Desnutrição hospitalar: HC promove campanha para combater o problema

Desnutrição hospitalar: HC promove campanha para combater o problema

Os sete hospitais do complexo do Hospital das Clínicas da FMUSP receberão treinamentos e ações práticas para tratar dos casos de desnutrição.

A campanha de combate à desnutrição hospitalar do Hospital das Clínicas chama atenção para um problema que envolve demora no período para alta de pacientes, além do aumento significativo de morbidade e mortalidade nos leitos. A constatação se deu a partir de análises desenvolvidas pelo Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional (Ibranutri). Os sete hospitais do complexo do Hospital das Clínicas da FMUSP receberão treinamentos e ações práticas para tratar dos casos de desnutrição.

A desnutrição hospitalar é uma das principais responsáveis pela piora das condições mórbidas de base, que ocasionaram a internação do paciente. Isso tem impactos não somente na recuperação do paciente, como pode ocasionar complicações naqueles submetidos a processos cirúrgicos.

Em dados compilados a partir do HC, que também podem ser observados em resultados obtidos em hospitais da rede do SUS, a desnutrição pode estar presente já na admissão hospitalar; num período entre cinco a sete dias, é possível obter uma taxa de 50% de desnutrição. E, segundo o último levantamento do Ibranutri, de 2001, entre os pacientes desnutridos, 70% desenvolveram complicações e os custos por seu tratamento aumentaram, em média, 60,5%.

O professor Dan Linetzky Waitzberg, do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP, destaca também que, justamente por apresentar todas essas implicações, o tempo de permanência hospitalar é maior, assim como o número de taxas de complicações infecciosas nos pacientes desnutridos, bem como também os gastos com leito, remédios e serviços de enfermagem nas UTIs, além de o fato de dificultar a disponibilidade de leitos hospitalares para novos pacientes.

A campanha de desnutrição

Na tentativa de monitorar e controlar os casos de desnutrição nos hospitais, o professor explica que técnicas de avaliações subjetivas têm sido incorporadas para estimar o risco nutricional de cada paciente. “Todo o paciente deveria passar por uma triagem, a fim de avaliar as condições de massa gorda e magra, ou se há alguma doença de base que poderia piorar a condição da desnutrição”, adiciona Waitzberg. Isso ocorre principalmente porque há casos em que não existe uma aparente desnutrição, ou mesmo, no quadro atual, há a complicação da covid-19.

De forma on-line e presencial, a campanha trata da importância de alertar sobre os riscos da desnutrição, a partir de dados coletados nos sete hospitais do complexo do HC-FMUSP.

Texto: Redação
Arte: Guilherme Castro

FONTE: Jornal da USP