Distimia, tipo de depressão crônica que requer diagnóstico adequado

A depressão atinge as pessoas com gravidades e recorrências variadas. Também denominada como transtorno depressivo persistente, a distimia tem um diagnóstico difícil e afeta 6% da população mundial, segundo especialistas. No Setembro Amarelo, mês da campanha de prevenção ao suicídio, é relevante diferir as doenças psicológicas. Fernando Fernandes, psiquiatra do Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, descreve que a distimia é determinada por sua duração de persistência como quadro depressivo na vida do indivíduo: “O critério é o tempo. A gente toma como referência um período de dois anos”.

A diferenciação entre traços de personalidade e o transtorno mental ocorre “justamente pelo fato dos sintomas [da depressão] serem crônicos, muitas vezes acabam se confundindo”, explica o psiquiatra. O transtorno é dividido em dois subtipos: um de desenvolvimento anterior aos 21 anos e outro posterior a essa idade. Enquanto o primeiro pode ser confundido com aspectos individuais, o segundo não pode ser considerado como parte da personalidade, afirma Fernandes: “Traços de personalidade começam a ser mais bem discernidos na adolescência e cristalizam no início da vida adulta”.

Diagnóstico e tratamento da Distimia

Para evitar que as pessoas passem anos sofrendo com os sintomas, ele reitera a importância de um diagnóstico adequado. Ele considera que “o primeiro grande obstáculo para o tratamento é o diagnóstico”, tendo em vista que os sintomas crônicos são mais difíceis de serem tratados. Diante de variações bruscas de humor com picos alternados de emoções, requer-se uma avaliação profissional.

Por isso, o psiquiatra recomenda que as pessoas busquem tratamento quando os sintomas estão mais brandos e que sejam difundidos conhecimentos a respeito dos transtornos de humor. “Tanto medicamento quanto terapia são necessários e se complementam”, informa ele sobre o tratamento do transtorno depressivo persistente. O estilo de vida, por meio de rotinas saudáveis, é outra indicação de Fernandes.

FONTE: Jornal da USP