Dezembro laranja alerta para o câncer de pele

O Hospital das Clínicas integra as ações da Sociedade Brasileira de Dermatologia no período do Dezembro Laranja, campanha nacional de conscientização sobre o câncer de pele.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, 30% dos tumores malignos diagnosticados no Brasil correspondem ao câncer de pele. Esse tipo é o mais frequente, mas pode ser prevenido. “[A prevenção] É possível sim, porque o câncer de pele que mais ocorre no nosso meio é aquele em áreas expostas ao sol. A principal maneira de prevenir o câncer de pele que comumente afeta a nossa população é fazer uma boa proteção solar”, explica o especialista Vitor Manoel Silva dos Reis, dermatologista responsável pela campanha de prevenção do Câncer de Pele no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

É preciso estar atento para algumas ocasiões, como o mormaço, que é um período sem sol a pino, mas que possui uma alta carga de radiação ultravioleta sem deixar a pele vermelha. Algumas pessoas também são mais suscetíveis ao desenvolvimento de câncer de pele: “Existem pessoas que têm uma suscetibilidade maior ao câncer de pele. Não se protegendo, elas com certeza vão ter esses fatores, fazendo com que aumente a possibilidade de ter os principais cânceres de pele: carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. Esses são aqueles que o sol faz surgir, principalmente em pessoas que já têm uma certa tendência, como pele clara e olhos azuis”, comenta Reis.

Outras formas de prevenção são o uso de roupas que cobrem áreas expostas do corpo, de chapéu ou boné e, sobretudo, o protetor solar.

Diagnóstico

“[O câncer de pele] É bem lento no seu surgimento. Vai começando com uma lesãozinha, alteração de pele que parece uma casquinha que sai e, não pouco tempo, alguns meses, pode começar a dar problema”, ressalta o médico. Alguns sinais para ficar atento são o aparecimento de casquinhas semelhantes a pintas, como lesões escurecidas com bordas irregulares.

Reis também alerta para a necessidade de ficar atento aos tumores: “O tumor significa que há um crescimento, mesmo que pequeno, na pele.  Quando há um surgimento de alguma lesão, que os leigos podem chamar de verruga, se ela sangrar com frequência, se ela for localizada numa área exposta ao sol como dorso do nariz, face, bochecha, orelha, ou mesmo na região do tórax, você tem que suspeitar que esteja se iniciando aí um câncer de pele. Ele pode ser um carcinoma basocelular ou espinocelular e, no caso de melanoma, que é um um tumor de pele muito grave, porque ele pode realmente afetar as camadas de pele um pouquinho mais profundas, ele deve ser é diagnosticado precocemente para que o tratamento dê um ótimo resultado”, acrescenta o especialista.

Campanha

O Hospital das Clínicas integra as ações da Sociedade Brasileira de Dermatologia no período do Dezembro Laranja, campanha nacional de conscientização sobre o câncer de pele. Os atendimentos são gratuitos e ocorrem no dia 3 de dezembro, das 9h às 15h.

As ações não se limitam a São Paulo. Para consultar o ponto de ação da campanha mais próximo, acesse o site https://www.sbd.org.br/dezembrolaranja/.

FONTE: Jornal da USP

Cuidados com a pele e a saúde devem ser redobrados no verão

Está chegando o verão e, com ele, aquela prática tão característica da estação de tomar banho de sol. É nessa hora que as atenções e os cuidados com a pele devem ser redobrados. O aumento da radiação solar é um fenômeno muito comum e, em decorrência disso, a emissão dos raios ultravioleta, UVA e UVB, crescem e aumentam também os riscos de doenças da estação. A professora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, Cacilda da Silva Souza, especialista em dermatologia, explica que a proteção deve ser feita através do filtro solar, priorizando a face, e com a utilização de barreiras físicas, tais como roupas leves e de manga comprida, chapéus, bonés e sombrinhas.

“Atualmente já existe uma diversidade de vestimentas próprias para as atividades esportivas, a piscina, mar e também para as atividades diárias. Uma ideia muito simples e boa é o uso de mangas removíveis que o ciclistas e motociclistas utilizam”, recomenda. De acordo com a professora, a proteção deve ser maior em crianças, indivíduos de pele clara e que ficam muito vermelhos com a exposição solar, além de idosos, por possuírem uma pele mais sensível e um risco maior para o desenvolvimento de tumores.

Fator de proteção

No filtro solar é sempre indicado o fator de proteção que, segundo Cacilda, deve ser maior que 30. “O recomendado aqui na nossa região, com a intensidade da radiação ultravioleta, seria entre 50 e 60.” A professora ainda lembra que o filtro solar não deve arder os olhos e que uma opção é usar o filtro solar infantil.

Apesar de a pele clara exigir mais cuidados, a escura também sofre com as doenças da estação. “Enquanto a pele clara produz pouca melanina, que protege da radiação ultravioleta do sol, na pele escura essa produção da melanina é abundante. Os indivíduos de pele escura têm uma proteção natural contra o sol.” Mesmo assim, a professora reforça que o uso de filtro solar é indispensável.

Além da proteção contra o sol, que pode causar doenças de pele, a desidratação é outro problema recorrente e que precisa de atenção. “É essencial que haja um aumento da ingestão de água no verão, especialmente em atividades com exposição ao sol. Isso porque a falta de consumo de água, junto com a exposição solar excessiva, pode levar à desidratação e à insolação.”

E a insolação é uma condição comum nesta época do ano. É resultado de uma exposição intensa ao calor. A insolação acontece quando a temperatura corporal fica superior a 40º, o que causa uma falha no mecanismo de transpiração corporal.

Julia Gatto, estudante de 21 anos, conta que teve insolação depois de uma uma sessão de bronzeamento artificial, quando não foram tomados os cuidados necessários com a pele. “No momento em que saí da clínica já estava com muita febre, porque o meu corpo estava muito quente, acabei ficando com bolhas, febre e ânsia por uns três dias e tive que faltar na faculdade e no estágio.”

A professora lembra que a insolação e a desidratação são problemas que podem impactar diretamente o aproveitamento da estação. “A adoção das medidas preventivas vai ajudar a se proteger e aproveitar melhor e com menor risco este período de férias e de lazer”, conclui.

Por Laura Oliveira

FONTE: Jornal da USP

O que é pé diabético?

Quando não tratado de forma adequada, o diabetes é responsável por diversas complicações, como retinopatia (lesões na retina do olho), nefropatia (perda do funcionamento dos rins), neuropatia (quando os nervos se tornam incapazes de emitir e receber mensagens do cérebro), infarto do miocárdio, derrame e até mesmo danos ao sistema imunológico, torna o paciente mais susceptível a infecções. 

Podem ocorrer na boca, gengiva, pulmões, pele, genitais e locais que houve incisão cirúrgica. Entre essas infecções, a desenvolvida nos pés dos pacientes costuma ser a mais frequente nos pacientes que tem o diagnóstico de pé diabético. Porém, também pode ser evitada. 

Entenda como o pé diabético se desenvolve, os sintomas, como prevenir e as formas de tratamento. 

Como o pé diabético se desenvolve  

Pessoas com diabetes não controlado, com níveis de glicose no sangue altos por muitos anos, pode causar lesões nos nervos e vasos sanguíneos dos pés. Além disso podem apresentar feridas nos pés que infeccionam e demoram mais para curar. Em casos graves, a amputação do membro pode ser necessária. 

Isso ocorre devido ao alto índice de açúcar no sangue, que provoca queda na atividade dos glóbulos brancos (células de defesa de nosso corpo), deixando o organismo mais suscetível a ataques de fungos, vírus e bactérias. Por isso, quando o diabetes não está controlado, existe uma grande brecha de infecções podem se estabelecer. 

Ou seja, uma ferida que se curaria rapidamente no pé de uma pessoa saudável, em um paciente com diabetes não controlada, essa ferida infecciona com mais facilidade. 

Sintomas 

O pé diabético tem 3 formas de se manifestar: forma neuropática (alteração nos nervos dos pés), forma vascular (alteração nos vasos sanguíneos dos pés) e mista.  

Na forma neuropática, o paciente perde progressivamente a sensibilidade do pé, tem sintomas como formigamentos e sensação de queimação. 

Geralmente, o paciente nota essa perda de sensibilidade quando sofre alguma pancada no pé e não sente, quando perde um calçado sem perceber ou quando nota calosidades evidenciadas. 

Quando é na forma vascular, o principal sintoma é dor ao elevar o pé, bem como, pé com temperatura fria e aparência pálida. Nesse caso, a presença de calosidade não é presente. 

Na forma mista, os sintomas e sinais se misturam. 

Fatores de risco para desenvolvimento de úlceras (feridas) e amputações  

Os fatores que facilitam o desenvolvimento de úlceras e amputações podem ser identificados em anamnese e com exame físico. Alguns fatores são: 

  • Visão alterada 
  • Deformidade pré-existentes dos pés 
  • Tabagismo ² 
  • Controle da glicemia insatisfatório 

Autocuidado para prevenir feridas  

Alguns dos cuidados para prevenir essa complicação do diabetes são comuns às boas práticas gerais que todo paciente com diabetes deve seguir, como manter uma boa alimentação, se exercitar, acompanhar de perto os índices de glicemia e manter o tratamento em dia. 

  1. Fique atento à cor de suas pernas e pés. Se enxergar inchaço, calor, vermelhidão ou dor, procure o médico; 
  2. Faça a higiene com sabonete neutro e água; 
  3. Corte suas unhas em linha reta, mas não corte demais;
  4. Lave e seque bem os pés, especialmente entre os dedos; 
  5. Hidrate todos os dias, em especial os calcanhares a planta dos pés;
  6. Troque de meias todos os dias; 
  7. Use sapatos confortáveis e do tamanho certo para você; 
  8. Evite saltos; 
  9. Não ande descalço; 
  10. Evite banhos quentes; 
  11. Evite ficar sentado por muito tempo; 

Procurando assistência médica  

Estimativas apontam que em 2025 haverá 463 milhões de pacientes com diabetes no mundo, um sinal vermelho que não pode ser ignorado, principalmente quando pensamos nas complicações que o diabetes não tratado traz. 

O cuidado com alguém diagnosticado com diabetes devem ir bem além do que o cuidado com os pés. Por exemplo, é indispensável a avaliação anual da função renal para rastreamento da nefropatia diabética, bem como a avaliação anual do fundo de olho, que rastreia a retinopatia e a avaliação trimestral que avalia o controle glicêmico. 

Na presença de um ou mais sintomas, procure ajuda profissional.  

Tratamento  

A partir dos sintomas identificados, o tratamento, acompanhamento e aconselhamento de cada caso será individualizado a partir do tipo de pé diabético, se neuropático ou vascular. O tratamento vai ter como objetivo a restauração do local ferido, evitar a proliferação da infecção e prevenir novas lesões

Melhorar sua alimentação é uma ótima forma de evitar complicações que podem surgir quando a diabetes não está controlada.  

FONTE: Blog Programa FazBem

Evitar o sedentarismo é fundamental na prevenção do câncer

Ajustes no estilo de vida podem ser um dos mecanismos para a prevenção do câncer. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a doença ocasiona uma a cada seis mortes no mundo. Dessas, algumas poderiam ser evitadas a partir de pequenas mudanças de hábitos e outros mecanismos, como a vacinação contra o HPV, uma alimentação equilibrada e, principalmente, com a prática de atividades físicas.

Em um breve levantamento feito pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Ministério da Saúde estabelece uma cartilha com orientações com quatro tópicos principais. Evitar o sedentarismo é ponto fundamental na prevenção de diversos tipos de câncer. A professora Patrícia Chakur Brum, titular da Faculdade de Educação Física e Esporte da USP, explica que é justamente o condicionamento corporal ocasionado pela prática esportiva, associado a outros hábitos saudáveis, o principal aliado na prevenção e diminuição das chances de se contrair a doença.

Para isso, são indicados entre 150 a 300 minutos de atividades por semana, alternando exercícios que combinem atividades de deslocamento e atividades de resistência: “As atividades físicas têm se mostrado muito eficientes. Então, é importante que elas sejam incorporadas como um hábito na rotina das pessoas”, adiciona a professora. Ela também salienta que a combinação a demais fatores, como diminuição do tabagismo e do consumo de álcool, alimentação equilibrada, redução do estresse e da ansiedade são fortes aliados às práticas esportivas na prevenção do câncer.

Os exercícios sugeridos pela professora envolvem a movimentação do corpo, atividades aeróbicas e de resistência muscular. Independentemente da intensidade ou nível de dificuldade desses exercícios, “o ideal é que as atividades sejam prazerosas”, destaca a professora.

Na reabilitação e reincidência 

Há evidências de que a proteção por meio da atividade física seja mais efetiva entre os cânceres de bexiga, cólon, endométrio, esôfago, estômago, rins e mama. Este último tipo foi objeto de estudo da professora, que também acompanha o Projeto Remama (Remo para Reabilitação pós-Câncer de Mama) da USP. Nele, Patrícia acompanha de perto os efeitos da prática do remo em ex-pacientes que passam por uma reabilitação fisiátrica, sob observação de profissionais da educação física.

Este é um exemplo do uso de práticas esportivas na reabilitação do câncer, mas Patrícia também ressalta a importância destas para evitar a reincidência da doença. Para isso, é preciso que “os pacientes sejam liberados pelos oncologistas para a prática, porque, além de ajudar com os efeitos colaterais do tratamento, ela ajuda a prevenir a reincidência da doença”, complementa Patrícia, ao deixar claro que os exercícios são fundamentais não apenas para a prevenção como nas etapas posteriores à doença.

Por Fernanda Real

FONTE: Jornal da USP

Remédios orais e injetáveis são absorvidos da mesma forma pelo organismo?

Os remédios orais são ingeridos pela boca, diferentemente dos injetáveis, aplicados por meio de agulhas. Os administrados pela via oral incluem os medicamentos de gota, as cápsulas e os comprimidos. “Se é um comprimido, após ser ingerido, ele vai se desagregar no estômago, e aí começa um processo de dissolução. Depois, ele vai passar para o intestino, onde os fragmentos desse comprimido ainda continuam a dissolver princípios ativos.

O que já foi dissolvido vai ser absorvido ali na mucosa intestinal para depois passar pelo sistema, onde vai ser metabolizado para, depois, atingir a circulação sistêmica”, explica o professor Gabriel Lima de Araújo da Faculdade de Ciências Farmacêuticas. O professor ainda explica que, caso os remédios estejam na forma líquida, a absorção tende a ser mais rápida, porque o princípio ativo já está solubilizado. A trajetória é a mesma e Araújo ressalta: “Um ponto interessante é que as pessoas muitas vezes não sabem que a maioria dos princípios ativos não é absorvida no estômago e, sim, no intestino”.

Eficácia

Pelos remédios orais passarem pelo ácido clorídrico, componente do suco gástrico, alguns podem pensar que eles perdem eficácia quando comparados com os injetáveis. O professor explica que isso não ocorre: “Não são todos os princípios ativos que se degradam no suco gástrico. Os comprimidos, por exemplo, são revestidos com uma película de filme polimérico, que é resistente, então ele passa pelo estômago intacto. Ele só vai abrir lá no intestino, onde você tem um PH que não vai causar degradação do princípio. Não é uma diferença de eficácia, mas a gente usa os injetáveis quando precisamos de uma ação imediata, dessa forma a gente contorna todas essas barreiras da absorção intestinal”.

A maioria dos medicamentos de gota ou de comprimidos e cápsulas deve ser ingerida com intervalos de tempo regulares. Isso também não está relacionado com uma menor eficácia do princípio ativo. “O medicamento leva um tempo para poder atingir a concentração plasmática adequada. Você pode notar que, algumas fórmulas, tem que tomar duas ou três vezes por dia durante vários dias. Isso ocorre para que você possa ter realmente uma ação terapêutica”, explica Araújo.

Desenvolvimento

A pesquisa por trás do desenvolvimento de remédios varia muito conforme a via de administração, o tempo de efeito e o tipo de remédio. O professor comenta sobre essa linha de produção: “Num desenvolvimento existem diversos fatores: são equipes multidisciplinares que vão trabalhar para esse desenvolvimento. Assim, estuda-se toda a parte de estabilidade química, a toxicológica, se ele pode ser administrado por via oral ou precisa ser injetável. Tem que juntar tudo, tanto o conhecimento farmacológico quanto o conhecimento físico-químico, para que a gente consiga desenvolver uma medicação”.

Por Alessandra Ueno

FONTE: Jornal da USP

Consumo de ultraprocessados tem sérios impactos na saúde

O estudo “Mortes Prematuras Atribuídas ao Consumo de Ultraprocessados no Brasil”, estima em quase 57 mil o número de mortes anuais ligadas ao consumo desse tipo de alimento.

Seja pela praticidade, seja pelo sabor, há um crescimento na ingestão de alimentos ultraprocessados. De acordo com o estudo Mortes prematuras atribuídas ao consumo de ultraprocessados no Brasil, realizado por pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP (Nupens), Fiocruz, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade de Santiago do Chile, o número de mortes ligadas aos ultraprocessados aproxima-se a 57 mil por ano.

Esse é o primeiro estudo que estima as mortes prematuras associadas ao consumo de ultraprocessados em um país. Eduardo Nilson, pesquisador do Nupens, órgão integrado à Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, conta que o objetivo do estudo era resonder: “Quanto porcento das mortes por todas as causas nós poderíamos atribuir ao consumo de ultraprocessados?”.

Com base nos dados demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a ingestão calórica de ultraprocessados, a pesquisa também visou a avaliar o impacto do consumo desse tipo de alimento. “Foi uma oportunidade de não olhar somente para nutrientes críticos, mas para a questão do padrão alimentar”, comenta ele.

O que são os ultraprocessados?

Os alimentos ultraprocessados são composições de substâncias derivadas de alimentos que contêm pouca ou nenhuma porção daquela comida. Com intuito comercial, são combinados açúcar, sal, gorduras aos aditivos sintetizados em laboratório – como emulsificadores, corantes artificiais e aromatizantes. A produção desses alimentos em escala industrial favorece a satisfação do paladar e a conveniência no consumo de alimentos, por geralmente virem embalados em porções individuais.

Por serem alimentos com baixo valor nutritivo, eles apresentam poucos nutrientes essenciais à saúde, como vitaminas e fibras. “Ao mesmo tempo, eles são frequentemente altos nos nutrientes críticos, que são o sódio, as gorduras saturadas, gorduras trans e o açúcar”, complementa Nilson. O processamento dos alimentos, método para aumentar a palatabilidade e a durabilidade da comida, altera a absorção de nutrientes e desregula as funções digestivas do corpo humano, segundo ele.

Uma parcela da dieta marcada pela ingestão de ulraprocessados eleva o risco do desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). “Por exemplo, o sódio, relacionado à hipertensão e a doenças cardiovasculares, o açúcar, levando à obesidade, a gordura, que tem energia, e tem a questão das epidemias, levando a consequências cardiovasculares também”, elabora o pesquisador.

A ingestão calórica provinda dos ultraprocessados cresceu de 14,3% (2002/2003) para 19,4% (2017/2018) da dieta diária nas casas brasileiras, segundo o estudo. Nesse mesmo período, o IBGE aponta que o porcentual de obesidade entre pessoas de 20 anos ou mais passou de 12,2% para 26,8%.

A saída para uma alimentação saudável

O pesquisador reafirma a importância de analisar a alimentação não apenas no aspecto nutritivo, mas também o padrão alimentar brasileiro. Nilson indica que, nas últimas décadas, tem sido observada uma tendência de aumento no consumo de ultraprocessados. Esta métrica, contudo, atinge diretamente um grupo particular: “Há um aumento mais rápido [da ingestão de ultraprocessados], que é muito preocupante em termos de equidade, entre as famílias mais pobres”, menciona.

Como uma alternativa, o pesquisador sugere a redução do consumo desse tipo de alimento com base na implementação do Guia Alimentar para a População Brasileira. Essa escolha seria realizada tanto no âmbito da educação informativa como na transformação dos ambientes alimentares, passando desde as escolhas do consumidor até o sistema de produção alimentícia.

Nilson exemplifica os impactos dos ultraprocessados na produção de alimentos com a questão das mudanças climáticas: “A pegada de carbono e o uso de água dos ultraprocessados são muito maiores, por exemplo, do que os alimentos frescos e minimamente processados que são aqueles alimentos básicos”.

Além da redução do consumo, ele explora outras soluções: “Isso vai implicar […] na possível taxação de alimentos ultraprocessados, subsídios aos alimentos in natura e minimamente processados, regular publicidade de alimentos, trabalhar no acesso mais fácil aos alimentos saudáveis”. Para ele, apenas por meio de escolhas políticas seria possível reduzir os impactos na saúde da população brasileira.

FONTE: Jornal da USP

Diabetes e visão: o que a glicemia alta provoca

O diabetes é muito conhecido pela população no geral. Isso porque atinge um alto número de pessoas no Brasil e no mundo. Apesar de muito conhecida, nem todo mundo que convive com essa doença crônica conhece as complicações que ela causa, como insuficiência renal, má circulação e danos à visão.

Quando o diabetes não está controlado, pode contribuir para problemas como glaucoma e catarata, além de causar retinopatia diabética. Todos esses problemas de visão podem ser diagnosticados precocemente. No entanto, a visão é uma área da saúde que os brasileiros costumam negligenciar. Cerca de um terço da população do país com mais de 16 anos nunca foi à uma consulta com o oftalmologista.

Continue lendo para entender como controlar a glicemia e evitar tais problemas nas vistas. Saiba também quais são os exames preventivos que você deve fazer para se certificar de que a saúde de seus olhos está em dia.

Diabetes

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), no Brasil, existem mais de 13 milhões de pessoas que vivem com diabetes. Contudo, mais da metade desse número de pessoas não sabem que possuem a doença. O que representa grande risco no desenvolvimento de complicações por falta de tratamento.

O diabetes se caracteriza pelo alto nível de açúcar no sangue, e existem dois tipos:

Diabetes tipo 1

No tipo 1, a insulina, hormônio produzido pelo pâncreas com função de fazer a glicose (açúcar) ser absorvida pelas células, é produzida de forma insuficiente devido a uma resposta autoimune. Com isso, é preciso que a pessoa receba insulina para controlar a taxa de glicemia no sangue. É comum em crianças e adolescentes.

Diabetes tipo 2

No tipo 2, o organismo produz a insulina, mas ela não é utilizada de forma adequada em decorrência da resistência criada pelo organismo devido a fatores como uma dieta rica em alimentos ultra processados, sedentarismo, obesidade e hereditariedade. Esse tipo corresponde a 90% dos casos da doença. É comum em pessoas adultas.

Só esse tipo pode ser evitado com mudanças no estilo de vida.

É estimado que 40% das pessoas com diabetes venham a sofrer com complicações na visão. Para se ter ideia, a Retinopatia Diabética e o Edema Macular Diabético são os maiores responsáveis por causar a cegueira em adultos com idade ativa.

Retinopatia Diabética (RD)

Quando a glicemia não está controlada, ou seja, o nível de açúcar no sangue está elevado, as chances de os vasos sanguíneos da retina sofrerem danos é grande, o que caracteriza a retinopatia diabética.

O papel da retina em nossos olhos é detectar a luz e converter em sinais que são enviados pelo nervo ótico até o cérebro. A retinopatia diabética causa danos aos vasos sanguíneos, fazendo com que eles vazem na retina (causando hemorragia) e anulem a visão. Existem quatro estágios de retinopatia, são eles: 

  • Retinopatia proliferativa leve: micro aneurismas que podem vazar fluido na retina.
  • Retinopatia proliferativa moderada: os vasos da retina incham, se distorcem e perdem a capacidade de transportar sangue.
  • Retinopatia proliferativa grave: a maioria dos vasos sanguíneos estão bloqueados, o sangue não chega as áreas da retina, o que provoca uma reação automática na rotina de desenvolver novos vasos sanguíneos. 
  • Retinopatia diabética proliferativa (PDR): os novos vasos sanguíneos são mais propensos a vazar e sangrar, existe o alto risco de descolamento da retina, o que leva a perda permanente da visão.

Edema Macular Diabético (EMD) ou Maculopatia Diabética

EMD é a causa mais comum de perda de visão em pessoas com retinopatia diabética. É provocada pelo acúmulo de líquidos, conhecido como edema, em uma região da retina chamada mácula. Essa região da retina é usada para atividades como ler, reconhecer rostos e dirigir. Cerca de 5% dos portadores de diabetes irão desenvolver DME. 3

Sinais e sintomas

Nos estágios iniciais, geralmente, não há sintomas. Conforme a doença avança de modo silencioso, o sangramento que caracteriza o estágio avançado se traduz em forma de machas “flutuantes” na visão da pessoa. Sem o devido tratamento, essas machas progridem para a perda total da visão. Com a ocorrência do EMD, a visão se torna turva e distorcida até se perder totalmente.

Exames de vista

Os exames para detectar a Retinopatia Diabética e a EMD são:

  • Testes que verificam a precisão visual: avalia a capacidade da pessoa de enxergar em diferentes distâncias. 
  • Tonometria: avalia a pressão dentro do olho. 
  • Dilatação da pupila: um colírio é usado para dilatar a pupila para o médico poder examinar a retina através dos exames Oftalmoscopia indireta, Retinografia e Angiofluoresceinografia. 
  • Tomografia de coerência ótica (OCT): semelhante a um ultrassom, esse exame utiliza ondas de luz para capturar imagens de tecidos do olho.

Como se prevenir?

Devido retinopatia diabética e as outras doenças visuais como o glaucoma e a catarata serem silenciosas no começo, é extremamente necessário que o paciente com diabetes mantenha os níveis de glicose no sangue (glicemia) controlados e consulte-se com um profissional oftalmologista, pelo menos uma vez por ano.

Você deve saber que, para controlar o diabetes, é preciso mais do que só seguir o tratamento medicamentoso. É necessária uma mudança no estilo de vida, como a melhora na alimentação e inclusão de exercícios físicos diariamente.

FONTE: Jornal da USP

Dislexia não pode ser confundida com baixos níveis de inteligência

Confundida com o Transtorno de Déficit de Atenção, a dislexia é empecilho para uma educação plena; as escolas não estão preparadas para amparar esses alunos

De difícil compreensão e diagnóstico, a dislexia se apresenta em pelo menos 17% da população mundial. É um distúrbio de aprendizagem, especificamente de leitura e que tem consequências na escrita. Pessoas disléxicas têm dificuldade em decodificar palavras e em relacionar o fonema com o grafema, ou seja, ligar o som à letra.

“É uma dificuldade bastante específica no reconhecimento dos grafemas, que seriam as letras, e na conversão destes em sons no cérebro. A dislexia seria a falha e a dificuldade no reconhecimento de traços que são socialmente construídos para representar sons, então é uma dificuldade bastante específica que envolve leitura e escrita”, explica Telma Pantano, fonoaudióloga e coordenadora da Equipe Multidisciplinar do Hospital Dia Infantil do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP.

Muito confundido com o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), a dislexia é uma doença genética relacionada a um problema de ordem neurobiológica, que afeta o lado esquerdo do cérebro, o qual é responsável pela leitura e pela escrita e onde funciona a memória de curto prazo. Dessa forma, fica difícil decorar palavras e letras. Por isso, para eles, é como se estivessem em um constante processo de aprender a ler. Existem diferentes graus, então algumas pessoas têm mais facilidade em lidar e conviver com a dislexia.

Os sintomas mais comuns são a dificuldade na escrita, na leitura, confundir esquerda com direita, trocar letras por outras de forma parecida, como d e b ou t e f, mesmo que o som não seja igual. Os disléxicos também têm dificuldade em seguir ordens, compreender frases muito longas, na compreensão de textos e de conceitos abstratos e podem apresentar um vocabulário pobre, confusão entre cores e formas, erros de concordância verbal e escrita espelho, invertendo a palavra.

Dificuldade de aprender

O processo de alfabetização também acaba se tornando mais lento. O distúrbio, porém, não pode ser confundido com baixos níveis de inteligência, criatividade ou falta de vontade de aprender. Quanto mais cedo a criança for diagnosticada e tratada, melhor será para seu desenvolvimento. Muitas pessoas disléxicas acabam desmotivadas a estudar porque não há um apoio ou estímulo adequado a elas, o que é essencial.

Por se tratar de uma dificuldade primária de aprendizagem, está relacionada à reprovação escolar. Por isso, a escola tem papel fundamental na identificação de alunos disléxicos. O distúrbio não se manifesta em nenhum outro lugar de maneira tão enfática ou clara, principalmente pelos estímulos cognitivos e de leitura.

“Muitas vezes o professor desconfia e tem toda a capacidade de perceber, de observar as dificuldades, mas a avaliação e diagnóstico tem que ser feita num contexto individual e clínico”, ressalta Telma.  Não existe diferenciação na hora da matrícula para alunos com dislexia e, até o ano passado, não existia diferença de tratamento no que tange o aprendizado nas escolas. Não incluído na lei de pessoas com deficiência, os disléxicos e pessoas com TDAH agora têm amparo legal por meio da lei n°14.254, de 30 de novembro de 2021. Por meio desta, fica assegurado acompanhamento integral para os alunos com o diagnóstico desses distúrbios de aprendizagem.

“É bastante importante que eles se sintam mais acolhidos e consigam aprender todo o conteúdo dado em sala de aula. Hoje a gente tem leis que deixam isso muito claro da necessidade de suporte e de intervenção comportamental que a escola pode e deve fazer mesmo sem um diagnóstico preciso”, lembra a psicóloga.

Como contornar esse problema?

A escola, para deixar mais fácil o processo de aprendizagem, pode adaptar às salas de aula algumas práticas simples de inclusão desses alunos: colocá-los à frente da sala, falar olhando para eles, dar ordens simples e estimular a consciência fonoaudióloga. É importante também que a forma de avaliação leve em conta essa dificuldade, para que as taxas de reprovação: não descontar erros ortográficos ou de pronúncia, disponibilizar mais tempo para a leitura e conclusão das atividades e propor diferentes atividades, não só as que incluam leitura e escrita.

“A gente precisa reestruturar a escola. Colocar a aprendizagem escolar, como é uma aquisição de conceitos que envolvem habilidades cognitivas socioemocionais, de uma forma mais ampla. Temos que entender que a escola precisa ainda reformular um ponto muito importante que é entender a necessidade de não colocar a leitura e a escrita como os pontos centrais dessas aquisições, tanto cognitivas como socioemocionais”, diz.

O professor, portanto, deve estar atento e comunicar os pais e responsáveis caso encontre algum dos sintomas no aluno ou veja que ele tenha alguma dificuldade. Importante dizer que apenas uma equipe multidisciplinar é capaz de dar o diagnóstico certeiro e que, mesmo tendo um papel muito importante no processo de descobrir a dislexia, o professor não deve dar o diagnóstico. Este, por sua vez, é feito por uma equipe multidisciplinar que conta com psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo e um neurologista. A confirmação do diagnóstico só aparece na ressonância funcional, que filma o cérebro em ação. O tratamento pode ser feito a partir de programas fonoaudiólogos associados à psicoeducação, aulas de reforço individual e psicoterapia.

Por Julia Estanislau

FONTE: Jornal da USP

Creatinina: o que é e por que medir?

Você sabe o que é creatinina e como ela funciona dentro do seu corpo? Sabe se ela é importante e por quê?   

Bom, essas são perguntas que nosso texto vai te responder.  

Já ouviu o ditado “quem avisa, amigo é”? Pois bem, vamos mudar essa frase para “o sintoma, um sinal é”. Apesar de não gerar realmente um sintoma, mas gerar um aviso, o aumento da creatinina é um alerta para mudanças na sua função renal. 

Creatina  

A creatina é um dos aminoácidos do nosso organismo. Está localizada, em maior parte, nos músculos do seu corpo e no cérebro. Nosso corpo pode produzir cerca de 1g de creatinina por dia a partir do fígado, pâncreas e os rins. 

Apesar de produzida por esses órgãos, ela fica armazenada como fosfocreatina nos músculos, usada para gerar energia, mas também é encontrada na carne vermelha, frutos do mar e suplementos. 

Creatinina  

A creatinina é derivada, quase totalmente, da creatina presente no tecido muscular. Como ela fica armazenada em forma de fosfocreatina para gerar energia no músculo, a sua degradação para a creatinina ocorre de maneira constante, cerca de 2% da creatina diária. 

A concentração dela no sangue é proporcional a massa muscular de cada pessoa, por isso, o atrofiamento muscular pode impactar nos seus índices. 

A creatinina é eliminada do corpo pelos rins e o organismo não reaproveita nada dela, assim, seus níveis refletem nas taxas de filtração renal e é por esse motivo que os exames precisam ser feitos frequentemente, já que o alto nível de creatinina pode indicar uma deficiência na funcionalidade renal. 

São várias as causas do aumento de creatinina no sangue por problemas renais, tais como: hipotensão, obstrução urinária, desidratação excessiva e doença renal crônica, diabetes ou pressão alta por exemplo. Assim como ela pode aumentar, também pode cair, os fatores que levam a essa queda da creatinina no sangue são: insuficiência hepática, hidratação excessiva e doenças musculares. 

Os índices de creatinina e sua relação com os rins 

Os rins são responsáveis por filtrar as toxinas do nosso organismo, por isso, se eles trabalham de forma inadequada, a filtragem do sangue fica afetada. Se eles não estão conseguindo filtrar a creatinina, provavelmente não estão conseguindo filtrar outras substâncias e toxinas também. 

Bom, é por isso que as taxas de creatinina elevadas podem significar uma doença renal aguda ou crônica, que são silenciosas. Quanto mais alto o nível da creatinina, mais grave a doença renal, por isso, dosar a creatinina nos exames de rotina são fundamentais para um diagnóstico precoce e evitar as complicações de uma possível patologia. 

ATENÇÃO: se você tem risco de desenvolver uma doença renal, o teste de creatinina é ainda mais importante. Pessoas com hipertensão, diabetes, algum outro problema renal, infecção urinária de repetição e sangramento pela urina devem fazer esse exame de rotina com mais frequência, sempre consultando um médico. 

O exame de creatinina  

Esse exame mede a quantidade de creatinina pelo sangue ou pela urina, mas para avaliação da função renal, o exame de sangue é o mais indicado. 

Ele é geralmente pedido para: 

  • Diagnosticar doenças renais; 
  • Monitorar o tratamento ou progressão de doença renal; 
  • Monitorar os efeitos colaterais de medicamentos que podem danificar os rins; 
  • Monitorar a função renal de um rim transplantado.  

Preparo  

Não tomar nenhum suplemento de creatina e, talvez, seu médico possa pedir para que você evite alguns alimentos antes do teste, mas converse sempre com ele sobre esse assunto e siga suas orientações.

Para o exame de sangue pode ser necessário, ou não, o jejum durante a noite anterior ao teste e o de urina é uma coleta de 24h na sua própria casa.

Resultados  

O resultado do exame vai mostrar vários índices: 

  • Nível de creatinina sérica; 
  • Taxa de filtração glomerular; 

Assim que receber os resultados, retorne ao médico. Não tente decifrá-los sozinho e com pesquisas na internet, apenas seu médico pode interpretá-lo de forma correta para o seu caso e histórico clínico.  

FONTE: Blog Programa FazBem

 

Saúde dos rins e envelhecimento

Com o avanço da idade da população em diversos países, a saúde dos rins precisa ganhar visibilidade para que as pessoas consigam saber sobre o que se trata, como são causadas, quais são sintomas e o tratamento.  

Um exemplo é a Doença Renal Crônica, a qual o risco de desenvolvimento varia entre 30% e 50% para pessoas com mais de 65 anos. No Brasil, atinge 10% da população. Existe muito trabalho de conscientização a ser feito, principalmente para que o diagnóstico aconteça nos primeiros estágios e que a doença seja controlada. 

O envelhecimento aumenta as chances de alguma doença renal se desenvolver e evoluir para Insuficiência Renal Crônica (IRC). Porém, existem atitudes simples que podem prevenir essas doenças e/ou mantê-las controladas. 

Esse texto vai abordar exatamente quais são essas atitudes e como implementá-las no seu dia a dia, vamos lá?  

O que é Doença Renal?  

A doença renal crônica (DRC) se caracteriza por alterações que afetam a função dos rins. As causas e fatores são diversos e o processo de progressão é lento, o que faz com que os pacientes sintam os sintomas apenas quando a doença e está em estágio avançado. 

A função dos rins  

Os rins têm a função de filtrar o sangue e eliminar substâncias que nosso corpo produz como resultado da atividade celular (como ácido úrico, creatinina e ureia), sendo assim, ele tem uma função reguladora que contribui para a manutenção de água e sais minerais no sangue. 

Os fatores que mais estão associados à manifestação da doença renal, são a hipertensão, a diabetes e a idade avançada.  Juntos, esses três fatores trazem grande risco de problemas nos rins. 

O tratamento dessas doenças bases é essencial para a prevenção de problemas nos rins e o desenvolvimento de doença renal crônica. Principalmente porque essas duas doenças têm uma incidência maior conforme a idade avança

A doença renal tem cinco estágios, são eles:   

Estágio 1: a filtração e a taxa de filtração glomerular (TFG), um importante indicador na avaliação e detecção de DRC, permanece com taxas normais, entre 90 ou mais. Existe risco de evolução caso os fatores de risco não sejam tratados.
Estágio 2: nesse estágio, os rins começam a ter um leve comprometimento na função (que pode estar associado ao envelhecimento), mas ainda não há sintomas e esse leve. Existe uma leve queda na TFG, ficando entre 60 e 89.
Estágio 3: os primeiros sintomas aparecem, como anemia e doença óssea leve. O tratamento geralmente se inicia nesse estágio e objetivo dele é controlar fatores de risco para que não se perca totalmente a função renal. A taxa de TFG fica em torno de 30 a 59.
Estágio 4: esse estágio é chamado de pré-dialítico, o tratamento deve ser mantido, ao passo que a substituição renal deve ser preparada. A taxa TFG fica entre 15 e 29 nesse estágio.
Estágio 5: no estágio final, a insuficiência renal está estabelecida. Os sintomas são náuseas, vômitos e perda de peso do paciente. A anemia se intensifica, assim como o acúmulo de líquido. É nesse estágio que a substituição renal ocorre, quando a taxa de TFG está entre 15 ou menos.

Sintomas da Doença Renal Crônica  

  • Perda de apetite
  • Perda de peso
  • Inchaço
  • Descontrole da pressão arterial
  • Mudanças na urina
  • Vômitos e náuseas

Prevenção  

A prevenção de doenças nos rins pode ser feita através de atitudes no estilo de vida, como redução do consumo de açúcar, sal, parar de fumar, realizar atividades físicas regularmente, realizar o controle de diabetes e hipertensão. Além disso, aumentar a ingestão de água ao longo do dia. 

Estar com os exames em dia é essencial. Exames como de urina, de sangue, de glicemia e de creatinina, que podem detectar a doença renal em seus estágios iniciais, que não apresentam sintomas! 

Tratamento  

É inegável que a população está envelhecendo na maioria dos países, graças ao avanço de tratamento para doenças que antes eram vistas como fatais. É inegável também que a doença renal crônica está associada ao envelhecimento, conforme vimos ao longo do texto. 

Por isso, a detecção precoce ajuda que o tratamento adequado seja iniciado o mais rápido possível para que as complicações e mortalidade sejam reduzidas. 

O chamado Tratamento Conservador é realizado quando a doença é encontrada na fase inicial. Em fases mais avançadas, em que a insuficiência renal é total ou parcial, o tratamento é feito por diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal), no qual ocorre um filtro feito por uma máquina (que faz o papel do rim). Ou então, feito com o transplante renal. 

Na hemodiálise, o paciente comparece cerca de três vezes na semana para a realização do procedimento. A diálise peritoneal é realizada em domicílio. Junto ao médico nefrologista, que cuida da saúde dos rins, o melhor tratamento será escolhido, de acordo com a fase que o paciente está. 

FONTE: Blog Programa FazBem