Adolescentes do sexo feminino são as mais afetadas pela escoliose

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A escoliose é uma doença caracterizada por um desvio progressivo na coluna lombar, que atinge milhões de pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 4% da população é acometida por essa doença no mundo. No Brasil, são 6 milhões de pessoas, especialmente adolescentes do sexo feminino.

Em junho é celebrado o Dia Mundial da Escoliose; para conscientizar sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoce, ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição Alexandre Fogaça, especialista em coluna do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da FMUSP, comenta as causas e cuidados com a doença.

Fogaça explica que existem vários tipos de escoliose, como a congênita, em que a pessoa já nasce com essa deformidade. O principal tipo, entretanto, é a escoliose idiopática, sem causas conhecidas. “Não é nada que ela faça ou deixa de fazer que está causando aquilo”, afirma, ao dizer que não há relação entre a postura ou no fato de a pessoa ficar muito tempo em frente ao computador ou usando o celular.

Segundo o médico, quando o quadro de escoliose progride, ele causa uma deformidade que pode diminuir o espaço que seria ocupado por um dos pulmões, o que causa dificuldades para respirar. O funcionamento do estômago e do intestino também pode ser prejudicado. Nos casos mais graves, a medula é afetada e pode acarretar em problemas neurológicos como dor e dormência.

Diagnóstico precoce

Com o diagnóstico precoce e o tratamento, “o maior objetivo é não deixar essa curva progredir e chegar nos graus que podem causar problemas complicados”, diz Fogaça. Ele conta que normalmente quem percebe as deformidades são os pais e os professores, especialmente os de atividades físicas. Assimetrias nos ombros e cintura são sinais de curvatura na coluna que podem indicar um quadro de escoliose.

Nos graus mais leves, o tratamento pode ser feito com exercícios e o uso de um colete. Nos casos mais graves, entretanto, é necessária a intervenção cirúrgica. Segundo Fogaça, o grau de complexidade dessas cirurgias é menor quanto mais cedo o problema for identificado e tratado, também por isso a importância do diagnóstico precoce.

Essas cirurgias, de acordo com o especialista, “são grandes, mas hoje têm uma taxa de sucesso enorme e corrigem a deformidade e impedem que ela progrida”. O mais comum é que uma haste fixada na coluna seja utilizada para corrigir essa deformidade e fixar as vértebras na posição adequada. A recuperação pode durar até um ano, “mas depois disso é vida normal”, destaca Fogaça.

Ele reforça as orientações aos pais e professores, que devem estar atentos: “Se perceber essa deformidade na coluna da criança no começo de sua adolescência, ela deve ser encaminhada para a atenção médica, normalmente um ortopedista. Será feita uma radiografia para medir o tamanho dessa deformidade e instituir o tratamento mais precoce possível, para que tenha mais chance de funcionar e, se for o caso de uma cirurgia, que consiga operar com um grau pequeno, em que ela é menos complicada”.

Autor: Redação
Arte: Guilherme Castro

FONTE: Jornal da USP