O câncer de ovário é uma das formas mais letais de câncer feminino, por ser uma doença silenciosa e muito grave¹. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são diagnosticados cerca de 6,5 mil novos casos de câncer de ovário por ano¹, o que representa cerca de 3% de câncer diagnosticados em mulheres. Por isso, vamos falar mais como se prevenir e entender melhor os sintomas desta doença silenciosa.
O que é o câncer de ovário?
Para entender este tipo de câncer, precisamos explicar como é anatomia dos ovários. O órgão é responsável pela produção de óvulos e dos hormônios femininos estrogênio e progesterona². Ele é formado por três tipos básicos de células²:
- Epiteliais: que revestem a superfície;
- Germinativas: que dão origem aos óvulos;
- Teca-granulosa ou estromais: que produzem os hormônios femininos.
O câncer de ovário começa nas células epiteliais, que fazem parte dos blocos de construção do tecido epitelial, em que as células cancerígenas se multiplicam rapidamente, transformando-se em tumores que podem se espalhar para outras partes do corpo¹. Existem algumas classificações histopatológicas de câncer de ovário, sendo a mais comum o tumor epitelial (90%), que são tumores malignos que se originam nos tecidos epiteliais. Outros tipos histológicos são³:
- Mucinoso;
- Endometrióide;
- Células claras;
- Transicional;
- Misto;
- Tumores indiferenciados.
Como é o diagnóstico?
Esta doença tem uma grande representação na taxa de mortalidade por neoplasias ginecológicas no mundo, representando 5,95 casos para cada 100.000 mulheres3. A alta taxa se dá pelo fato de a doença ser assintomática nos estágios iniciais, apresentando sintomas conforme a evolução do quadro. Os sintomas não são específicos do câncer de ovário, mas geralmente, as pacientes apresentam dor ou desconforto abdominal, outros distúrbios gastrointestinais e até mesmo geniturinários, que podem passar desapercebidos3.
É preciso lembrar que não há um exame específico para o rastreamento e detecção precoce¹, por isso as consultas de rotina são necessárias, para acompanhar o surgimento ou crescimento de tumores no ovário¹.
Quais são os fatores de risco?
Apesar de não ter nenhuma causa evidente, existem alguns fatores de risco que são identificáveis³:
- História Familiar: quando a mãe, irmã ou filha de uma paciente desenvolve o câncer de ovário ou de mama, o risco é maior. O risco aumenta quanto mais jovem a paciente for;
- Obesidade: representa um risco até 50% maior de desenvolver câncer de ovário.
- Reposição hormonal: durante a menopausa, o risco de desenvolver tumores malignos é maior por conta da exposição ao estrógeno por um longo período;
- Infertilidade;
- Tabagismo;
- Nuliparidade (não teve filho) ou primiparidade (teve apenas um filho) após os 35 anos;
- Síndromes genéticas: existe associação com mutações genéticas, sendo as mais comuns relacionadas às mutações que impedem os genes BRCA1 e BRCA2 exercerem suas funções adequadamente
Como é feito a prevenção?
Como ainda não existe nenhuma forma de rastreamento específico, é ideal que a paciente conheça os históricos familiar de doenças para auxiliar o tratamento em alguns casos². A paciente que apresentar algum dos fatores de risco precisa manter uma rotina com²:
O diagnóstico precoce é difícil, porém pode acontecer durante os exames de rotina, como o exame pélvico e a ultrassonografia transvaginal, que podem ajudar a detectar a doença em estágios iniciais³. No entanto, o diagnóstico definitivo geralmente é feito por meio de uma biópsia, que envolve a remoção de uma amostra de tecido para análise em laboratório3.
Quais são os tratamentos?
O tratamento pode ser feito com quimioterapia, cirurgia, e também inibidores da enzima Poli Adenosina difosfato Ribose| Polimerase (IPARP), que funciona como uma quimioterapia oral. Em alguns casos, o tratamento envolve a retirada do tumor cirurgicamente, além da quimioterapia ou radioterapia³. O médico prescreverá o melhor tratamento, de acordo com as características e quadro clínico do caso.
Com o câncer de ovário a paciente pode engravidar?
Se o tratamento do câncer de ovário não necessitar a retirada do órgão reprodutivo, é possível manter a possibilidade de engravidar³. Como a maioria dos casos de câncer de ovário ocorrem após o começo da menopausa, é preciso conversar com o seu médico para entender as chances de uma gestação após o tratamento.
Onde conseguir informações seguras sobre o tratamento de câncer?
O câncer de ovário é uma doença perigosa que pode ser difícil de detectar precocemente. Por isso, é importante estar atenta a quaisquer mudanças no corpo e realizar exames de rotina regularmente. Manter um estilo de vida saudável e conversar com seu médico sobre qualquer histórico familiar de câncer de ovário também pode ajudar na prevenção. Além disso, você pode se manter informada sobre assuntos de oncologia no blog do Programa FazBem.
Referências
1- FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS DE APOIO À SAÚDE DA MAMA (Porto Alegre, RS). O que você precisa saber sobre o câncer de ovário.?Notícias FEMAMA, [S. l.], p. 01, 28 maio 2022. Disponível em: https://femama.org.br/site/sem-categoria/o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-cancer-de-ovario/?gclid=CjwKCAjw3POhBhBQEiwAqTCuBqJRpvO6wh6KTgvTA-6xXtEXO7ae8oyIKJv5_kycaYRfM9cXpZTjPRoCIJwQAvD_BwE. Acesso em: 17 abr. 2023.
2- INSTITUTO DO CÂNCER DE RIO PRETO (Rio Preto, SP). INTRODUÇÃO AO CÂNCER DE OVÁRIO. Disponível em: https://incariopreto.com.br/cancer-de-ovario/. Acesso em: 17 abr. 2023.
3- MACHADO, Camila Correia; BRANDÃO, Caroline Anderson; DA ROSA, Katiana Murieli; LEMIESZEK, Marina Bianchi; ANSCHAU, Fernando. Câncer de Ovário.?Acta méd. (Porto Alegre), [S. l.], p. 01, 7 jul. 2017. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/05/883250/ca-de-ovario-finalb_rev.pdf. Acesso em: 17 abr. 2023.
FONTE: Blog FazBem