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No início do Outubro Rosa, nos dias 6 e 7, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) promoveu o Simpósio Internacional de Exercício e Câncer & 3º Festival Paulista de Remadoras Rosas em celebração aos dez anos do Programa Remama no Brasil. Os eventos reforçaram a importância do exercício físico para o tratamento do câncer e da conscientização acerca da prevenção e diagnóstico precoce.
Patrícia Chakur Brum, professora da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE), e Christina May Moran de Brito, médica do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, ressaltam o duplo auxílio oferecido pelo programa: psicológico e físico. Inspirado no modelo canadense, a iniciativa foi pioneira no Brasil.
Benefícios do exercício
Patrícia explica que, diferentemente da cardiologia, em que se tem muito bem definidas as formas e intensidades de exercícios necessários para o tratamento, no campo oncológico ainda há conhecimentos científicos muito incipientes. A partir desse cenário, o Programa Remama representa, na visão da médica, uma grande contribuição para mostrar que o exercício está relacionado a um tratamento complementar e contínuo do câncer: “Na prevenção ao diagnóstico, durante o tratamento e na sobrevida pós-tratamento”.
“Exercício é um grande aliado do paciente oncológico, então, auxilia em várias frentes”, afirma a médica. Christina ainda acrescenta que existe uma espécie de quadrinômio de sintomas – dor, fadiga, transtornos do humor e distúrbios do sono – no qual o hábito de se movimentar pode impactar positivamente, assim como na melhora da tolerância ao tratamento. “Os estudos ainda não têm alto nível de evidência nesse sentido, mas observa-se na prática clínica, então, acredita-se que seja uma questão de tempo essa demonstração”, considera Christina de Brito. Por outro lado, em casos de três tipos de câncer – mama, cólon e próstata –, a médica afirma que o exercício regular reduz a recorrência das doenças.
Dez anos do Remama
“É uma experiência muito linda, você vê no dia a dia e remando com elas o quão bem faz, porque o Remama não é só a prática da atividade física na Raia”, reflete a professora, ao destacar o papel de apoio emocional oferecido no programa também. Dessa forma, os benefícios dessa atividade ultrapassam as barreiras físicas e biológicas e se transformam em um núcleo de convivência para troca de experiências semelhantes.
Durante o período pandêmico, Patrícia comenta o surgimento do Oncofit, em que atividades físicas remotas eram ministradas e que continua na ativa até hoje. A professora também ressalta o trabalho em conjunto a partir dos barcos de 22 pessoas, em que 20 remam, uma toca o tambor para manter o ritmo e a outra guia a direção. Assim, para uma prevenção além do exercício e bons hábitos de saúde, a médica chama a atenção para o histórico familiar – que influencia na recorrência de exames de mamografia – e para o autoexame durante o banho depois de períodos menstruais.
FONTE: Jornal da USP