Conscientização sobre dermatite atópica
Presente majoritariamente em crianças, a dermatite atópica é a doença de pele mais comum na infância. Segundo Roberto Takaoka, médico da divisão de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HC-FM) da USP e responsável pela organização da exposição, a mostra “foi um pedido dos pacientes porque sentem que não há o conhecimento amplo da doença”. A exibição interativa estará aberta entre hoje (12) e 23 de setembro, no hall de entrada do Instituto Central do HC.
A necessidade de conscientização ao público serve como educação para evitar os casos de bullying e isolamento dos pacientes. Takaoka destaca as causas da doença: “É importante salientar que não é contagioso, é de origem genética”. Além das crianças, a dermatite atópica também acomete pessoas com outras alergias, como a asma, e aqueles em transição da infância para a adolescência.
O médico sinaliza a possibilidade de prevenção do agravamento: “Contato com água quente, sabonete mais forte, bucha. Isso pode começar a causar uma reação mais forte, são fatores desencadeadores”. A parte emocional, como as situações escolares e domiciliares, também deve ser levada em consideração, na opinião dele. “Estresse e ansiedade, isso pode piorar a parte da coceira e piora a [condição da] dermatite”, informa.
Tratamento
A inflamação cutânea deve ser observada por um pediatra e, em casos mais graves, por um dermatologista, sugere Takaoka. O tratamento depende da intensidade da doença, e é “importante ressaltar que se deve evitar os fatores desencadeantes e a parte do controle emocional”, indica ele. Os casos leves, caracterizados por lesões isoladas, devem ser tratados por medicamentos locais, enquanto nos casos fortes são aplicados medicamentos sistêmicos via oral ou injetável.
O médico explica que há um incentivo para o paciente entender o que acontece na sua pele e identificar os fatores desencadeadores: “Tem muita pesquisa sobre novos medicamentos e acho que vamos conseguir um melhor controle dessa doença. Mas nunca esquecer desse apoio emocional, da educação sobre a doença”.
FONTE: Jornal da USP