O que é pé diabético?
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Quando não tratado de forma adequada, o diabetes é responsável por diversas complicações, como retinopatia (lesões na retina do olho), nefropatia (perda do funcionamento dos rins), neuropatia (quando os nervos se tornam incapazes de emitir e receber mensagens do cérebro), infarto do miocárdio, derrame e até mesmo danos ao sistema imunológico, torna o paciente mais susceptível a infecções.
Podem ocorrer na boca, gengiva, pulmões, pele, genitais e locais que houve incisão cirúrgica. Entre essas infecções, a desenvolvida nos pés dos pacientes costuma ser a mais frequente nos pacientes que tem o diagnóstico de pé diabético. Porém, também pode ser evitada.
Entenda como o pé diabético se desenvolve, os sintomas, como prevenir e as formas de tratamento.
Como o pé diabético se desenvolve
Pessoas com diabetes não controlado, com níveis de glicose no sangue altos por muitos anos, pode causar lesões nos nervos e vasos sanguíneos dos pés. Além disso podem apresentar feridas nos pés que infeccionam e demoram mais para curar. Em casos graves, a amputação do membro pode ser necessária.
Isso ocorre devido ao alto índice de açúcar no sangue, que provoca queda na atividade dos glóbulos brancos (células de defesa de nosso corpo), deixando o organismo mais suscetível a ataques de fungos, vírus e bactérias. Por isso, quando o diabetes não está controlado, existe uma grande brecha de infecções podem se estabelecer.
Ou seja, uma ferida que se curaria rapidamente no pé de uma pessoa saudável, em um paciente com diabetes não controlada, essa ferida infecciona com mais facilidade.
Sintomas
O pé diabético tem 3 formas de se manifestar: forma neuropática (alteração nos nervos dos pés), forma vascular (alteração nos vasos sanguíneos dos pés) e mista.
Na forma neuropática, o paciente perde progressivamente a sensibilidade do pé, tem sintomas como formigamentos e sensação de queimação.
Geralmente, o paciente nota essa perda de sensibilidade quando sofre alguma pancada no pé e não sente, quando perde um calçado sem perceber ou quando nota calosidades evidenciadas.
Quando é na forma vascular, o principal sintoma é dor ao elevar o pé, bem como, pé com temperatura fria e aparência pálida. Nesse caso, a presença de calosidade não é presente.
Na forma mista, os sintomas e sinais se misturam.
Fatores de risco para desenvolvimento de úlceras (feridas) e amputações
Os fatores que facilitam o desenvolvimento de úlceras e amputações podem ser identificados em anamnese e com exame físico. Alguns fatores são:
- Visão alterada
- Deformidade pré-existentes dos pés
- Tabagismo ²
- Controle da glicemia insatisfatório
Autocuidado para prevenir feridas
Alguns dos cuidados para prevenir essa complicação do diabetes são comuns às boas práticas gerais que todo paciente com diabetes deve seguir, como manter uma boa alimentação, se exercitar, acompanhar de perto os índices de glicemia e manter o tratamento em dia.
- Fique atento à cor de suas pernas e pés. Se enxergar inchaço, calor, vermelhidão ou dor, procure o médico;
- Faça a higiene com sabonete neutro e água;
- Corte suas unhas em linha reta, mas não corte demais;
- Lave e seque bem os pés, especialmente entre os dedos;
- Hidrate todos os dias, em especial os calcanhares a planta dos pés;
- Troque de meias todos os dias;
- Use sapatos confortáveis e do tamanho certo para você;
- Evite saltos;
- Não ande descalço;
- Evite banhos quentes;
- Evite ficar sentado por muito tempo;
Procurando assistência médica
Estimativas apontam que em 2025 haverá 463 milhões de pacientes com diabetes no mundo, um sinal vermelho que não pode ser ignorado, principalmente quando pensamos nas complicações que o diabetes não tratado traz.
O cuidado com alguém diagnosticado com diabetes devem ir bem além do que o cuidado com os pés. Por exemplo, é indispensável a avaliação anual da função renal para rastreamento da nefropatia diabética, bem como a avaliação anual do fundo de olho, que rastreia a retinopatia e a avaliação trimestral que avalia o controle glicêmico.
Na presença de um ou mais sintomas, procure ajuda profissional.
Tratamento
A partir dos sintomas identificados, o tratamento, acompanhamento e aconselhamento de cada caso será individualizado a partir do tipo de pé diabético, se neuropático ou vascular. O tratamento vai ter como objetivo a restauração do local ferido, evitar a proliferação da infecção e prevenir novas lesões.
Melhorar sua alimentação é uma ótima forma de evitar complicações que podem surgir quando a diabetes não está controlada.
FONTE: Blog Programa FazBem