Está chegando o verão e, com ele, aquela prática tão característica da estação de tomar banho de sol. É nessa hora que as atenções e os cuidados com a pele devem ser redobrados. O aumento da radiação solar é um fenômeno muito comum e, em decorrência disso, a emissão dos raios ultravioleta, UVA e UVB, crescem e aumentam também os riscos de doenças da estação. A professora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, Cacilda da Silva Souza, especialista em dermatologia, explica que a proteção deve ser feita através do filtro solar, priorizando a face, e com a utilização de barreiras físicas, tais como roupas leves e de manga comprida, chapéus, bonés e sombrinhas.
“Atualmente já existe uma diversidade de vestimentas próprias para as atividades esportivas, a piscina, mar e também para as atividades diárias. Uma ideia muito simples e boa é o uso de mangas removíveis que o ciclistas e motociclistas utilizam”, recomenda. De acordo com a professora, a proteção deve ser maior em crianças, indivíduos de pele clara e que ficam muito vermelhos com a exposição solar, além de idosos, por possuírem uma pele mais sensível e um risco maior para o desenvolvimento de tumores.
Fator de proteção
No filtro solar é sempre indicado o fator de proteção que, segundo Cacilda, deve ser maior que 30. “O recomendado aqui na nossa região, com a intensidade da radiação ultravioleta, seria entre 50 e 60.” A professora ainda lembra que o filtro solar não deve arder os olhos e que uma opção é usar o filtro solar infantil.
Apesar de a pele clara exigir mais cuidados, a escura também sofre com as doenças da estação. “Enquanto a pele clara produz pouca melanina, que protege da radiação ultravioleta do sol, na pele escura essa produção da melanina é abundante. Os indivíduos de pele escura têm uma proteção natural contra o sol.” Mesmo assim, a professora reforça que o uso de filtro solar é indispensável.
Além da proteção contra o sol, que pode causar doenças de pele, a desidratação é outro problema recorrente e que precisa de atenção. “É essencial que haja um aumento da ingestão de água no verão, especialmente em atividades com exposição ao sol. Isso porque a falta de consumo de água, junto com a exposição solar excessiva, pode levar à desidratação e à insolação.”
E a insolação é uma condição comum nesta época do ano. É resultado de uma exposição intensa ao calor. A insolação acontece quando a temperatura corporal fica superior a 40º, o que causa uma falha no mecanismo de transpiração corporal.
Julia Gatto, estudante de 21 anos, conta que teve insolação depois de uma uma sessão de bronzeamento artificial, quando não foram tomados os cuidados necessários com a pele. “No momento em que saí da clínica já estava com muita febre, porque o meu corpo estava muito quente, acabei ficando com bolhas, febre e ânsia por uns três dias e tive que faltar na faculdade e no estágio.”
A professora lembra que a insolação e a desidratação são problemas que podem impactar diretamente o aproveitamento da estação. “A adoção das medidas preventivas vai ajudar a se proteger e aproveitar melhor e com menor risco este período de férias e de lazer”, conclui.
Por Laura Oliveira
FONTE: Jornal da USP