Curativo transparente em rolo, você sabe usar?

Toda a ferida tem o potencial de desenvolver infecção séria que em muitos casos podem influenciar na cronicidade da ferida, infecções ósseas, incapacidades físicas ou mesmo óbitos, nesses casos o curativo filme transparente em Rolo da Hartmann pode ajudar protegendo curativos absorventes ou fixando cânulas e catéteres.

Curativo ou medicação?

As bactérias presentes na ferida podem ter a forma planctônica ou encapsulada biofilmes e o tratamento convencional tem sido a custa de antimicrobianos tópicos ou com antibióticos sistêmicos. Há alarmante preocupação com o aumento da resistência bacteriana a patógenos mais comuns, principalmente pelo uso indevido dessa medicação. Reunião na Inglaterra de grupo internacional preocupado com o problema reviu muitos desses conceitos e apresentou sugestões como o uso de curativos não-medicamentosos, como o curativo filme transparente em Rolo da Hartmann, que por outras ações poderiam ajudar em muito na proteção dos curativos absorventes que substituirão o uso de antimicrobianos nas feridas.

Há muito debate sobre como definir biofilmes microbianos. A associação de superfície é essencial para a formação do biofilme? A maturidade ou tempo de existência do biofilme são importantes para avaliar a gravidade do problema? Os biofilmes se originam de células planctônicas e o que incita a formar o biofilme? Esses e outros tópicos são discutidos neste trabalho concluindo que as infecções nas feridas com biofilme não devem ser tratadas da mesma maneira que as infecções agudas.

Células planctônicas e o biofilme

As células sésseis ou planctônicas são componentes de microrganismos que se aderem a uma matriz e resultam em uma comunidade bacteriana fisiologicamente integrada e aderida à superfície chamada de biofilme. Sabe-se que há intensa formação de biofilme em áreas de contato entre ar e água, devido à movimentação dos líquidos e do atrito mecânico, que possibilita o desprendimento de fragmentos deste biofilme para colonizarem outros ambientes.

Dentro deste microambiente chamado biofilme, forças eletrostáticas e os nutrientes disponíveis recrutam os primeiros microrganismos, e em seguida essas células se multiplicam e produzem exopolissacarídeos, alterando assim as condições iniciais do meio, e desta forma sinalizam para a migração de outros microrganismos.

Nesse microambiente podem-se destacar duas porções facilmente distinguíveis: o interior do biofilme, em que as condições são facilmente controladas, e o exterior deste, em que o controle nutricional é dificultado. Sabendo que há células nas duas porções, denominam-se células sésseis aquelas que se localizam na porção interna, e células planctônicas as exteriorizadas flutuantes.

As células sésseis expressam genes profundamente diferentes daqueles expressos pelas células planctônicas, o que justifica parcialmente o enorme valor de sobrevivência da formação de biofilme.

As células sésseis ganham importância à medida que, devido ao microambiente controlado que as protegem de agentes agressores externos como medicamentos, resultam na razão da resistência inata à antimicrobianos.

Feridas complexas

O tratamento de toda essa gama de feridas complexas, feridas difíceis, e que exigem corpo médico, multidisciplinar e de enfermagem especializados, é, muitas vezes, subdividido em diferentes especialidades médicas, mas têm padrão de condutas que podem ser estendidas para todas as feridas complexas. Um centro médico para elas é sempre o ideal, embora ainda não exista na maioria dos hospitais brasileiros. A ação do grupo multidisciplinar é fundamental.

Fases do tratamento

As fases principais do tratamento da ferida complexa implicam sempre em primeiro lugar na limpeza da ferida, remoção cirúrgica de necroses e tecidos desvitalizados. Uma segunda fase muitas vezes chamado “preparo do leito da ferida”, pode ser conseguido seja com curativos especiais, seja com o uso da terapia por pressão negativa. A terceira fase, frequente nas lesões mais extensas, é reconstrução da perda cutânea feita pela cirurgia plástica reconstrutiva usando transplantes de pele ou com tecidos compostos.

Consegue-se assim melhor resolução das feridas complexas, em tempo menor que o habitual, com um resultado melhor da qualidade de vida para o paciente e, comparativamente com outros tratamentos, melhor custo/benefício.

Como usar o curativo transparente em Rolo Hartmann

O curativo transparente em rolo é um autoadesivo não estéril, possui adesivo hipoalergênico, e é composto por poliuretano permeável ao vapor e a umidade, impermeável à água e protegido contra a penetração de bactérias. Utilize com a pele sempre limpa e seca destacando o papel protetor no local indicado com o número 1, conforme imagem abaixo. Aplique sobre a ferida e remova a segunda proteção conforme indicado com o número 2. Pressione gentilmente as bordas para fixação. Proporciona excelente capacidade de proteção contra infecções secundárias das lesões, podendo ser recortado no tamanho desejado e removido de forma indolor, sem deixar resíduos. O desenho planimétrico facilita a medição e o controle na utilização.

Para quais casos é indicado?

Indicado para cobertura de curativos absorventes, para fixação de cânulas e catéteres, e pode ser utilizado como barreira à prova de água.

Informações Adicionais

  • Fabricante Paul Hartmann AG – Alemanha.
  • Composição: Poliuretano e Acrilato.
  • Disponível nos tamanhos, 15cm x 10m, 10cm x 10m ou 5cm x 10m.

Onde encontrar o curativo transparente em Rolo

Referências:
Hartmann Brasil
Wikipédia

 

Condições hormonais de atletas mulheres e as lesões no joelho

Lesões no joelho do Ligamento Cruzado Anterior é a causa mais comum de cirurgias no meio esportivo e afeta três vezes mais as mulheres que os homens.

Causa mais comum de cirurgias em atletas, a lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA), que ocorre nos joelhos, afeta muito mais as mulheres que os homens; o risco dessas lesões chega a ser três vezes maior no sexo feminino, segundo o professor Fabricio Fogagnolo, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e especialista em cirurgia do joelho e trauma ortopédico. “Entre os esportes em que o LCA é mais frequente estão futebol, basquete, vôlei, handebol e lutas”, afirma o professor.

Segundo Bruno Luiz de Souza Bedo, educador físico e especialista em reabilitação e desempenho funcional pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, o sexo feminino é mais suscetível à lesão que os homens pelas características anatômicas, as diferenças na mecânica dos movimentos, no controle muscular e também nas condições hormonais. “O espaço intercondilar, conhecido como fossa intercondilar e onde fica o LCA, é classificado quanto ao formato cônico, circular e retangular. O que se vê nas lesões sugere que a largura da base da fossa e a largura do côndilo lateral, que é uma das duas projeções na extremidade inferior do fêmur, seriam fatores de risco importantes porque este espaço é menor nas mulheres em relação aos homens e, sendo mais estreito, limita a mobilidade de articulação durante os movimentos de torção, o que favorece o impacto entre o ligamento e a estrutura óssea ao redor do joelho, aumentando o estresse imposto no ligamento”, adianta.

Outro fator que faz com que as mulheres sejam mais suscetíveis à lesão do LCA é que o quadril no corpo feminino é mais largo que na estrutura óssea do corpo masculino. “Isso afeta o alinhamento dos joelhos e toda a musculatura do quadril e do próprio joelho, o que aumenta a carga imposta na articulação”, afirma o educador físico.

Quanto aos fatores hormonais, o ciclo menstrual merece ser destacado. Os hormônios que regulam o ciclo não alteram apenas o aparelho reprodutor, mas também diversas estruturas do corpo. O ciclo hormonal afeta o ligamento cruzado anterior, principalmente na fase pré-ovulatória. “Ou seja, a mulher, a atleta que está realizando uma prática esportiva tem o maior risco de se lesionar durante a primeira metade do ciclo menstrual”, ressalta Bedo.

Ainda segundo Bedo, existem também fatores neuromusculares. Um dos principais fatores, que aumentam a incidência de lesões em mulheres quando comparada aos homens é o desgaste ou a resistência à fadiga. “As mulheres sofrem mais com a fadiga muscular e isso faz com que seja mais comum a existência do valgo, quando o joelho está desalinhado e voltado para dentro e se torna um dos principais mecanismos de lesão do ligamento cruzado anterior”.

As lesões no joelho

Fogagnolo afirma que o ligamento cruzado anterior é muito importante, principalmente para a prática esportiva. O LCA “fica no centro do joelho e limita o deslocamento anterior da tíbia em relação ao fêmur, impedindo que a tíbia vá para a frente. Esse ligamento é importante restritor também dos movimentos rotacionais da tíbia em relação ao fêmur, particularmente da rotação interna da região mais lateral da tíbia em relação ao fêmur”, explica.

Nos esportes que envolvem mudanças rápidas de direção como os dribles, comuns no futebol, no handebol e no basquete, os atletas ficam mais expostos à lesão do LCA. “A lesão acontece justamente com esses movimentos mais súbitos e a ocorrência se dá 70% no pé de apoio, quando o atleta vai fazer uma mudança rápida de direção. Mas o movimento mais comum, sem dúvida, é o desvio do joelho para dentro, quando os dois joelhos apontam um para o outro, combinado com o movimento de rotação da tíbia”, informa o professor Fogagnolo, assegurando ser mais comum a lesão ocorrer quando o atleta está sozinho, contrariando o que muitos acreditam, que a lesão no LCA é resultado de colisão com o oponente.

Cirurgia e fortalecimento muscular

A recuperação da lesão nas mulheres e nos homens é praticamente a mesma. “O retorno às atividades esportivas se dá por volta de oito a dez meses após a cirurgia”, garante Fogagnolo. “Nos esportes que envolvem mudanças rápidas de direção e que são extremamente competitivos, a recomendação é fazer um protocolo de fisioterapia bastante adequado, com treinamento de fortalecimento para um retorno mais seguro às atividades”, alerta.

Saber se prevenir é fundamental. Fogagnolo recomenda que os atletas profissionais ou amadores procurem um ortopedista ou fisioterapeuta para o fortalecimento adequado da musculatura. Já os fatores de risco para a lesão, segundo Bedo, se dividem em intrínsecos e extrínsecos. Nos fatores intrínsecos, os riscos dependem inteiramente do atleta e seus desequilíbrios musculares, restrição articular, por exemplo. Já nos fatores extrínsecos, os riscos aparecem na carga de treino, no tipo de grama ou de quadra, no tipo de tênis ou chuteira que o atleta usa.

De toda forma, os números das lesões em mulheres assustam. Para se ter uma ideia, durante a preparação para a Copa do Mundo de Futebol Feminino, na França, em 2019, nada menos do que 17 das 39 jogadoras da seleção feminina do Brasil já haviam sofrido esse tipo de lesão. E quatro atletas já tinham se lesionado, inclusive, nos dois joelhos.

A maior jogadora brasileira de todos os tempos, Marta, teve a lesão no joelho esquerdo aos 36 anos, no fim de março deste ano, ficando de fora da Copa América. Outra atleta, Catarina Macario, brasileira naturalizada norte-americana, sofreu a mesma lesão em junho. A alemã Dzsenifer Marozsán fez a cirurgia em maio e a espanhola Alexia Putellas sofreu a lesão em julho, poucos dias antes do início da Eurocopa.

Por Rubens Avelar

FONTE: Jornal da USP

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Acidente vascular cerebral: Quais os benefícios da reabilitação?

Artigo publicado na “Revista de Medicina” mostra que a reabilitação e diagnóstico precoces após acidente vascular cerebral podem aumentar autonomia dos pacientes no autocuidado e na realização de atividades diárias.

Margareth Artur, da Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais da USP

Quais as perspectivas de recuperação e de reabilitação, e quais são as sequelas, leves ou graves, de quem sofreu um acidente vascular cerebral (AVC)? Esse foi o tema de uma pesquisa realizada com 64 pessoas de ambos os sexos que sofreram AVC e apresentaram redução de movimentos corporais, problemas relacionados à fala, dores e incontinência urinária. Os resultados foram publicados no artigo Índice de independência funcional de pacientes pós-acidente vascular cerebral submetidos a um programa de reabilitação multiprofissional disponível na Revista de Medicina.

Os pacientes participaram de um programa de reabilitação multiprofissional em um hospital público de Curitiba com assistentes sociais, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, neurologistas, psicólogos e nutricionistas. Ao final, após análise do nível de independência funcional de cada um deles, verificou-se um “potencial de resgate na autonomia e qualidade de vida”.

O estudo comprovou os benefícios do tratamento, que propõe uma recuperação da “independência funcional em pacientes pós-acidente vascular cerebral de artéria cerebral média”. Os autores dizem que “a participação no programa refletiu em ganho de autonomia no autocuidado e na realização de atividades diárias pelos pacientes”.

O AVC é uma alteração súbita do fluxo sanguíneo cerebral, que priva os neurônios de receber oxigênio e nutrientes essenciais de forma adequada. Em alguns minutos, as células do cérebro acometido começam a morrer e, se não tratado adequadamente, o dano se torna irreversível. É uma doença que atinge mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo.

Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, quando há o bloqueio de uma artéria, impedindo que o sangue chegue até o cérebro; e o hemorrágico, que ocorre quando há ruptura de um vaso intracraniano. Hipertensão arterial, obesidade, consumo de cigarros, o diabetes mellitus (aumento de glicose no sangue), a anemia falciforme (hereditária), falta de atividades físicas e as comorbidades diversas são apontados como as principais causas da doença. Diante do perigo de óbitos pela doença ou sequelas de incapacidade, um programa específico de tratamento de reabilitação é fundamental.

A incapacidade, como nos informam os autores, é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como resultado da “interação dinâmica e complexa” entre condição de saúde, fatores pessoais e ambientais. No intuito de se criar um programa de tratamento eficaz de reabilitação para pacientes que sobreviveram ao AVC, é imprescindível a formação de uma equipe multidisciplinar hospitalar, sempre visando à independência do paciente e de seus familiares, pois não se pode ignorar as sequelas da doença nos diversos âmbitos da vida.

Os autores relatam, ainda, que o Ministério da Saúde orienta tratamento prematuro de reabilitação no pós-AVC em centros especializados, recurso que “pode reduzir as incapacidades e promover retorno precoce às  suas atividades”, proporcionando melhora significativa na capacidade de independência. Ressalta-se, na pesquisa, que os métodos e critérios de “reabilitação multiprofissional” não obtiveram sucesso total.

O artigo enfatiza, também, a importância de novas pesquisas sobre o tema, com o objetivo de pôr em pauta os resultados dos tratamentos e avaliar em qual medida a prática de atividade física, a obesidade e os fatores sociais podem influenciar na recuperação dos pacientes.

Outra recomendação é a prevenção, o diagnóstico precoce, o procedimento e os recursos de cura oferecidos no âmbito hospitalar.

Artigo

GENTILINI, G. L.; SANTA, L. N. de; VEDOVATTO, M. B.; HIRAI, P.; KLAUMANN, V. C.; PURIM, K. S. M.; NISIHARA, R. M. Índice de independência funcional de pacientes pós-acidente vascular cerebral submetidos a um programa de reabilitação multiprofissional. Revista de Medicina, São Paulo, v. 101, n. 4, e-174732, 2022. ISSN: 1679-9836. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v101i4e-174732. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/174732. Acesso em: 30 ago. 2022.

FONTE: Jornal da USP

Como os curativos AQUACEL protegem a pele danificada

Desenvolvido para proteger a ruptura da pele, a família de curativos AQUACEL Foam Pro, atuam diretamente nos danos causados por microclima, fricção e forças de cisalhamento, cuidando, protegendo e defendendo a pele potencialmente danificada.

Microclima, fricção e cisalhamento

Microclima, é a junção de umidade com temperatura, o aumento desses fatores colaboram para a pele ficar mais vulnerável à lesões. Quando ocorre a diminuição da umidade a pele torna-se excessivamente seca proporcionando mais danos. O Microclima também influencia no surgimento das lesões por pressão superficiais.

Ações isoladas causadas por excesso de Fricção possibilitam maiores danos à epiderme e a derme, a lesão resultante asemelhasse a uma queimadura leve com maior frequência em pacientes agitados. O quadro torna-se mais grave quando a fricção é associada ao cisalhamento.

O Cisalhamento é a combinação de gravidade e fricção. Quando o paciente encontra-se na cama com a cabeceira elevada a gravidade empurra o corpo para baixo e a pele adere-se ao leito da cama, mesmo o esqueleto empurrando o corpo para baixo, como mostra a figura abaixo. Isso faz com que os vasos sanguíneos sejam esticados dificultando ou interrompendo o fluxo sanguíneo e causando danos por isquemia.

Lesão ou úlcera por Pressão

São áreas de necrose em que as partes moles são comprimidas entre as proeminências ósseas e superfícies duras externas. Elas são causadas por pressão não aliviada em combinação com fricção, forças de cisalhamento e umidade. Lesão por pressão é uma terminologia recomendada pelo National Pressure Injury Advisory Panel (NPIUAP) em vez de úlcera por pressão para descrever essas lesões crônicas porque graus mais baixos de danos cutâneos devidos à pressão podem não estar associados à ulceração da pele.

Fatores de risco mais comuns

  • Em pessoas com mais de 65 anos de idade quando ocorre a  redução do tecido adiposo subcutâneo e a diminuição do fluxo sanguíneo capilar;
  • Perda ou diminuição da mobilidade causadas por longo período de internação ou repouso no leito;
  • Lesão medular, sedação, ou fraqueza bem como a diminuição da movimentação espontânea e/ou deficiência cognitiva;
  • Exposição a irritantes cutâneos ocasionados por incontinência urinária e/ou incontinência fecal;
  • Dificuldade na cicatrização de feridas por desnutrição, diabetes ou perda de sensibilidade;

Tratamentos

  • Redução da pressão;
  • Tratamento direto das lesões;
  • Tratamento da dor;
  • Controle da infecção;
  • Avaliação das necessidades nutricionais;
  • Terapia concomitante ou cirurgia;
  • Aplicação do AQUACEL Foam Pro

Como funcionam os curativos AQUACEL Foam Pro

A camada superior protetora possui uma película lisa, respirável e impermeável,  que atua minimizando o cisalhamento e a fricção entre a roupa de cama e o curativo. Contudo a facilidade de higienização e a limpeza reduzem a quantidade de troca do curativo. Em suma possui uma espuma macia proporcionando maior conforto entre a camada de ligação e a camada com Hydrofiber®, tecnologia multicamadas siliconadas que ajudam a promover um microclima ideal, absorvendo e bloqueando o excesso de umidade da pele. A camada adesiva dos curativos AQUACEL Foam Pro também possui silicone e as perfurações permitem aplicação e remoção de maneira ágil e fácil, e ainda não deixam que o adesivo grude em si mesmo.

 

Benefícios dos curativos AQUACEL Foam Pro

  • Projetado para ajudar a reduzir os efeitos das forças de cisalhamento e fricção;
  • Proporciona uma barreira bacteriana e viral que protege de contaminantes externos;
  • É à prova d’água e é possível tomar banho de chuveiro com o curativo;
  • Promove um microclima saudável da pele, absorvendo e bloqueando o excesso de umidade;
  • Camada de silicone adesiva perfurada proporciona uma aderência segura e favorável à pele;
  • Permite que o curativo seja reposicionado após a avaliação da pele.

Mais informações e especificações

A família de curativos AQUACEL® Foam Pro, desenvolvido pela Convatec, está disponível em 2 tamanhos, 24×21,5 cm e 20×16,9, em embalagens unitárias ou caixas com 5 unidades.

Onde encontrar os curativos AQUACEL Foam Pro

Conclusão

Em suma os curativos AQUACEL Foam Pro são a melhor solução para todos os casos de fricção com vermelhidão, inflamação e, às vezes, bolhas, e também para deformações da pele e tecidos, oclusão de vasos sanguíneos e dano induzido por isquemia.

Fontes:

Site Convatec, fabricante do AQUACEL® Foam pro
Grupo de Estudos e Pesquisa em Segurança do Paciente, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
Manual MSD
When used as part of a protocol of care.*As demonstrated in-vitro.
In-vitro Performance Characteristics of AQUACEL® Foam pro WHR14536MS129,2015. Data on file. Convatec.
Walker M.Hobot JA, Newman GR, Bowler PG. Scanning electron microscopic examination of bacterial immobilisation in a carboxymethlcellulose (AQUACEL®) and alginate dressings. Biomaterials. 2013:24(5):883-890.
All advertisements shown on this page are for cleared Class I & II products by the FDA.

Como a tecnologia pode ajudar na experiência do paciente

Buscar aprimoramentos e solucionar problemas nos serviços de saúde promovem uma melhora não apenas para o paciente, mas também para os profissionais de saúde.

As tecnologias como a internet das coisas, 5G, inteligência artificial e telecomunicações estão mudando o mundo. Os serviços prestados à sociedade, hoje, precisam ser pensados nesses termos, que podem ser usados a favor de todos. O design de sites e interfaces, por exemplo, precisam ser pensados a partir da experiência do usuário e o que pode ser feito para melhorar os serviços prestados a eles.

Pensando nisso, o professor Clovis Alvarenga Netto, do Departamento de Engenharia de Produção e criador do Laboratório de Estudos em Design, Serviços e Sustentabilidade da Escola Politécnica (Poli) da USP, pensa em abordagens focadas em resultados e processos que visem a atender o cliente para resolver suas necessidades. Seu laboratório tem como principal objetivo idealizar tecnologias e soluções voltadas aos serviços de saúde.

Para melhorar a experiência do usuário em todas as etapas do atendimento, desde os exames iniciais até o diagnóstico final, é necessário “entender o ponto de vista do profissional da saúde, que pode ser médico, biomédico, da farmácia, bioquímica, psicologia, odontologia, assim por diante. É preciso entender do ponto de vista deles o que é estar na pele deles”, diz o professor.

Acima de tudo, é imprescindível pensar nas pessoas, que são clientes e pacientes. O desafio da inovação consiste em trazer esses profissionais para falar o que é estar na sua pele e quais são os problemas e dificuldades, para que possam ser melhorados e solucionados. “Quais são os problemas a serem resolvidos? Quais são as dificuldades que  têm? Quais são os processos, que até já existem, mas que podem ser melhorados? E até aqueles que ainda não estão desenvolvidos ou disponíveis aqui na nossa sociedade, mas que, se fossem desenvolvidos, fariam uma grande diferença, melhorando as dores e dificuldades dos pacientes”, pontua.

A jornada do paciente

Clovis Alvarenga aponta que o primeiro desafio no momento são os fatores críticos de sucesso na prestação de serviços em saúde. A jornada do usuário consiste em muita coisa além do contato presencial com o profissional da saúde: marcar a consulta, o deslocamento, atendimento, monitoramento da saúde, entre outros.

Telemedicina – Foto: Freepik

Dependendo da modalidade, é possível fazer parte dessas etapas previamente à consulta, como exames, pré-diagnóstico e anamnese, o que ganha tempo na hora do atendimento. Quando o paciente já vai ao atendimento com exames e material colhido e com informações sobre qual é o seu problema, a consulta fica mais produtiva e o profissional de saúde consegue atender mais pessoas. Como explica o professor, a jornada do cliente é mais abrangente que a consulta e pode ser trabalhada a favor do paciente.

Muita coisa que antes não era permitido fazer, por conta da pandemia, agora é normalizado. Um exemplo disso é a telemedicina: “A observação do comportamento do paciente, o retorno sobre as dificuldades ou dores que o paciente tem, a anamnese e o histórico do paciente, podem ser feitos a distância”, ressalta. A tecnologia ajuda em todo o processo e o paciente continua a ser bem atendido inclusive a distância, principalmente as pessoas que estão fora de grandes centros mas ainda têm necessidades específicas. Porém, lembra que “a tecnologia permite bastantes coisas, mas não está substituindo o contato presencial com o profissional da saúde”.

Desafios da inovação

“Cria-se um ambiente em que o pessoal mais focado em tecnologia pode dar contribuição relevante, gente do lado da saúde que vai dizer em alguns atendimentos ou modalidades o que é possível fazer e o que não é possível fazer, e o profissional da saúde propriamente dito, que vai dizer as dificuldades e dores. Tem que estar desenvolvendo o trabalho em equipe, se colocando na pele do outro profissional e entendendo o ponto de vista, também de clientes, de quais são as dificuldades que eles têm”, esclarece o professor.

O fomento dentro das universidades, com novas ideias sobre inovação e tecnologia, é de extrema importância. O professor ressalta que o envolvimento dos alunos em seu laboratório é excelente e que, além do trabalho em equipe, há um trabalho conjunto entre alunos da engenharia e de diversas áreas da saúde, incluindo profissionais já formados e atuantes.

O ponto principal é desenvolver empatia e entender o ponto de vista do profissional de saúde e quais são suas necessidades. “Equipes de alunos estão procurando soluções mais adequadas para problemas que eles têm identificado na fala dos profissionais da saúde”, explica o engenheiro.

FONTE: Jornal da USP

Agrotóxicos e os problemas de saúde nos agricultores

Intoxicação pelo uso desprotegido dos produtos foi associada a casos de dor de cabeça, dermatite, surdez e depressão. Problema envolve omissão do poder público na fiscalização, falta de orientação e constante estímulo ao uso de agrotóxicos nos locais de comércio de insumos agrícolas frequentados pelos agricultores.

Uma pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP investigou os efeitos do uso de agrotóxicos por agricultores familiares nos municípios de Pimenta e Capitólio, em Minas Gerais. A partir da medição de um indicador presente no sangue que aponta para intoxicação e o levantamento de queixas de saúde junto aos trabalhadores, os resultados sugerem uma relação entre a contaminação pelos agentes químicos e a apresentação de sintomas como dor de cabeça, irritação nos olhos, insônia e nervosismo.

Em sua dissertação de mestrado, a pesquisadora Nicole Blanco Bernardes, orientada pela professora Maria Helena Palucci Marziale, realizou o estudo com 140 participantes. Foram avaliados 80 trabalhadores atuantes na agricultura familiar, expostos diretamente a agrotóxicos, e 60 usuários do Programa de Saúde da Família (PSF) das duas cidades, mas que não estiveram expostos aos produtos químicos, para comparação. Os participantes também responderam a um questionário utilizado na avaliação junto aos resultados dos exames de sangue.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pimenta e Capitólio têm população estimada em 8.715 e 8.693 habitantes, respectivamente. Em entrevista ao Jornal da USP, Nicole conta que o que chamou a atenção para os municípios foi um índice expressivo de suicídios e a procura por tratamentos oncológicos dos munícipes em outras cidades mineiras. Apesar de não haver nenhuma comprovação e, mais que isso, essa relação ser muito difícil de estabelecer, a pesquisadora relata que as prefeituras já investigavam o número de casos e consideravam a possibilidade do contato direto com agrotóxicos entre os trabalhadores das lavouras ser um dos fatores para o problema. Dentre os sintomas descritos pelos entrevistados, a dor de cabeça foi o mais presente no grupo (33,8%), seguida por queixas de irritabilidade ou nervosismo (21,3%) e suor intenso (15%).

Os resultados mostraram que quase metade dos trabalhadores rurais que participaram da pesquisa (42,5%) relataram algum sintoma de intoxicação. No entanto, somente uma pequena parcela deles (6,3%) associou os sintomas a ter tido algum tipo de intoxicação por agrotóxico, indicando que há desconhecimento sobre o risco dos produtos, principalmente quando equipamentos de proteção não são corretamente utilizados.

Intoxicações crônicas por agrotóxicos

Esses dados também caracterizam um dos problemas recorrentes apontados pelo Protocolo de Avaliação das Intoxicações Crônicas por Agrotóxicos publicado em 2013 pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná: a subnotificação, ou seja, quando acontecem casos de intoxicação, mas eles não são reconhecidos como tal. Um dos motivos apontados por esse documento é a falta de instrumentos clínicos adequados para o diagnóstico. Nesse sentido, a investigação conduzida por Nicole Blanco Bernardes atesta essa realidade e assinala que a avaliação de saúde periódica dos trabalhadores rurais ajuda a monitorar a exposição excessiva aos agrotóxicos.

Os participantes do estudo são agricultores familiares que trabalham com diversos tipos de lavoura, como tomate e pimenta, e estão expostos a agrotóxicos da classe organofosforados.

“É difícil fazer um diagnóstico da situação pois os órgãos fiscalizadores são um pouco precários e não temos uma notificação precisa do número de infecções. A grande maioria das intoxicações é crônica, de forma que os sintomas surgem depois de muito tempo de exposição, a não ser em casos de acidentes.”

A pesquisa ainda destaca a necessidade de mais informações a respeito do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) para amenizar o impacto dos agrotóxicos na saúde dos trabalhadores rurais. Segundo os dados coletados, somente uma parcela deles utilizava equipamentos como luvas (58,8%), máscara (55%) e óculos de proteção (26,3%). Além disso, apenas 7,5% lavavam as roupas utilizadas na lavoura separadas das peças de familiares, mesmo que estes não tivessem contato direto com os produtos químicos.

Incentivo ao uso

Apesar de sua importância, há uma série de barreiras para o uso dos equipamentos de proteção. A professora Marilise Mesquita, da Faculdade de Saúde Coletiva do Rio Grande do Sul/UFRGS e organizadora do livro Saúde coletiva, desenvolvimento e (in)sustentabilidade no rural, detalha:

“Existe uma série de fatores que afastam o uso de EPI na região Sul. Um deles é o clima. Ninguém consegue usar, durante horas, macacão, botas, óculos e luvas num calor de 40 graus Celsius. Os equipamentos de proteção não foram feitos para o clima tropical. Além disso, os agrotóxicos têm um rótulo com uma linguagem extremamente técnica, inacessível para pessoas que não terminaram o ensino fundamental, como é o caso de 70% dos trabalhadores da região. Eles não têm ideia do que estão usando e quais os perigos à saúde.”

Quando questionada sobre a atuação da fiscalização, Marilise aponta as mesmas condições apresentadas na dissertação de Nicole Blanco Bernardes, isto é, uma fiscalização frouxa em contraposição a um constante estímulo ao uso de agrotóxicos nos locais de comércio de insumos agrícolas frequentados pelos agricultores.

Essa constatação trazida pelas duas pesquisadoras sobre omissão do poder público na fiscalização coloca em xeque um dos pontos fundamentais das Diretrizes Nacionais Para Vigilância em Saúde de Populações Expostas aos Agrotóxicos publicadas pelo Ministério da Saúde em 2017. Parte dos objetivos definidos pelo documento depende diretamente da atuação dos profissionais da saúde e da vigilância sanitária no acompanhamento sistemático dos trabalhadores como uma forma de gerar indicadores confiáveis do uso de agrotóxicos e construir políticas públicas de proteção à saúde efetivas para os trabalhadores rurais.

Como alternativa aos agrotóxicos, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Minas Gerais tem adotado iniciativas agroecológicas para fornecer alternativas aos agricultores, como a substituição do uso de agrotóxicos por adubos naturais.

*Ana Fukui é pós-doutoranda da FMUSP e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)

Mais informações: e-mail nicoleblanco100@yahoo.com, com Nicole Blanco Bernardes

Texto: Por Pedro Ferreira e Ana Fukui*
Arte: Ana Júlia Maciel

FONTE: Jornal da USP

Gripe do tomate, você já ouviu falar?

Uma doença que causa febre e dores no corpo acometeu pelo menos 100 crianças em dois Estados na Índia. Chamada de gripe do tomate, a moléstia não é nova e causa lesões redondas e avermelhadas na pele, que lembram tomates, por isso o nome.

A infectologista Juliana Framil, da equipe de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, tranquiliza, reforçando que ainda não existem casos da doença no Brasil. Detectada na Índia, que se manifesta por meio de lesões na pele que se assemelham ao tomate e que tem semelhanças com o sarampo e a varíola do macaco.

Porque o nome gripe do tomate?

O nome de gripe do tomate ou febre do tomate  nada tem a ver com o alimento, mas uma associação do fruto com o formato das bolhas que surgem no corpo, vermelhas, lembrando tomates.

Origem

A doença ainda é de origem desconhecida, por isso existem duas teorias sobre essa gripe: a primeira é de que as crianças que contraíram chikungunya ou dengue têm maior tendência à gripe do tomate;  a outra é de que é causada pela variante de um vírus que causa a doença “mão pé boca”, uma infecção viral altamente contagiosa na Índia.

Sintomas

Entre os sintomas estão a febre, dores no corpo e articulações, além de vesículas no corpo que se confundem com outras doenças como sarampo, por exemplo.

Tratamento da gripe do tomate

O tratamento é feito de forma a aliviar a dor e febre com o uso de analgésicos, além do isolamento por no mínimo sete dias para evitar a contaminação de outras pessoas. Na maioria das vezes, a doença é “autolimitada”, ou seja, se resolve sozinha, sem necessidade de medicamentos específicos.

De qualquer forma, vale a mesma orientação que tivemos em relação à covid-19, como lavar mãos e o uso de álcool para desinfecção de objetos e superfícies.

Por Sandra Capomaccio

FONTE: Jornal da USP

Mortes por infarto e diabete, entenda a relação

Pesquisadores da USP analisaram o peso de diferentes fatores de risco nas estatísticas de mortes por infarto. Resultados publicados na “Plos One” mostram que a hiperglicemia representa um risco ainda maior para mulheres.

Ricardo Muniz, da Agência Fapesp

Já são conhecidos vários fatores que aumentam o risco de infarto, como glicose elevada (hiperglicemia), obesidade, colesterol alto, hipertensão e tabagismo. E agora um estudo publicado na revista Plos One mensurou o impacto de cada um deles nas estatísticas de morte por doença cardiovascular. A hiperglicemia mostrou uma associação com esse desfecho de cinco a dez vezes maior do que outros fatores.

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Foram usados dados de fontes governamentais, como os ministérios do Desenvolvimento Social e da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrados entre 2005 e 2017. Os números foram confrontados com informações de outros bancos, como o Global Health Data Exchange (GHDx) e o repositório do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington (Estados Unidos).

Mortes por infarto

Por meio de métodos estatísticos, os pesquisadores determinaram o número de óbitos atribuídos a cada fator de risco. O objetivo da pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foi ajudar a encontrar estratégias mais eficazes para reduzir a incidência de doenças cardiovasculares – que ainda são as maiores causas de morte no País.

“Independentemente do controle que usávamos – e testamos diferentes tipos de variável, modelos estatísticos e métodos – a diabete sempre se associava à mortalidade por doenças cardiovasculares. Mais do que isso: é uma associação que não se restringia ao ano analisado, mas perdurava por até uma década”, explica Renato Gaspar, pós-doutorando no Laboratório de Biologia Vascular do Instituto do Coração (Incor), vinculado à Faculdade de Medicina (FM) da USP.

Estudos anteriores estabeleceram uma equação para calcular o número de mortes prevenidas ou adiadas devido a mudanças em fatores de risco. Assim, foi possível analisar também as taxas de mortes “prematuras”, calculadas em relação à expectativa de vida padrão. Os autores concluíram que cerca de 5 mil pessoas não teriam morrido por doença cardiovascular no período analisado caso os índices de diabete fossem menores na população. Por outro lado, a pesquisa também permitiu concluir que pelo menos 17 mil mortes foram evitadas somente pela diminuição do consumo de cigarros durante esses 12 anos.

“Nossos achados fornecem evidências de que as estratégias para reduzir o tabagismo foram fundamentais para a redução da mortalidade por doença cardiovascular”, apontam os autores.

Outro ponto que chamou a atenção dos cientistas foram as diferenças de gênero. “As disparidades sexuais reiteram outros estudos que apontam a diabete e a hiperglicemia como fatores de risco mais fortes para doença cardiovascular em mulheres do que em homens”, advertem.

Impacto socioeconômico

Mortes por infarto e a incidência de doenças cardiovasculares diminuíram 21% e 8%, respectivamente, entre 2005 e 2017 no Brasil. Além da redução do tabagismo, o maior acesso à saúde básica é listado como um dos responsáveis pela melhora nos índices. Essa observação levou em conta a questão da hipertensão, frequentemente associada a problemas cardíacos. No entanto, ela representou sete vezes menos mortes por doenças cardiovasculares do que a hiperglicemia. Uma das possibilidades é que o acesso ao sistema de saúde universal, com aumento na cobertura de atenção primária, tornou alta na população a taxa de controle da hipertensão.

Corrobora esse achado o fato de que a associação entre hiperglicemia e mortalidade por doença cardiovascular foi independente do nível socioeconômico e do acesso aos cuidados de saúde. Os pesquisadores inseriram covariáveis nos modelos analisados para contabilizar dados como renda familiar, benefício do Bolsa Família, produto interno bruto (PIB) per capita, número de médicos por habitantes e cobertura de atenção primária.

“Além de aumentar a renda, diminuir a desigualdade e a pobreza e ampliar a qualidade e o acesso à saúde, precisamos olhar para o diabetes e para a hiperglicemia de maneira específica”, aponta Gaspar, ressaltando que o País tem discutido pouco questões como o alto consumo de açúcar.

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“Precisamos de uma política de educação nutricional. Debater se vale a pena colocar uma tarja nos produtos açucarados com um alerta, como nas embalagens de cigarro, ou taxar produtos com açúcar adicionado de forma a incentivar as indústrias a reduzir esse ingrediente. São questões bastante debatidas em outros países e que precisam ser pautadas aqui.”

Para mitigar os índices de doença cardiovascular no Brasil, as políticas de saúde devem ter como objetivo reduzir diretamente a prevalência de hiperglicemia, seja pela educação nutricional, pela restrição a alimentos com açúcar adicionado ou pelo mais amplo acesso às novas classes de medicamentos capazes de diminuir a chance de o paciente diabético morrer por infarto.

O artigo Analysing the impact of modifiable risk factors on cardiovascular disease mortality in Brazil está disponível em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0269549.

Este texto foi originalmente publicado por Agência Fapesp de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

FONTE: Jornal da USP

HC incorpora 5G para melhorias em medicina a distância

Projeto Open Car, coordenado pelo Inova HC, núcleo de inovações do Hospital das Clínicas, utiliza redes abertas 5G para para melhorias em medicina a distância levando saúde aos locais mais remotos do País. O professor Moacir Martucci Júnior, da Escola Politécnica da USP, é um dos encabeçadores do projeto, que ainda está em fase de testes.

Um setor com impacto social como a saúde demanda melhorias no que diz respeito ao acesso mais facilitado a todos. A proposta de incorporar a tecnologia 5G, que possibilita maior velocidade e volume de dados veiculados ao atendimento da população, por meio da medicina a distância, surge com a prerrogativa de acelerar a implantação da tecnologia da quinta geração de dados móveis a custos mais baixos do que o modelo tradicional na indústria. A partir dela, seriam realizadas consultas, ultrassons e até mesmo cirurgias.

Na prática, o professor ressalta que os trabalhos em medicina seriam desenvolvidos com o diagnóstico por imagem em ultrassom. Daí a questão envolvendo o 5G, que proporciona maior banda, um dos pontos que o professor destaca serem necessários para facilitar o tráfego de informações em tempo real, indispensável na realização dos procedimentos médicos.

Uma outra questão mencionada por Martucci é a latência ou tempo de resposta da comunicação entre a máquina e o médico no processo de coleta de informações do paciente, que é melhorada com a tecnologia: “Na mesma hora que está acontecendo [o ultrassom], não pode ter um atraso. Imagina o médico pilotando ultrassom remotamente e atrasa. Esse atraso pode criar confusão”, adiciona ele.

Próximos passos da Medicina a distância

A quinta geração de dados móveis permite latências na ordem de um milissegundo. Isso possibilita uma gama de procedimentos e operações a distância, mas que, para o professor, ainda demanda testes menos invasivos: “Cirurgias, por exemplo. O primeiro passo é fazer a prova em algo que não seja muito invasivo, ou não muito perigoso”, explica Moacir Martucci.

Mesmo com os instrumentos tecnológicos necessários, e com todos os componentes para a “hélice da inovação”, que envolvem a inovação de campo, pesquisa e desenvolvimento e o usuário, o professor estima que levará cerca de dois anos para a implementação da tecnologia.

FONTE: Jornal da USP

Atenção para os cuidados com as doenças cardiovasculares

A iniciativa chama atenção para enfermidades cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais, que ocasionam aproximadamente um terço das mortes do mundo, além das medidas que podem ser feitas para preveni-las.

A depender do país, a taxa de mortalidade pode chegar a 30%, sem considerar os agravantes de saúde e a idade avançada. As principais causas estão relacionadas aos hábitos de vida social e alimentar, como destaca José Carlos Nicolau, médico do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Mas outros fatores de risco devem ser observados, tais como colesterol alto, diabete, obesidade e estresse, além da predisposição e a existência de cardiopatias e fatores hereditários.

A prevenção se baseia na detecção de predisposições e fatores de risco, além da incorporação de hábitos saudáveis. Nicolau comenta que, de uma forma geral, “hábitos alimentares e sociais vão ajudar o indivíduo a corrigir ou controlar esses fatores de risco, diminuindo a chance de vir a ter um infarto ou vir a falecer”. E destaca que, caso a doença ocorra, o tempo entre os primeiros sintomas até o atendimento no hospital é fundamental, para evitar sequelas e o falecimento do paciente.

Doenças cardiovasculares em homens e mulheres

O doutor Nicolau explica que a incidência de doenças cardiovasculares em mulheres é menor no período anterior à menopausa, quando comparada com as estatísticas observadas entre os homens. Ele explica que isso ocorre por que “a mulher tem uma certa proteção relacionada aos hormônios femininos, de tal maneira que, até a menopausa, a incidência de infarto em homens em relação às mulheres é muito maior”.

Passado esse período, ambos apresentam números parecidos. Nicolau também salienta que alguns estudos indicam que, dentre os internados com infarto, “mulheres têm inclusive um índice de mortalidade maior do que os homens”, em números absolutos coletados em um período de seis a oito anos. Mas também há aqueles estudos que apontam para uma equivalência entre os óbitos.

Prevenção 

O médico ressalta que o infarto pode ocorrer em qualquer região do corpo, já que está relacionado à oxigenação dos vasos. Assim, é preciso estar atento aos sintomas pelo corpo inteiro, que podem ser náuseas, dores no peito e irradiação nos braços. Porém, ele destaca que os sintomas podem não ser os mais comuns: “Idosos, por exemplo, frequentemente não têm dor, porque não têm a mesma sensibilidade”, e aconselha: “Na dúvida, vá para o hospital”.

FONTE: Jornal da USP