, você procure por atendimento médico imediato.

Principais fatores de risco para desenvolver um AVC (Acidente Vascular Cerebral)

Para falarmos sobre prevenção do AVC, precisamos conhecer os fatores de risco para o surgimento dele.

Segundo a Fundação de Pesquisa Cardiovascular, existem diversos fatores que aumentam a probabilidade da ocorrência de um AVC de qualquer um dos dois tipos5. Os principais fatores são:

  • Doenças cardíacas (anomalia da válvula cardíaca, insuficiência ou arritmia);
  • Hipertensão arterial (pressão arterial);
  • Hipercolesterolemia (colesterol alto);
  • Diabetes tipo 2;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Obesidade;
  • Sobrepeso;
  • Histórico familiar;
  • Consumo de tabaco;
  • Idade: mais da metade do AVC ocorre em pessoas com 75 anos ou mais, contra 1/4 para menores de 65 anos.
  • Sexo: homens estão mais propensos a ter um AVC. 5

Sintomas antes do AVC

Certamente, você já deve ter ouvido falar que a identificação rápida dos sintomas é muito importante para o diagnóstico e tratamento adequado do AVC. 6

Existem alguns sinais que o corpo demonstra que podem ajudar a reconhecer. Os sinais e sintomas de AVC incluem:

Problemas na fala: você pode apresentar dificuldade para falar, entender o que os outros estão dizendo, ficar confuso e misturar as palavras.6

Paralisia ou dormência: você pode desenvolver dormência repentina, fraqueza ou paralisia no corpo, principalmente rosto, braço e perna. Em muitos casos, isso afeta apenas um lado do corpo.6

Problemas para enxergar em um ou ambos os olhos: você pode ter problemas de visão repentinas, como visão turva, escurecida ou ver em dobro.6

Dor de cabeça: você também pode sentir uma dor de cabeça súbita e intensa, que pode ser acompanhada por vômitos, tonturas ou alteração da consciência. 6

Dificuldade em caminhar: você pode apresentar perda de equilíbrio, dificuldade para andar, tonturas repentinas, o que pode causar tropeços e quedas. 6

Quando falamos sobre AVC, é importante lembrar que, em muitos casos, são outras pessoas que identificam os sinais.

Uma das formas de identificar os sinais de AVC em uma pessoa é fazer o teste conhecido como SAMU:

Sorriso: peça para a pessoa sorrir. Confira se um do lado do rosto não mexe, ou fica caído. 6,7

Abraço: peça para a pessoa levantar os dois braços. Confira se um braço se inclina para baixo ou se ele não se move. 6,7

Música: peça à pessoa para repetir uma frase simples ou repetir o pedacinho de alguma música. Fique atento caso sua fala esteja arrastada, estranha ou se enrola as palavras. 6,7

Urgente: caso você observe qualquer um desses sinais. Procure por ajuda médica com urgência.6,7

Lembre-se que o atendimento rápido é essencial para o tratamento do AVC. Mesmo que pareçam ir e vir ou desaparecer completamente, procure por ajuda médica. 6,7

Como Diminuir o Risco de ter um AVC? 

Conhecer os fatores de risco, seguir as recomendações do seu médico e adotar um estilo de vida saudável são as melhores medidas que você pode tomar para prevenir um acidente vascular cerebral. A adequação dos hábitos de vida diária é primordial para a prevenção.

Apesar de ser mais comum a partir dos 55 anos, o AVC pode atingir pessoas de qualquer faixa etária. Por isso, é importante adotar hábitos saudáveis e realizar exames de check-up, para identificar os riscos de problemas de saúde, visto que muitas doenças como pressão alta e colesterol são fatores de risco para o AVC.

O médico poderá solicitar exames mais específicos e recomendar a mudança de alguns hábitos como forma de prevenção, por isso é importante, todo ano, dar uma passadinha no consultório para verificar como está a saúde.6,7

Referência:
  1. https://avc.org.br/noticias/acidente-vascular-cerebral/
  2. https://avc.org.br/wp-content/uploads/2021/10/Manual-AVC2021-Ebook.pdf
  3. https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/acidente-vascular-cerebral-avc
  4. https://bvsms.saude.gov.br/avc-acidente-vascular-cerebral/
  5. http://www.fondation-recherche-cardio-vasculaire.org/en/your-cardio-vascular-health/cardio-vascular-illnesses/cerebral-vascular-accident/
  6. https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/stroke/symptoms-causes/syc-20350113
  7. https://www.einstein.br/neurologia/avc
BR 15838. Material destinado a pacientes. Dez/2021

FONTE: Blog Programa Faz Bem

Síndrome de Burnout é reconhecida como fenômeno ocupacional pela OMS

A síndrome de Burnout passou a ser reconhecida como um fenômeno relacionado ao trabalho pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A assunção dessa condição passou a valer neste mês de janeiro, com a vigência da nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11).

A síndrome é definida pela OMS como “resultante de um estresse crônico associado ao local de trabalho que não foi adequadamente administrado”. Conforme a caracterização da entidade, há três dimensões que compõem a condição.

A primeira delas é a sensação de exaustão ou falta de energia. A segunda são sentimentos de negativismo, cinismo ou distância em relação ao trabalho. A terceira é a sensação de ineficácia e falta de realização.

A OMS esclarece que a síndrome de Burnout se refere especificamente a um fenômeno diretamente vinculado às relações de trabalho e não pode ser aplicada em outras áreas ou contextos de vida dos indivíduos.

Segundo o advogado trabalhista Vinícius Cascone, no Brasil, o Ministério da Saúde reconhece desde 1999 a síndrome como condição relacionada ao trabalho.

Caso um trabalhador reconheça os sintomas, deve buscar um médico para uma análise profissional. O médico avalia se o funcionário deve ou não ser afastado de suas funções. A empresa deve custear o pagamento caso o afastamento seja de até 15 dias.

Depois deste período, o empregado será submetido a uma perícia do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para que o órgão analise e, confirmando o diagnóstico, arque com o custeio do afastamento durante mais tempo. É preciso também abrir uma comunicação de acidente de trabalho.

Cascone explica que se o empregador não der o encaminhamento em caso de afastamento, o trabalhador pode buscar diretamente o INSS ou entrar com ação judicial caso ocorra uma negativa do órgão.

À Agência Brasil, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou que o início da vigência da nova lista de doenças demandará uma atualização de normativos internos, o que ocorrerá “aos poucos”.

Conforme o órgão, o direito a benefícios associados ao afastamento temporário é garantindo a quem comprovar incapacidade de realizar o trabalho.

Ambiente de trabalho

A advogada Lívia Vilela teve a síndrome diagnosticada em 2019. Ela trabalhava em uma empresa pública desde 2011. Segundo Lívia, ocorreu um processo de sucateamento da companhia e o ambiente de trabalho não era bom.

Lívia conta que após assumir o cargo encontrou um espaço desestruturado, com alta carga de trabalho e grande responsabilidade, sem apoio dentro da direção da empresa. Essa situação gerou muito desgaste a ela. Além disso, havia uma disparidade salarial expressiva entre os trabalhadores da área que ela integrava.

“O burnout veio em 2018. Eu percebi que não estava bem. Comecei a ter problemas para dirigir, pois associava ao ambiente do trabalho. Fiquei desmotivada e não queria estar lá. Comecei a ter fortes crises de depressão e de ansiedade, insônia”, relata.

A advogada foi levada ao médico e foi afastada do trabalho. Em seguida, passou a atuar de forma remota, o que seguiu em razão da pandemia. Com a privatização da empresa pública, ela decidiu largar a carreira. 

Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil – Brasília

FONTE: Agência Brasil

Como está seu xixi? Descubra o que a cor da urina diz sobre a sua saúde

Você é uma daquelas pessoas que dá descarga sem nem dar uma discreta conferida na urina?

Bem, saiba que vale a pena dar uma espiadinha na cor do seu xixi, pois ele pode revelar algumas informações sobre a sua saúde.

Para ajudar a entender a importância da cor da nossa urina, o FazBem criou um conteúdo completo para falar sobre o tema. Acompanhe!

A cor da urina pode revelar informações importantes sobre a nossa saúde

Produzida pelos rins a partir da filtragem do sangue, a urina é um dos principais mecanismos do corpo para eliminar as substâncias desnecessárias para o nosso metabolismo.1

Mais de 60% do corpo humano adulto é composto de água. Ela é fundamental para o funcionamento do organismo, visto que ela transporta nutrientes para a regular a temperatura corporal, entre outras funções.2

Certamente, você já dever ter ouvido por aí que o ideal é beber 2 litros de água diariamente, mas essa informação não está de toda certa nem errada. Na verdade, a quantidade de água a ser ingerida depende de uma série de fatores que podem incluir quantidade de exercício realizado até a temperatura do ambiente em que estamos.2

Nem água de mais, nem água de menos. Para manter-se hidratado da forma correta, o ideal é perguntar para o seu médico a quantidade ideal de consumo de água para você.1,2

Agora que esclarecemos a relação da água com o nosso corpo, vamos voltar a falar sobre como ela é eliminada.

Segundo matéria publicada no portal de notícias da Secretária de Saúde do Estado de São Paulo, diariamente, os rins, após filtrarem o sangue, produzem entre 1,5 e 2 litros de urina para eliminar as toxinas do nosso organismo.3

A água corresponde a 95% da composição da urina, enquanto 5% são de minerais e outras substâncias. Dependendo da quantidade de ingestão de líquidos, consumo de determinados alimentos, medicamento ou da presença de algum problema de saúde, a cor e aspecto da urina pode sofrer alterações. 3

Por isso, é importante ficar atento as mudanças de cor.

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Confira o que as 8 cores do xixi indicam

Segundo orientações do médico Nefrologista Dr. Marco Alexandre Vieira, da fundação Pró-Rim, é importante observar a cor da urina. Esse ato pode prevenir e detectar, de forma precoce, problemas de saúde.4

A urina pode apresentar variações de amarelo citrino e amarelo-claro, até cores mais escuras, como marrom. Confira o que elas podem significar. 4

1. Urina Transparente

A urina transparente pode ser um sinal de que você está tomando bastante água. Falando nisso, você sabia que beber água em excesso também pode fazer mal à saúde? Embora a hidratação seja fundamental para saúde, o exagero do consumo de água pode alterar a concentração dos íons do corpo e causar inchaço e mal-estar. 4,5,6

2. Amarelo-Claro

Essa é a cor ideal da urina, entre amarelo-claro e amarelo dourado. Se você não estiver sentindo nenhum sintoma como ardência, dor ou dificuldade para urinar, significa que seu organismo está bem hidratado. 4,5,6

3. Amarelo-Intenso

Esse tom de amarelo indica que a urina está mais concentrada, uma situação muito comum para a primeira urina da manhã, uma vez que passamos várias horas sem ir ao banheiro e sem tomar água.

Dessa forma, caso essa tonalidade apareça durante o dia ainda é considerada normal, mas é importante ressaltar que caso essa tonalidade aparece durante o dia, ela está indicando que seu corpo está funcionando corretamente, mas que você precisa ingerir mais água, pois o corpo está com um leve grau de desidratação. 4,5,6

Dessa forma, você deve começar a pensar em beber mais água.

4. Âmbar ou mel

A urina de coloração amarelo-escuro pode indicar níveis altos de desidratação, o que pode ser facilmente resolvido com o aumento de ingestão de água. É importante beber mais água. 4,5,6

Caso esse tom permaneça por vários dias ou passe do amarelo-escuro para cor de mel, pode ser sinal de desidratação profunda ou de um problema no fígado.

Nesse caso, vale a pena procurar um médico para realizar um check-up e tirar todas as dúvidas. 4,5,6

5. Laranja

A cor da urina alaranjada pode indicar a falta de água, a presença de pigmentos alimentares com corantes, concentração de vitamina C, assim como de alguns medicamentos. 4,5,6

No entanto, é necessário ficar atento pois, caso a cor persista, pode ser uma indicação de problemas, como na vesícula ou doenças do fígado. Por isso, se a situação não se normalizar, consulte um profissional da saúde, realize um check-up e tire todas as dúvidas. 4,5,6

6. Rosa ou avermelhado

A urina de cor rosa ou avermelhada pode ser ocasionada por quatro elementos: pigmentos de alimentos, medicamentos, sangue ou toxinas. 4,5,6

Uma das causas mais comuns da urina rosa ou avermelhada é a grande ingestão de beterraba, mirtilo, amoras ou ruibarbo, o que não causa nenhuma ameaça para o organismo. 4,5,6

Essa tonalidade também pode indicar a presença de sangue, principalmente para as mulheres em período menstrual. Essa é uma alteração temporária que ocorre pela mistura de fluidos depois da eliminação e não apresenta problemas. Se esse não for o caso, é preciso investigar a causa da presença do sangue na urina. 4,5,6

Outro fator que também pode ocasionar essa coloração na urina é devido a toxinas como chumbo e mercúrio. Nesse caso, é importante ficar atento, pois as toxinas devem ser monitoradas cuidadosamente para evitar problemas à saúde. 4,5,6

Lembre-se: sempre que achar necessário procure um médico para realizar um check-up e tirar todas as dúvidas.

7. Acastanhada ou amarronzada

No caso de a urina apresentar uma coloração acastanhada ou amarronzada pode indicar desidratação grave ou problemas nos rins. 4,5,6

Alimentos e medicações também podem alterar a cor da urina, por exemplo, dietas ricas em favas, ruibarbo e babosa podem ocasionar uma urina marrom escura.  4,5,6

Mas é importante ficar atento, pois essa coloração pode indicar problemas de saúde. Caso a sua urina apresente essa cor, se a situação não se normalizar em alguns dias, consulte um profissional da saúde, realize um check-up e tire todas as dúvidas. 4,5,6

8. Azulada ou esverdeada

A cor azulada/esverdeada pode indicar o uso de medicação, alimentos ou indício de infecção bacteriana. 4,5,6

Geralmente, essas cores de urina são resultadas da ingestão de alimentos que contêm azul de metileno, um corante excretado pelos rins e que, quando misturado com a urina, acaba ocasionando essa tonalidade. 4,5,6

No entanto, essa cor também pode indicar problemas de saúde como infecção bacteriana. Em todo caso, se a situação não se normalizar em alguns dias, consulte um profissional da saúde, realize um check-up e tire todas as dúvidas. 4,5,6

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Quando procurar um médico?

Os cuidados com a saúde não são brincadeira.

Muitas vezes, ignoramos os sinais sutis que o nosso corpo envia para falar do que ele está precisando, seja fazer melhorias na hidratação ou até entender que está na hora de procurar ajuda dos profissionais da saúde. 4,5,6

Lembre-se que muitos problemas podem ser evitados com a realização de exames de rotina. 4,5,6

Você pode começar a cuidar melhor da saúde, desenvolvendo o hábito de observar a cor da sua urina. 4,5,6

Vimos, aqui, que a urina pode indicar como está o funcionamento do nosso organismo. Então, esse é um bom começo. Se você perceber qualquer alteração persistente na cor da urina, lembre-se de que ela deve ser investigada por um médico. 4,5,6

Sintomas como ardência, dificuldade ou dor ao urinar, aumento ou redução da frequência urinária também são motivos para buscar ajuda profissional. 4,5,6

Não espere apresentar um problema para ir ao médico. Faça visitas regulares e acompanhe a sua saúde de perto. 4,5,6

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Referências:
  1. https://www.spdm.org.br/imprensa/noticias/item/3030-voce-olha-seu-xixi-cor-da-urina-pode-indicar-problemas-na-saude
  2. https://drauziovarella.uol.com.br/alimentacao/quanta-agua-precisamos-beber-por-dia/
  3. https://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/o-que-a-cor-da-urina-pode-revelar-sobre-a-saude-dos-cidadaos/
  4. https://www.prorim.org.br/blog-artigos/a-cor-da-urina-pode-revelar-doencas/
  5. http://www.saude.ba.gov.br/temasdesaude/cordaurina/
  6. https://drauziovarella.uol.com.br/nefrologia/cor-da-urina-pode-indicar-doencas-renais/
BR-15408. Material destinado a todos os públicos. Nov/2021

Entenda por que a Candida auris foi apelidada de superfungo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou nesta semana o terceiro surto hospitalar de Candida auris no país. Dessa vez, o fungo foi identificado em amostras de urina de dois pacientes que estavam internados num hospital do Recife – um homem de 67 anos e uma mulher de 70 anos.

A levedura – tipo de fungo que possui apenas uma célula –  causa grande preocupação nas autoridades sanitárias por ser resistente à maioria dos fungicidas existentes. Em alguns casos, a todos. Isso levou a espécie a receber o apelido de superfungo.

Os organismos do reino Candida são velhos conhecidos da população. Eles causam infecções orais e vaginais bastante comuns nos seres humanos, as candidíases, que são combatidas com fungicidas vendidos em qualquer farmácia.

No caso da Candida auris, porém, as infecções têm se mostrado extremamente difíceis de curar. A espécie produz o que os cientistas chamam de biofilme, camada protetora que a torna resistente ao fluconazol, à anfotericina B e ao equinocandinao, três dos principais compostos antifúngicos.

A espécie é capaz também de infectar o sangue, levando a casos agressivos e muitas vezes letais. Além disso, acomete em geral pacientes graves, que permanecem por longos períodos em unidades intensivas de tratamento. Dos 18 casos identificados até agora no Brasil, dois resultaram em morte.

Candida auris se demonstrou ainda ser extremamente difícil de controlar, sendo resistente também à maioria dos desinfetantes. “Quando ela chega num hospital, raramente é eliminada”, disse à Agência Brasil o infectologista Flávio Teles, coordenador do Comitê de Micologia da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Não bastasse sua resistência, o patógeno é difícil de identificar, podendo ser confundindo, em laboratórios, com outras espécies de Candida. “Tem essa dificuldade para diagnosticar, porque há um desconhecimento sobre a nova espécie, então acaba podendo passar desapercebido”, frisou o médico infectologista Filipe Prohaska, um dos envolvidos na identificação do surto em Pernambuco.

No Brasil, dois laboratórios estão aptos a identificar a levedura por meio de procedimentos específicos: o Laboratório Especial de Micologia da Escola Paulista de Medicina (Lemi), vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifespe); e o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA).

Histórico

O superfungo foi primeiro identificado no Japão, em 2009, no ouvido de um paciente internado, o que levou ao nome auris – orelha, em latim. Desde então, casos foram reportados em ao menos 47 países, segundo dados compilados pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês).

Ao todo, foram cerca de 5 mil pessoas infectadas até agora em todo mundo. Foi o suficiente para a Candida auris ser considerada uma das principais ameaças à saúde pública global.

O nível de alerta cresceu bastante durante a pandemia de covid-19, que aumentou em muito o número de internações longas em todo o mundo. “Paciente com covid-19 grave fica muito tempo na UTI, fica tomando corticóide, fica em ventilação mecânica, fatores que são riscos para pacientes adquirirem infecções fúngicas. Tudo isso é um alerta”, disse Teles.

Ainda não é possível saber a origem da Candida auris que apareceu no Brasil. A espécie foi identificada pela primeira vez no cateter de um paciente num hospital de Salvador, em dezembro de 2020. Nesse primeiro surto, 15 pessoas foram infectadas. Uma única outra infecção foi identificada também em Salvador, em dezembro de 2021.

Outra característica que torna a espécie preocupante é sua capacidade de sobreviver por meses em superfícies como macas, móveis e instrumentos. É possível, por exemplo, que indivíduos saudáveis transportem o fungo entre unidades hospitalares sem saber.

A transmissão, contudo, se dá somente pelo contato direto com objetos ou pessoas infectadas, uma das poucas características que favorecem sua contenção. Até hoje, por exemplo, nunca foi identificada nenhuma infecção por Candida auris fora do ambiente hospitalar.

Por Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil – Brasília

FONTE: Agência Brasil

Escolaridade mitiga efeitos de lesões cerebrais na terceira idade

Um estudo liderado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) demonstrou que a educação está relacionada a melhores habilidades cognitivas e é um fator de proteção para diminuir sinais de demência na terceira idade.

Publicado pela revista científica Alzheimer’s & Dementia, o artigo ressalta a importância da escolaridade para mitigar os efeitos das lesões cerebrais na diminuição de habilidades cognitivas, como memória, atenção, função executiva e linguagem.

Os participantes do estudo que tinham alguma escolaridade apresentaram, na média, pontuações mais baixas na escala utilizada na pesquisa que mediu o comprometimento cognitivo, na comparação com quem não tinha educação formal.

Os resultados apontaram que aqueles com escolaridade apresentaram menor grau de deterioração das funções neurológicas e menos sinais de demência. Com isso, os pesquisadores associaram a escolaridade a uma maior reserva cognitiva.

O estudo observou 1.023 pessoas diferenciados entre aqueles sem educação formal, com 1 a 4 anos de escolaridade, e com 5 anos ou mais anos de escolaridade. Além disso, o trabalho analisou a ocupação profissional delas, definida como o trabalho que eles mais realizaram durante a vida e classificada entre qualificada (por exemplo, médico, professor, gerente), semiqualificada (lojista, motorista, segurança) e não qualificada (trabalhador agrícola, empregada doméstica, jardineiro).

No entanto, apesar de existir na literatura trabalhos mostrando que o tipo de ocupação poderia diminuir o risco de demência, tal resultado não foi observado no estudo da FMUSP. Segundo a professora Claudia Suemoto, primeira autora do estudo, somente a escolaridade, que as pessoas geralmente adquirem na primeira infância e na adolescência, parece diminuir esse risco.

Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil – São Paulo 

FONTE: Agência Brasil